Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Já estamos quase no meio de junho e alguns ótimos festivais de música já rolaram. Mas para a nossa felicidade, a agenda de festivais no Brasil está bombando e coisa boa não falta. Em tempos em que a nossa economia treme na base e as incertezas pairam no ar, ter boas opções por aqui é um alento em meio a tanta notícia ruim.
Fiz uma lista bem eclética, reunindo festivais de todos os portes e a premissa é uma só: eu iria em todos eles. Tem festival que dura dias, tem festival que rola num só. E tem uns que não são necessariamente de música, mas ela está lá centralizando a parada. Vamos lá!?
O In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical – não é exatamente um festival de música, mas a celebra com louvor, então resolvi incluí-lo na lista. Para entrar na programação, o documentário precisa ter a música como elemento integrador. O festival nasceu em Barcelona em 2003 e rola no Brasil desde 2009. Em sua 9ª edição, o In-Edit celebra os 40 anos do punk com uma programação especial para o estilo. Tem também filme com o Nick Cave, Wolf Alice, Doces Bárbaros, Júpiter Maçã, Whitney Houston, só para citar alguns. É o festival perfeito para quem adora uma maratona acompanhada de pipoca.
O Vento sai de Ilhabela e invade São Sebastião para sua terceira edição, abrindo as portas com uma apresentação da tribo indígena da Aldeia do Rio Silveiras (no litoral norte de SP), e encerrando com um cortejo carnavalesco com o nosso querido Tarado Ni Você. O festival acontece durante quatro dias com 12 shows no palco principal, no centro histórico da cidade, e shows na Oca, onde a programação do dia acaba na pista de dança. No line-up muita brasilidade das boas: Abayomy Afrobeat Orquestra, Metá Metá, Francisco, el Hombre, Tono, Macaco Bong, Nego Léo, Mombojó, Anelis Assumpção, Ava Rocha, Paula Cavalciuk, Dani Negra e Do Amor. Além de shows, vão rolar bate-papos sobre sustentabilidade, capacitação, expressão, voz, cultura, escuta e trabalho. A Oca será comandada pela Free Beats, convidando DJs de vários lugares de São Paulo, Pará e Bahia. E a melhor das notícias? O festival é gratuito.
Quem estiver pelo Piauí, poderá curtir uma programação de música brasileira em quatro dias de festival. O Festival de Inverno Pedro II chega em sua 14ª edição levando para o norte do país nomes como Alceu Valença, Erasmo Carlos, Zeca Baleiro, Cidade Negra, além da banda norte-americana de blues Donny Nichilo Band. Pedro II é, curiosamente, conhecida como a “Suíça piauense” por conta do seu clima serrano, especialmente se comparado com o resto do estado. Além de tudo, a cidade por si só é puro charme. Esse já está em cima da hora, mas deixa aí na agenda para uma possível temporada de inverno no Piauí.
São Paulo ganhou outro festival holandês, o Milkshake, que também celebra a diversidade e entra para a programação especial da semana da Parada do Orgulho LGBT. O lema do festival é “nada deve ser imposto, tudo é possível”. E isso é bem traduzido em sua programação de música e dança. Serão quatro palcos e uma after party oficial no Jerome. No line-up da sua estreia no país tocam: Hercules & Love Affair, Banda Uó, Larry Tee, Batekoo + Linn da Quebrada, Jaloo, Karol Conká, Boss in Drama, Pabblo Vittar, Selvagem, entre outros. Corre que ainda tem ingresso.
O Vira Festival rola por apenas um dia em Vitória, e celebra a diversidade levando ao palco artistas que abordam a questão de gênero em suas composições. O line-up, com dez horas de show, apresenta Tropikllaz, Jaloo, Pabllo Vittar, Rico Dalasam, Gloria Groove, Omulu, Daniel Peixoto, Mulher Pepita, Banda Uó e Frederico.
O Dia da Música não para de crescer. A terceira edição acontece em 22 estados brasileiros, 45 cidades, mais de 70 palcos e 370 shows gratuitos. O festival, inspirado no francês Fête de la Musique, rola de norte a sul do país e só fica de fora quem quer. Em São Paulo serão cerca de cem shows de bandas como Garotas Suecas, Rimas e Melodias, Mombojó, Ludovic, Nuvem, em palcos do Largo da Batata à Casa do Mancha, da Passagem Literária da Consolação ao Breve, só para citar alguns. A Associação Cecília, no centro de SP, fez parceria com o Sêla em um palco exclusivamente com mulheres. Nele se apresentam Brisa Flow, Marcelle, Marina Melo, entre outras. Para conferir a programação completa da sua cidade, só clicar aqui.
