Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A menos de 300 km da capital de São Paulo, saindo pela via Dutra, algumas cidades que margeiam o Rio Paraíba do Sul acolhem seus visitantes em um cenário de 300 anos atrás. Localizadas, entre as Serras da Bocaina e da Mantiqueira, essas cidades são cercadas por rios, cachoeiras, trilhas e vegetação deslumbrante, que inclui alguns pedaços preservados da Mata Atlântica. Então, se você busca arte, história, aventura e contato com a natureza, a região do Vale do Paraíba é o lugar – te garantimos!
Chamadas de cidades mortas pelo escritor Monteiro Lobato, Areias, São José do Barreiro e Bananal nos levam para os tempos das fazendas de café do século XIX. Hoje, essas fazendas de arquitetura colonial, em sua grande parte, foram transformadas em hotéis-fazenda, lojas e centros culturais.
E por que cidades mortas? Aí é preciso um pouco de história: nos séculos XVIII e XIX, essas cidades eram as mais ricas da região e passaram por sucessivos ciclos econômicos (cana-de-açúcar, ouro e café). Porém, entraram em decadência a partir do início do século XX com a crise do café e a desativação da antiga Estrada Rio-São Paulo, substituída pela Rodovia Presidente Dutra. Foi como se tudo parasse no tempo. Esses lugares se tornaram verdadeiras cidades fantasmas!
As cidades ficam bem no limite do estado de São Paulo com o Rio de Janeiro. Para chegar lá, são cerca de 250km em um percurso que dura cerca de 3h e meia. Você deve seguir pela Rodovia Presidente Dutra até Queluz, e pegar a saída 8 para acessar a Rodovia Dep. Nesrala Rubens, que vai até Areias. De lá, a Rodovia dos Tropeiros (SP-068) continua o caminho, passando por São José do Barreiro e Bananal. Se quiser fazer uma parte do caminho com menos caminhões como companhia, dá para ir até Taubaté pela Rodovia Carvalho Pinto, e só então cair na Dutra. Independente do trajeto escolhido, não deixe de aproveitar para apreciar as belezas que o Vale do Paraíba tem para mostrar.
Rodovia Governador Carvalho Pinto: Nessa rodovia, o cenário muda como se fosse mágica: é possível ver os pastos de criação de gado, as áreas de reflorestamento, pequenos núcleos de plantações e, quase no final, à direita, correndo paralela à rodovia, a estrada de ferro Central do Brasil.
Rodovia Presidente Dutra: Próximo ao km 120 da rodovia Carvalho Pinto, entre na Presidente Dutra, depois de São José dos Campos, há uma grande área de reflorestamento. Em seguida, as cidades de Caçapava, Taubaté, Aparecida (ali, à esquerda, bem próximo à rodovia é possível ver a Basílica de Nossa Senhora Aparecida), Guaratinguetá, Lorena até Cachoeira Paulista. Durante a viagem pela Dutra, a presença do Vale do Rio Paraíba é delineada através da planície cercada à direita pelo Planalto de Piratininga e à esquerda pela Serra da Mantiqueira. Na cidade de Cachoeira Paulista, à esquerda, observa-se as instalações do INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais. Aqui, também é possível pegar a Rodovia dos Tropeiros desde o começo, e seguir até o destino pela estradinha mais sinuosa.
Rodovia dos Tropeiros: No meio do Planalto, começa o “mar de morros” – um sequência indescritível de morros que se assemelham muito a ondas no mar. Nesse caminho, encontram-se as cidades de Silveiras e Areias, antes da chegada a primeira parada na Fazenda Pau d’Alho.
Fazenda dos Coqueiros
Endereço: Rodovia dos Tropeiros Km 309 – Bananal/SP – Telefone: (12) 3116-1358 e (21) 9955-3251
Horários: das 9h às 16h
Porém, se você está no Centro Histórico de Bananal e bateu aquela fome, uma das opções é o Restaurante 418, um casarão pequeno mas super aconchegante, com comida típica do interior paulista feita no forno a lenha.
