A promessa da ANAC era grande, mas parece que o sonho nem começou e já acabou. Como já falamos aqui, a mudança nas regras de cobrança de bagagem era para deixar o preço das passagens mais competitivo. O que temos agora, na verdade, é uma sensação de quase nenhum desconto real no valor dos bilhetes, o revés de ter de pagar pela bagagem despachada, e uma investigação do Ministério da Justiça sobre o tema. O sonho das companhias aéreas low-cost brasileiras, como sempre, acabou em pizza de avião.
Já na Europa, o cenário parece bem diferente. A concorrência entre empresas de baixo custo é tão grande, que muitas vezes vale bem mais à pena encarar um aeroporto do que se aventurar em uma viagem de trem. E essa briga ganhou ainda mais um concorrente de peso no mês passado. A Air France anunciou no fim de setembro a criação de uma companhia de baixo custo chamada Joon, de olho numa clientela mais jovem e conectada.

Não por acaso, as primeiras rotas que a Joon vai atender são justamente cidades culturalmente ativas e com vida noturna vibrante: Barcelona, Berlim, Lisboa e Porto. A partir de 1º de dezembro, essas rotas estarão disponíveis com preços a partir de 39 euros. Com o foco da Joon nos millenials, a Air France espera recuperar a lucratividade de algumas rotas.

E quem se deu bem nessa história é, veja só, nós brasileiros. A partir de março de 2018, a Joon também vai operar vôos para dois destinos internacionais: Seychelles e Fortaleza. A promessa é que essas rotas cheguem a preços bem convidativos (299 e 249 euros, respectivamente). As passagens no vôo Fortaleza-Paris começaram a ser vendidos na semana passada, custando R$2070 a classe econômica.
A boa notícia para os cearenses, e para todo o Norte e Nordeste do Brasil, é que a rota também vai ser operada pela KLM. Ao todo, serão 5 vôos semanais para Paris e Amsterdã, deixando a vida dos viajantes da região bem mais fácil, fazendo conexão com os vôos da parceira Gol. Toda a malha aérea de Salvador, Recife, Manaus, Salvador e Belém será ajustada para se adequar a essas novas rotas. As duas companhias oferecem ainda stop-overs gratuitos nas duas cidades na ida e na volta, e a possibilidade de selecionar locais de chegada e saída diferentes.
Se por aqui a vida dos passageiros não anda nada fácil, pelo menos lá do outro lado do Atlântico estão olhando para nós com bons olhos.