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Pesquisa revela: de 19 grandes cidades do mundo, nenhuma é segura para mulheres

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

07 de November, 2017

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A notícia caiu como uma bomba: Segundo um estudo da Thomson Reuters Foundation, São Paulo empata com Nova Délhi como a pior megalópole em violência sexual para as mulheres. Não que seja exatamente uma surpresa, é só acompanhar as manchetes que pipocam todos os dias. Ou, se você é mulher, nem isso precisa: a sensação de insegurança é constante. Lembro de ter lido uma vez essa lista, de 12 cuidados que mulheres tomam diarimente por medo de estupro e os homens nem imaginam, e ter pensado que eu faço praticamente todas essas coisas de forma automática já.

Fiquei curiosa sobre a pesquisa e fui ver mais. E então fui surpreendida mais uma vez: todas, absolutamente TODAS as 19 grandes cidades pesquisadas são ruins para as mulheres nesse quesito. Até Tóquio, que é a primeira colocada, apresenta um quadro desesperador ainda mais considerando números do próprio governo japonês que mais de 95% dos casos de estupros no país não são reportados para a polícia. É claro que aqui no Brasil isso não é diferente e estima-se que apenas cerca de 35% dos casos são registrados (Segundo o Anuário de Segurança Pública de 2015).

Gráfico: Thomson Reuters
Gráfico: Thomson Reuters

A metodologia

Para entender um pouco melhor o que significa essa pesquisa, é preciso entender como ela foi feita. Ela não é baseada em números absolutos, muito porque é aquilo que falamos aí em cima: a maioria dos casos de estupros não são reportados. O que a organização fez foi então falar com no mínimo 15 experts em questões da mulher em cada um desses países. Esses experts incluem acadêmicos, especialistas em saúde, organizações não-governamentais, entre outros. No total foram entrevistados 380 pessoas e 355 respostas foram recebidas.

O estudo não foca somente em violência sexual. Ele na verdade era composto de 4 perguntas para os entrevistados:

  • Mulheres podem viver nessa cidade sem enfrentar risco de violência sexual, incluindo estupro, ataques sexuais ou assédio.
  • Mulheres têm bom acesso a saúde incluindo controle de saúde reprodutiva e mortalidade materna.
  • Mulheres são protegidas de praticas culturais prejudiciais, incluindo mutilação da genitália, casamento forçado de menor, infanticídio feminino.
  • Mulheres tem acesso a recursos econômicos como educação, propriedades, e serviços financeiros como contas de banco.

No total, considerando todos esses quatro pontos, São Paulo ficou em 11º lugar.

Vamos aos números?

No dia 30 de outubro, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou os dados do seu Anuário Brasileiro de Segurança Pública, onde eles analisam dados de registro policiais sobre criminalidade, informações sobre o sistema prisional e gastos com segurança pública para promover a transparência e uma prestação de contas na área da segurança pública mais eficiente. Em 2016 foram registrados em todo o país 49.497 ocorrências, tendo crescido 3,5% se comparado com o ano anterior. São aproximadamente 135 estupros por dia, um a cada 10 minutos. Vale lembrar, de novo, que é estimado que apenas 35% dos casos são registrados, e por isso há uma estimativa que essa relação na verdade é de 1 estupro por minuto.

Infográfico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Infográfico do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Segundo ainda o Ipea, em 70% dos estupros no Brasil, as vítimas são crianças e adolescentes. E, de acordo com uma pesquisa feita pela Datafolha em 2016 em 84 municípios brasileiros com mais de 100 mil pessoas, 90% das mulheres temem ser vítima de agressão sexual.

E, é claro, não custa lembrar também da fatídica pesquisa do Ipea em 2013, que se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros.

* Foto de capa: Upslon

Quem escreveu

Dani Valentin

Data

07 de November, 2017

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Dani Valentin

A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.

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