O PicniK Festival reúne um monte de gente legal em dois dias de festas. Além da música, o PicniK une cultura alternativa, economia criativa, arte e moda. Nesta próxima edição, o festival terá como destaque alguns dos novos expoentes da nova geração da música brasileira. Bixiga70, FireFriend, O Terno, Ava Rocha, Teach me Tiger, Seu Estrelo e O Fuá, Saci Weré, Oxy, Glue Trip, Tagore são algumas das atrações. O destaque é a banda norte-americana The Blank Tapes. Na programação rolam também workshops, atividades para famílias com crianças, meditação, gastronomia com área vegana. O mais legal? O festival é gratuito e aceita doação de roupas e sapatos para a ONG Abrace Mais. Confira a programação completa aqui.
O MECA faz sua próxima edição no meio de um dos lugares mais legais do Brasil, Inhotim. Em meio à arte, muito verde, a programação tem como destaque o Jorge Ben Jor, Karol Conká, Pional e Joakin, abrindo espaço para a música eletrônica. O line-up traz uma miscelânea cultural reunindo música, arte, gastronomia, moda, workshops e experiências ainda não reveladas. Quem foi em 2016 jura que é imperdível. Bora lá?
A premissa do uruguaio Contrapedal, que estreia no Brasil em julho, é reunir os melhores (novos) nomes da produção musical na América Latina. O festival tem um line-up enxuto, mas viaja bem pelo nosso continente. Tem Baleia, Dani Umpi, Faauna, Franny Glass, Mula, Jaloo, Hong Kong Blood Ópera, Linn da Quebrada, Mateo Kingman, Muntchako, Nomade Orquestra, além de Djs para animar a pista. Não conhece quase nenhum nome? Que tal aproveitar que o festival é gratuito e colar lá para ver o que anda rolando nos nossos vizinhos, que tem também cinema, gastronomia, artes visuais na programação.
O Áudio Insurgência é um dos menores festivais desta lista, mas vale ficar de olho, porque a proposta é muito boa. Ele se auto define como “um chamado à desobediência sonora”, então aguarde um cuidadoso line-up nesta sua oitava edição. O festival abraça diversos gêneros musicais como post rock, glitch, electro, garage rock, no wave, vaporwave e até improvisação livre e bass line. O destaque é o duo eletrônico experimental NU, a banda de post rock argentina Falsos Conejos, o garage rock do Vermes do Limbo, o barulho com vocais femininos da banda Horca, além de dj sets e lives.
O Subtropikal celebra a criatividade urbana ocupando diversos lugares em Curitiba por uma semana. Tem um monte de oficinas, workshops, bate-papos, bazar, e, claro, música, mas ela mesmo só surge no último dia para fechar o evento. No último dia rola a comemoração de 25 anos da Ópera do Arame com um show do BaianaSystem, que faz seu primeiro show em Curitiba. O festival não é de música, mas bora se inspirar e aprender coisas novas.
A música brasileira está em alta e isso é mais do que perceptível no line-up de diversos festivais no Brasil. O Circadélica é um deles e tem um line-up caprichado para quem curte o bom e velho rock’n roll. Nomes legais não faltam: tem Boogarins, Scalene, Far From Alaska, Ludovic, Wry, Boss in Drama, Fingerfingerr, Mahmundi, Omulu, Liniker & Os Caramelows, Francisco El Hombre, Dead Fish, Terno Rei, Maglore e ainda o nosso querido Lúcio Ribeiro nas pickups. A festa é longa e animada, sem falar que é um bom motivo para dar uma escapadela de São Paulo.
O m-v-f celebra enaltece a a estética audiovisual com mostra de videoclipes, instalações imersivas, debates, VJs sets e, claro, shows ao vivo. O festival é todo em torno da música. A programação deste ano ainda não saiu, mas vale ficar de olho, porque prometeram que ela está ficando incrível. Em 2016 rolaram vários pocket shows com Silva, Serge Erege, Liniker e até Marina Lima.
