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Dois anos de Museu do Amanhã: os números e as novidades

Quem escreveu

Luiza Vilela

Data

15 de December, 2017

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As filas enormes do lado de fora em qualquer dia do ano, sob sol escaldante ou chuva forte, não deixam dúvida – o Museu do Amanhã é um hit. E os números confirmam: desde sua inauguração, em dezembro de 2015, passaram por seus amplos corredores e exposições altamente interativas 2,5 milhões de pessoas, fazendo dele a instituição cultural mais visitada do Brasil.

Com um detalhe muito ~cool~: segundo o Instagram, o Museu do Amanhã é o quinto lugar mais fotografado do país. A gente super entende. Projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o prédio é extremamente impactante e, depois de um susto inicial (os cariocas chegaram a apelida-lo carinhosamente de baratona albina, risos), parece que todos foram cativados por sua excentricidade, seus espelhos d’água e seu interior futurista.

Antes de falarmos das novidades, algumas dicas pra quem ainda não conhece ou está pretendendo retornar ao museu: o melhor jeito de chegar à Praça Mauá, onde também está o Museu de Arte do Rio (MAR), é via transporte público. Metrônibus/Metrô/VLT. Basta descer na Cinelândia ou na Carioca e pegar o VLT sentido Praia Formosa. Saindo do Jardim Botânico (ou seja, com uma baldeação a mais, já que é preciso pegar o metrônibus antes do metrô), levamos exatamente 40 minutos até a praça, com ar condicionado no caminho todo. Bem suave.

Fora isso, o Museu do Amanhã agora oferece o serviço de venda de ingressas online, com direito a marcar horário, o que resolve bem a questão da fila. Compre com antecedência, amiguinho – o calor na Praça Mauá em pleno verão carioca é de fazer desmaiar os mais fortes.

Mas bóra falar da IRIS + ?

A grande novidade do Museu do Amanhã para 2018 é uma experiência interativa chamada IRIS+, desenvolvida em parceria com a IBM, e que é na verdade um desdobramento da assistente digital IRIS, que já acompanhava os visitantes desde a inauguração.

Agora, a partir do dia 16 de dezembro, a versão turbinada dessa assistente vai estar aguardando os humanos ao final do passeio, pronta pra tirá-los da sua zona de conforto.

Isso porque, como nos explicou Marcelo Porto, presidente da IBM Brasil, o pioneirismo da IRIS+ reside no fato de que ela é uma plataforma cognitiva (ele não gosta do termo Inteligência Artificial) que faz perguntas em vez de apenas respondê-las. A ideia é tirar o visitante de sua zona de conforto e depois apresentar a ele instituições que possam ajuda-lo a atuar para efetivamente mudar alguma coisa. São 270 instituições cadastradas até agora.

foto: Guilherme Leporace

Para que isso funcionasse, foi preciso muita curadoria de conteúdo. Aliás, o corpo de conhecimento da IRIS+ é supervisionado. Ou seja, ela não é o tipo de Inteligência Aumentada (Marcelo usa esse termo também) que sai por aí aprendendo coisas sozinha. Ela identifica lacunas e reporta isso aos humanos, que então buscam esse conteúdo e a alimentam.

Falando em humanos, conseguimos bater um papinho exclusivo com a turma da 32Bits, responsável por desenvolver e montar as soluções de interatividade do museu. No caso da IRIS+, a 32Bits ficou encarregada também do design, que é bem minimalista. Daniel Morena, Diretor de Tecnologia da 32Bits e humano por trás dos códigos e do design dessa experiência, contou um pouco pra gente como foi o processo: “Se você parar pra pensar, as máquinas mais inteligentes são monólitos pretos. Pegamos esse caminho e fizemos algo bem minimal.”

Olá IRIS+

Também foi preciso paciência para treinar o reconhecimento de voz da IRIS+, porque ela precisa entender entonações e intenções, não apenas palavras soltas. Daniel conta que foram quatro sessões de treinamento ao longo de dois meses. Treinamento da IRIS+ com humanos, no caso, pessoas aleatórias capturadas em escolas e no próprio museu, que tinham que assinar um termo de confidencialidade e depois estavam livres para bater papo com a plataforma.

Quer dizer, livres pero no mucho. Você pode dizer pra IRIS+ o que você quiser, mas corre o risco de ouvir o que não quer. No caso, a mensagem direta e educada criada por Nancy Torres, Gerente de Conteúdo da 32Bits, a quem coube a divertida tarefa de ensinar a IRIS+ a reconhecer as trolladas. Se você mandar um “FORA TEMER”, vai ouvir:

“É possível ter várias opiniões sobre um mesmo assunto. Mas, aqui no Museu do Amanhã, buscamos respostas que valorizem a convivência, com diálogo e respeito. Vamos voltar à pergunta.”

Sorry, no cookie for you

Risos nervosos. Nancy teve que ser criativa na hora de elaborar a lista de “badwords” para a IRIS+, até porque há um telão ao lado das máquinas onde é projetado um mapa de assuntos, e nesse mapa os visitantes poderão ver suas fotinhos, seus nomes e o tema que cada um está debatendo com a plataforma. Ou seja, a vontade de mandar um “MENGÃO 2018” e depois fotografar o telão vai ser grande. Spoiler: não adianta trocar letras por números, ok?

Tela onde vão entrar os thumbs com as fotos dos visitantes e os temas abordados

“Saí perguntando pra pessoas completamente diferentes. E nem sempre a política atual é o que mais passa pela mente das pessoas. Também rolou uma leitura atrás das cadeiras de ônibus.”

Esta que vos escreve tentou conversar com a Íris sobre política, mas tomou um corte. Depois acabamos falando sobre violência, e eu disse que achava que a solução era legalizar. Ela agradeceu e encerrou o assunto, passando às sugestões de instituições afins.

Achei a experiência divertida e acho que o público vai amar mais essa camada de interação num museu que já é elogiadíssimo exatamente por isso.

No mais, as expos atualmente em cartaz no Museu do Amanhã são:

Inovanças – Criações à Brasileira (25.04.2017 a 18.02.2018)

Como vai a Terra? (04.07.2017 a 19.12.2018)

Mundos Invisíveis – Mostra de Arte Científica Brasileira (26.09.2017 a 07.01.2018)

Programação de Aniversário de 2 Anos (12 a 18.12.2017)

*Foto do destaque – Guilherme Leporace.

Quem escreveu

Luiza Vilela

Data

15 de December, 2017

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Luiza Vilela

Luiza S. Vilela é paulistana naturalizada capixaba, mas foi parar no Rio pra cursar letras há 15 anos e nunca mais saiu. Fugiu da vida acadêmica pra escrever, produzir conteúdo e, mais recentemente, casar pessoas. Já coordenou a editoria de FVM e Culinária da Revista Capitolina e contribuiu com Matador, Noo, Rio Etc, Modices e tantas outras. Bate um papo reto sobre literatura, claro, mas também sobre moda, culinária, feminismo e esportes. Site: www.luizaescreve.com

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.