Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Há quatro anos sendo um dos festivais do coração dos holandeses, o DGTL está, pouco a pouco, caminhando para se tornar um festival global, com eventos em São Paulo (que em maio passado teve uma primeira edição um pouco desajustada mas cheia de frescor e com um lineup finíssimo), Tel-Aviv e Barcelona.
Em duas semanas, o DGTL aterrissará novamente na Espanha para sua terceira edição al mare, ocupando o incrível Parc del Fòrum, mesmo espaço onde acontece o Primavera Sound. Além de uma seleção musical cuidadosa e balanceada, que passeia livremente entre o house, o disco e o techno industrial, o festival também tem a sustentabilidade e a arte como pilares principais. A experiência no DGTL não acaba nem começa na música e neste post te damos cinco bons motivos para você ficar de olho no festival.
Um motivo clichezento mas que se faz muito verdadeiro nesse caso. O verão de Barcelona é mágico: cidade cheia de gente linda querendo se divertir até cansar, solzão esquentando o corpinho de todos até as nove e meia da noite e o Mar Mediterrâneo ali na esquina abraçando tudo isso. O humor da cidade muda nos meses de calor e Barcelona vira palco daquelas histórias que só poderiam acontecer no verão, sabe? O Parc del Fòrum, onde acontece o festival, ganha ainda mais vida nessa época do ano com suas áreas à beira-mar, vistas de entortar o olho e brisa marítima para refrescar o baile.
Holandeses entendem de música e o senhor lineup do DGTL não é mais novidade para quase ninguém. Nesta edição, além do time principal da música eletrônica mundial, há também dobradinhas inesperadas que tem tudo para dar muito jogo. Kölsch se junta a Michael Mayer para um b2b de techno certeiro. Os escoceses Jackmaster e Jasper James farão uma dobradinha imprevisível que pode ir parar no house dos 90 ou no techno de Berlim, e a alemã Steffi, residente do Panorama Bar da Berghain, dividirá a cabine com Prosumer em um b2b que deve ser uma passeio por algumas décadas de house e techno. Fechando a gangue das parcerias, Seth Troxler e Paco Osuna serão os senhores do b2b mais aguardado do festival. Será a primeira vez que Seth e Paco tocarão juntos. Seth Troxler trazendo suingue para quadradeira e Paco Osuna botando lenha pesada. Techno sério para iniciados.
O lineup também ganha ar fresco com a nova geração. Os novinhos equilibram a oferta musical ao lado de instituições musicais como Derrick May e Jeff Mills; e apresentam novas possibilidades sonoras. Os irmãos neozelandeses Ben e Louis Helliker-Hales formam o duo Chaos In The CBD, um projeto de produções super dançantes com notas gordas de jazz. Uma homenagem à gostosura do house clássico – e classudo. Outro novinho representante da excelente onda musical da Oceania é Mall Grab. O australiano de 23 anos é um dos maiores representantes do lo-fi house, um house clássico, porco polido, sem frufru, que tem uma única pretensão: ser divertido para quem dança. E quem é que procura outra coisa em uma pista? Não tão novinho no RG, mas ainda fresco no circuito de festivais, Satori é música orgânica pura. Eletrônica transcendental com ondas paz e amor a la Acid Pauli. Seu live no fim da tarde da sexta-feira já tem cara de inesquecível.
O projeto “Art & Revolution” é, junto com a música, o compromisso fundamental e inegociável do DGTL. Nesta terceira edição, a organização desenvolveu uma série de projetos para conscientizar o público, diminuir o impacto ambiental do evento e ajudar a população local. O projeto principal relacionado à sustentabilidade este ano será a reciclagem da urina dos participante do festival para produzir fertilizantes para vegetais. Espera-se que mais de 3 mil litros de xixi (cerveja e verão, né, gente) sejam reciclados por dia. Com isso, o DGTL pretende mostrar ao público que existem formas pouco comuns, mas eficientes, de reciclagem. Paneis de LED ao lado dos banheiros mostrarão em tempo real a quantidade de urina produzida e reciclada em comparação aos banheiros “normais”. Outro importante projeto desta edição será a parceria com a associação Food Makers, que contratará refugiados, imigrantes e outro grupos em risco de exclusão social para cuidarem da oferta gastronômica do evento. A parte artística do DGTL terá participação brasileira. O artista Muti Randolph apresentará sua instalação Supergrid pela primeira vez na Europa.
O DGTL Barcelona acontecerá nos dias 11 e 12 de agosto e você pode comprar seus ingressos aqui.
Jornalista paulistana hiperativa que às vezes puxa o R lá do interior. Viciada em música, açúcar, livros e praia. É mais feliz no verão, acredita nos reviews do Foursquare e sempre dorme no meio filme. Há 5 anos, vive um caso de amor (correspondido) com Barcelona.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.