O festival mineiro Transborda chega em sua sexta edição com cinco dias celebrando a música independente. Em seu line-up sempre há atrações nacionais e internacionais, mas o deste ano ainda não foi divulgado. Mas já sabemos que serão 14 shows entre 8 e 12 de agosto, na A Autêntica, em parceria com o ciclo de debates Sonâncias. No último dia o evento se encerra com uma grande festa na Orla da Lagoa da Pampulha. Dá uma espiada como foi a edição 2016 aqui.
O Coala Festival veio mesmo para ficar. O festival celebra a nova música popular brasileira levando sempre grandes nomes da cena nacional ao seu palco. A sua quarta edição promete balançar a Barra Funda com show do Caetano Veloso, Emicida, Tulipa Ruiz, Fióti e Rael, Liniker e os Caramelows, Rincon Sapiência e Aíla. Os ingressos já estão à venda.
O Rock in Rio dispensa apresentações. O festival, que teve sua primeira edição em 1985, já atravessou o Atlântico para edições em Lisboa, Madri e Las Vegas. Desde 2004 ele acontece bienalmente e a procura é tamanha o suficiente para ele repetir sua programação em dois fins de semana. A próxima edição contará com seis palcos e terá como headliners Lady Gaga, Pet Shop Boys, Maroon 5, Fergie, Justin Timberlake, Alicia Keys, Aerosmith, Tears for Fears, Bon Jovi, Gun’s Roses, The Who, Red Hot Chilli Peppers. Já quem prefere mesmo a tenda de música eletrônica não poderá reclamar. Nomes como Black Madonna, Grandmaster Flash, Luciano, Rob Garza e uma lista de DJs e produtores nacionais que a gente adora como Selvagem, L_cio, Tessuto, Ney Faustini, João Brasil, DJ Marky.
O Contato – Festival Multimídia Colaborativo – é um projeto da Universidade Federal de São Carlos que fomenta o cenário cultural de São Carlos e região central do estado de São Paulo. Além da UFSCar, o festival se une a diversos grupos culturais para viabilizar suas edições desde 2007. Em 2016 foram cerca de 20 mil pessoas em dez dias de festival. A programação contou com mais de 50 atrações com atividades culturais, debates, oficinas, mostras de cinema e shows, tudo gratuito. Apresentaram-se por lá artistas como Ventre, Fingerfinggerrr, Holger, MC Linn da Quebrada. A data ainda não foi confirmada, mas ele sempre rola na segunda quinzena de setembro.
A terceira edição do Festival Fora da Casinha agora acontece embaixo da asa do Mês da Cultura Independente e vai rolar no amplo Largo da Batata. Com dois palcos montados, o Fora da Casinha selecionou os artistas que irão se apresentar com extremo cuidado e montou um excelente panorama de novas bandas e sonoridades brasileiras. Além do patrono Maurício Pereira – presente em todas as edições até agora – sobem ao palco Bárbara Eugênia + Tatá Aeroplano, Vitreaux, Giovani Cidreira, Aloizio e a Rede + Bratislava, Ema Stoned, Raça, Glue Trip, Tagore e Negro Léo. Serão mais de 10 horas de som de graça e na rua!
Impossível não se surpreender e se render ao festival Tribaltech, que chega na sua 23ª edição em novo lugar, uma antiga fábrica desativada no Prado Velho de 49 mil metros quadrados. Serão 8 palcos, mais de 100 artistas dos mais variados estilo. Nomes como Criolo, Nastia, Selvagem, Bixiga 70, Margaret Dygas, Daniel Bell, entre outros.
O No Ar Coquetel Molotov é um festival focado na nova cara da música brasileira. Em 2016 o festival rolou por um dia durante doze horas, levando mais de 20 atrações, de norte ao sul do Brasil, para tocar em um de seus três palcos. Além da música, o NOARCM também apresenta intervenções e performances, feira cultural com produtos de moda e design. Na última edição os destaques foram Céu, BaianSystem, Boogarins, Karol Conká, Jaloo e Baleia. E também contou com um parceria com o Som na Rural, projeto itinerante que levou música a outros espaços do Recife além dos palcos oficiais do festival e também contou com uma edição em Belo Horizonte.
A Balaclava Records está comemorando seu quinto ano de vida com uma série de pequenos festivais ao longo de 2017. O Balaclava Fest anunciou seus primeiros nomes da edição de novembro: Washed Out (EUA), Homeshake (CAN) e os brasileiros Cinnamon Tapes. Aguardamos ansiosos as próximas atrações.
