Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Qual é a relação entre uma bromélia, o futuro do planeta e as baratas? Isso parece estranho para você? Não é, não! No Museu do Amanhã, inaugurado recentemente no Rio de Janeiro, essas três coisas estão totalmente ligadas umas às outras. Passado, presente e futuro se unem para responder àquelas questões que nos atormentam: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? E ainda, como queremos ir? Você nunca viu um museu de ciências como este, posso garantir. A ideia de um museu, no seu sentido tradicional, passa longe dali. Ele não exibe objetos, e sim ideias. Sua arquitetura provoca fascínio e sua proposta, baseada em interagir, sentir e pensar, usa da arte, da ciência e da tecnologia para mostrar as possibilidades do amanhã.
Inspirado pelas bromélias do Jardim Botânico e pela paisagem portuária carioca, o arquiteto Santiago Calatrava projetou um edifício-espetáculo no píer, junto à histórica praça Mauá e ao lado do MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro). O espaço destinado ao Museu do Amanhã tem cerca de 30 mil m2, com jardins, espelho d’água, ciclovia e área de lazer. No espelho d’água, a escultura Puffed Star II, de Frank Stella, traz a forma de uma estrela de 20 pontas e seis metros de diâmetro. O prédio tem 15 mil m2 e é sustentável: emprega recursos naturais locais, como, por exemplo, a água da Baía de Guanabara, usada para a climatização dos ambientes do museu, que, por sua vez, é reutilizada no espelho d’água. As estruturas metálicas presentes no teto deslocam-se como asas, mudando de posição conforme a incidência do sol e permitindo, simultaneamente, a penetração de luz e a captação de energia. Suas fundações, sustentadas por 30 mil metros de pilares submersos e invisíveis, dão a impressão de que o prédio flutua na água.
Se o museu impressiona pela sua arquitetura, a visita às exposições é uma verdadeira aventura. A Exposição Principal é uma narrativa multimídia com cinco grandes momentos: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós. Nesse percurso, cercado por imagens, sons e informações científicas, destaco Antropoceno (a era geológica dos Humanos), período em que o Homo Sapiens, ou seja, nós, descobrimos o impacto da nossa presença no planeta. Ao longo de toda a Exposição Principal, o museu põe em revista o passado da humanidade, as tendências do presente e os “possíveis futuros”, numa projeção para daqui 50 anos, considerando aspectos ligados à sustentabilidade e à convivência.
Há duas exposições temporárias em cartaz: ‘Perimetral’, uma videoinstalação que mostra a implosão do elevado que existia na região portuária e que deu lugar ao Museu do Amanhã, além das obras de revitalização do local, e ‘É Permitido Permitir’, resultado da intervenção de três projetos de autoria do coletivo de artistas dinamarqueses Superflex. Talvez a viagem mais ousada da visita ao Museu do Amanhã fique por conta do Passeio das Baratas, proposta do Superflex, que desafia o público a percorrer o museu fantasiado de barata e assim perceber os espaços sob a perspectiva destes insetos habitantes do planeta por mais de 300 milhões de anos. Independentemente do modo como se escolha visitar o Museu do Amanhã, duas são as certezas: o futuro já chegou e tudo está em constante relação em nosso planeta.
Ficou com vontade de visitar o Museu? O horário de funcionamento é de terça a domingo das 12h às 19h. Fica fechado às segundas e durante o carnaval também já avisaram que não vai rolar. Os ingressos custam R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Na terça, a entrada é grátis. Mas fique esperto! As filas estão grandes e o Museu é sujeito à lotação. O encerramento da fila pode ocorrer até quatro horas antes do final do horário das visitas. E só entre nós: chegue às 11h30 e não terá tempo ruim na fila!
Foto do destaque: Caio Costa Ribeiro / Fotos: divulgação.
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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