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Meca Inhotim 2018: em busca da paisagem perfeita

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

07 de July, 2018

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Pegue as paisagens idílicas do Inhotim. Uma galera antenada em clima de paz com a vida. Uma curadoria impecável de música e experiências transculturais.  Isso foi o MECA Inhotim 2018: uma combinação impossível de dar errado.

Foto: I Hate Flash

O MECA 2018 é evento multicultural que une música e arte contemporânea no maior museu aberto de arte do mundo que aconteceu entre os dias 29 de junho e 1º de julho, com shows bafônicos como Elza Soares, Letrux, Pablo Vittar e Cordel do Fogo Encantado. Postamos um guia completo do evento aqui.

INHOTIM, UM PROGRAMA À PARTE

Foto: Ola Persson

Muitas das pessoas que estavam lá nunca tinham visitado o Inhotim, que já fizemos até uma road trip para visitar uns anos atrás. Mostramos um pouco do que tem lá nesse último post sobre o MECA. São galerias imensas de arte e, embora algumas instalações sejam fixas, existem muitas exposições temporárias, além de uma vasta programação de visitações temáticas que podem ser vistas no site do museu.

Galeria Andujar.

Uma das galerias mais recentes que conheci pela primeira vez é dedicada à história do povo  Yanomami, uma Galeria com obras de Claudia Andujar que reúne um acervo de mais de 400 fotografias de sua relação com esse povo indígena, que habitam Amazônia e Roraima. A artista suíça, que já morou em vários países do mundo mas decidiu se naturalizar brasileira, é uma ativista dos direitos indígenas e foi  uma das fundadoras da comissão pela criação do Parque Yanomami, que é o maior território indígena de floresta no mundo. As fotografias são de chorar.

Uma das obras que tinha mais me impressionado da outra vez foi The Murder of Crows da Janet Cardiff.  Essa vez pude ver uma nova peça dela, a  Forty part motet: 40 auto-falantes reproduzem, cada um, a voz de um integrante do coral da Catedral de Salisbury, cantando uma obra polifônica complexa. A cada caixa você pode ouvir cada uma das vozes: barítonos, baixos, tenores, sopranos.

MÚSICA PARA DAR ORGULHO DE SER BRASILEIRO 

Foto Vanessa Mathias

Como era de se esperar, o mais aguardado show do MECA – Elza Soares- deixou o público chorando de emoção desde o começo. O mais legal é que a Elza se reinventou completamente e, embora faça o show sentada devido aos seus limites de locomoção, o seu figurino cheio de glitter total glam, com um show 100% eletrônico e o tributo a artistas como Cazuza deixaram muitas pessoas em lágrimas já nos primeiros minutos.  

Sem tocar há 8 anos, o show-performance do Cordel do Fogo Encantado surpreendeu  e estava mais para performance do que para música.  Outros nomes em alta do momento também fizeram shows empolgantes e irreverentes, como a Letrux e Alice Caymmi.

Foto: Vanessa Mathias

Uma das surpresas foi a banda Gelpi, que toda pistinha dançar e pular. Mas sem dúvida, o ponto alto das duas noites foi o after oferecido pela Rayban no próprio Inhotim – uma novidade do festival de 2018 que caiu muito bem – e o DJ Joakim foi o destaque. Fritos e assados dançavam como literalmente não houvesse amanhã, naquele clima que a pista inteira é uma grande festa na garagem de um amigo. Ao fechar a pista, às 5, ela literalmente continuava lotada.

PAINEIS, TALKS E WORKSHOPS: DELICIOSOS E POLÍTICOS

Os workshops abordaram temas sem frescura e com um quê de transgressão, tocando em temas como micropolíticas cotidianas, afropunk & afrofuturismo, diáspora sensorial e como explorar o corpo pela dança, reaproveitamento do lixo pela moda, criatividade e muitos outros temas alinhados ao nosso zeitgesit tupiniquim. 

Foto: Vanessa Mathias

O workshop “Experiência corporal: diáspora sensorial” trouxe o corpo à tona por um time de mulheres incríveis propondo um diálogo entre a performance de vários corpos, proponso  a desintoxicação do organismo vivo através do som e do movimento, por Aisha Mbikila, Carla Lopes, Gabriela Caboverde e Yaminah Heixo. Ainda sobre expressão corporal, o Painel Corpo-Performance trouxe as várias facetas de um corpo, propondo como ele pode ser ferramenta política e voz no meio do caos. Super instragramável.

Foto: Vanessa Mathias

No painel “Olar, prazer: a potência do orgasmo feminino” o público foi convidado a conhecer iniciativas que colocam a mulher à frente do seu prazer e como protagonista da própria vida, feito por Ayana Amorim, Babi Thomaz, Clariana Leal e Mariana Stock. Ainda sobre prazer feminino, houve a talk “Mistérios da Vulva: o que você precisa saber para aprender a chegar lá” (lotadíssimo por todos os gêneros) para conversar sem climão nem neura sobre como aprender de maneira transparente e positiva a dar prazer sem os estigmas tãão século passado sobre o corpo feminino.

Foto: Vanessa Mathias

Do outro lado, algumas ativações de marca chamaram atenção. A Ray Ban fez uma oficina de como descobrir o seu beat e atacar de DJ por quinze minutinhos, enquanto a TNT fez uma oficina de drinks não-alcoólicos para ajudar a manter a energia lá em cima.

Foto: Vanessa Mathias

PANORAMA DO EVENTO

Foto: I Hate Flash

E se dizem por aí que devemos buscar melhoria contínua e não a perfeição, o item mais difícil foi realmente o transporte: muitos comentaram sobre a oportunidade para cada alguma agência se responsabilizar por fazer o trajeto Inhotim-BH ou ainda das principais capitais.

Foto: Vanessa Mathias

O universo imagético do MECA criou uma cultura própria de pessoas montadas,  cenários perfeitos para o Instagram, e ainda assim, com uma verdade muito menos superficial do que aparenta. O MECA vai deixar saudades e muita ansiedade para aguardar a programação do ano que vem. 

Foto destaque: I hate Flash

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

07 de July, 2018

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Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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Comentários

  • Babi Tomaz é minha girl crush. E tudo relacionado à Inhotim (tirando o Bernardo Paz) tende a ser foda.

    - Luciana Guilliod

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