Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Nós já falamos por aqui um pouco de como o turismo em excesso prejudica a população e o meio ambiente em um país: falamos como a Islândia em 2014 estava recebendo mais turistas no mês de junho do que sua própria população; falamos também do documentário Gringo Trails, sobre o impacto do turismo em massa em várias regiões do planeta, além de vários outros textos sobre o assunto. Esse turismo desenfreado tem um nome: Overtourism, e ocorre quando o lugar recebe mais turistas do que sua estrutura permite.
As causas são claras: nunca foi tão barato e tão fácil viajar. O número de viajantes em 2016 foi de 1.2 bilhão – em 2000, esse número era de 674 milhões. Essa indústria movimentou ainda em 2015 10 trilhões de dólares na economia mundial. E, é claro, esse número deve ainda crescer: estima-se que nos próximos anos, somente a Índia e a China terão 300 milhões de viajantes.
Lógico que ninguém é louco de não querer todo o dinheiro que o turismo traz, mas é preciso achar um meio termo para que, principalmente a população, não saia perdendo. A Holanda começou a aplicar desde 2016 uma série de medidas para tentar alcançar esse equilíbrio. Em janeiro desse ano entrou em vigor um acordo firmado pelo país com o Airbnb que obriga que os imóveis alugados em Amsterdã estejam disponíveis por apenas 60 dias no ano – coisa parecida foi feita em Berlim a partir de maio do ano passado, a cidade determinou que se mais de 50% de um apartamento é alugado via esse tipo de serviço, ele deveria ser cadastrado na prefeitura. A multa, nesse caso, poder chegar a 100 mil euros.
Além disso, Amsterdã diminuiu o valor investido em marketing da cidade em 20% e pretende diminuir a abertura de novos negócios ligados a turismo no centro da cidade, como lojas de queijo, bicicletas e, pasmem, comidas com Nutella. Não só isso, Veneza e Barcelona estão criando leis para dificultar o acesso de cruzeiros. E, no Brasil mesmo, Jericoacoara por exemplo começou a cobrar uma taxa diária de permanência na cidade, a chamada Taxa de Turismo Sustentável.
O Skift, maior plataforma de inteligência em viagens, publicou recentemente um artigo propondo 5 soluções para o overtourism em destinos populares. Resumindo:
Já começamos a ver os primeiros sinais dessas medidas aparecendo. Não duvidamos que muitas mais virão por aí.
Foto de capa: Mike Wilson / Unsplash
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.