A música experimental tem (finalmente) ganhado cada vez mais espaço aqui e no mundo. Festivais para celebrá-la e apresentá-la ao público tem ganhado cada vez mais força, tanto aqui quanto no mundo. O FIME é um deles. Teve duas edições e avança para a sua terceira. E nele a música é experimental em todo o seu âmbito, relacionando, por exemplo, aos limites físicos do intérprete e do instrumento; aos limites entre a música e o silêncio, música e ruído, e por aí vai. A programação do FIME é feita por meio de uma chamada de propostas, o que o torna um festival altamente democrático. Dá uma conferida no que rolou no ano passado e fique atento para descobrir novas sonoridades na próxima edição.
O Festival DoSol anunciou a saída da Ribeira e a mudança para a Via Costeira. Imagina um festival de rock com pé na areia? Agora temos por aqui, pois o DoSol rola desta vez na praia. E a edição promete só pelo teaser que o festival fez. Quem já foi, garante que o festival é um dos melhores do país. O DoSol foca no cenário da música independente no Brasil, em especial a produzida no nordeste do país.
O Festival SeRasgum é tão bacana, que leva um monte de gente do eixo Rio-São Paulo para acompanhar suas edições. O festival conta com onze edições no currículo focando na música brasileira, também de norte a sul do país, além de atrações internacionais. O SeRasgum é uma plataforma de cultura e música que movimenta Belém ao longo do ano com shows, cursos, mostra de cinema e audivisual. Ele é hoje um dos festivais independentes mais importantes no Brasil. A programação da próxima edição não saiu, mas em 2016 tocaram Yuck, Thiago Pethit, Scalene, Filipe Catto, Holger, Luê, O Terno, Wilson das Neves, entre outros. Fica de olho porque o festival é um ótimo motivo para visitar a capital paraense.
O Popload Festival chega ainda mais robusto este ano, acontecendo num novo lugar e trazendo nomes de peso como PJ Harvey, Phoenix, Daughter, Neon Indian e Carne Doce. São esperadas dez mil pessoas nesta próxima edição, que acontece bem no feriado para todo mundo poder ir. O festival tem sido um dos mais aguardados do ano por conta da surpresa que sempre traz ao anunciar seu line-up. Nós aqui mal podemos esperá-lo.
O Kino Beat é um festival que une a música, performances audiovisuais multimídia e artes integradas, apresentando artistas e atividades multidisciplinares que usam a tecnologia em suas criações. O festival surgiu em 2009 como uma mostra de filmes relacionados à música eletrônica. Paralelamente foi criada uma programação com shows ao vivo e, em 2015, tornou-se um festival multimídia, unindo música e cinema. O resumo é “o som em movimento”. O festival é gratuito e tem parceria com o Sesc-RS, além de apoio de um monte de gente bacana. Vale acompanhar o blog do festival, que mostra um pouco essa cena mundo afora.
A definição do Festival Música Estranha não poderia ser mais adequado: combustível sonoro para mentes inquietas. E bota combustível nisso. O festival aposta em artistas que exploram novos caminhos e abordagens musicais sem medo de correr riscos, que transitam entre gêneros e linguagem distintas para expandir os limites da criação. Na programação espere por diversos estilos musicais, da música contemporânea, eletroacústica, eletrônica, pop experimental, instalações e intervenções sonoras a vídeo performance e até mesmo a poesia. Em 2016 foram 15 apresentações, metade delas gratuita, reunindo artistas nacionais e internacionais. Para quem busca extrapolar os limites da música, não pode deixar esse festival fora da agenda.
O Festival Novas Frequências é outro festival que também explora novas sonoridades apresentando sempre a música de vanguarda em sua programação. Ele não traz nomes conhecidos do grande público, mas é exatamente aí que acerta ao apresentar o que ainda vai despontar, seja no Brasil ou mesmo fora daqui. O que o melhor o define é “festival de música exploratória”. Para curiosos que tem ouvidos bem abertos, o Novas Frequências é, com certeza, um dos melhores festivais do gênero por aqui.
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Faltou algum festival? Então me conta, vou adorar saber e conhecer.
*Foto destaque: Anthony DELANOIX
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsadorei as informações que vieram nesse site,gostaria de recebe-la em meu email. obrigado
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.