Restaurante 418
Endereço: Praça Rubião Jr. Centro – Bananal/SP – Telefone: (12) 3116-5418
Horários: das 11h às 15h
Quer outra opção, mais igualmente gostosa? O restaurante Casarão Andrade também serve torresmo, mandioca frita, couve refogadinha no alho … eita! Todas aquelas delícias que só o povo da roça sabe fazer!
Restaurante Casarão Andrade
Endereço: Praça Pedro Ramos, 81 – Centro – Bananal/SP – Telefone:(12) 3116-1489
Horários: das 11h às 15h
Caso você queira almoçar, dar uma esticadinha ou até um jantarzinho descontraído, a pedida é o Habeas Copos. O restaurante tem música ao vivo, serve à la carte os pratos típicos da região, além de ter massas no menu.
Habeas Copos
Endereço: Rua Dr. José Rangel de Almeida, 40 – Centro – Bananal/SP – Telefone:(12) 3116-5667
Horários: terça e quarta – fechado; quinta e segunda das 17h às 22h; sexta e sábado das 10h às 00h e domingo das 10h às 17h
Agora, se seu ponto fraco for tortas e bolos e, especialmente sorvete, você pode ir ao Lalau. É uma sorveteria, localizada também no centro histórico, com diversos sabores e opções de doces, além de um bom café expresso.
Lalau
Endereço:Rua Manoel de Aguiar, 08, Centro – Bananal/SP – Telefone:(12) 3116-1789
Horários: segunda à sexta, das 10h30 às 20h; sábado, das 10h30 às 22h e domingo, das 10h30 às 22h
Além do Habeas Copos, onde é possível se perder na conversa com os amigos, o Bar Restaurante Bistekão, ali na Praça da Matriz, tem cardápio variado, mas o seu forte são seus petiscos e a energia boa que rola no lugar.
Bistekão
Endereço:Rua Dona Zeca, s/n – Centro- Bananal/SP – Telefone:(12) 981347795
Horários: segunda – fechado; terça, quarta e quinta 17h30 às 00h; sábado, das 11h30 às 00h e domingo das 11h30 às 15h30
O povoado de São José do Barreiro foi fundado por volta de 1820, em território pertencente ao município de Areias, pelo Coronel João Ferreira de Souza e Alferes José dos Santos. A leste da Fazenda Pau D’Alho, e localizada aos pés da Serra da Bocaina, essa pequena cidade é uma importante estância turística da região. A diversidade de lojas de artesanato, quituteiras e pequenas pousadas no centro histórico é incrível. Porém, as cachoeiras e os passeios rurais são um desbunde: Represa do Funil, o Pico do Tira Chapéu (ponto mais alto do Estado de São Paulo), Cachoeira da Usina, Cachoeira da Mata, Cachoeirão de Formoso, Poço da Água Santa, Cachoeira de Santo Izidro, Cachoeira dos Mochileiros e o Parque Nacional da Serra da Bocaina (mais junto da natureza impossível!).
Projetada sobre uma suave colina, a casa grande da Fazenda Boa Vista, hoje transformada em hotel-fazenda, domina o cenário com sua arquitetura em estilo colonial. Parte das paredes, construídas em taipa de pilão, as vigas de madeira que sustentam a estrutura da casa grande e o telhado resistem ao tempo. Por sua beleza, a Fazenda Boa Vista é frequentemente procurada para locação de novelas e filmes de época, como por exemplo, Um só coração, de Maria Adelaide Amaral (2004) e Saramandaia, de Ricardo Linhares (2013).
A cidade foi uma das treze sesmarias concedidas aos pioneiros da colonização, lembram-se das aulas de história? Pois é! Seu nome vem do termo tupi “banani”, em referência ao rio sinuoso que corta a cidade. Com o cultivo do café, Bananal tornou-se uma das cidades mais ricas do Vale do Paraíba, alcançando o título de maior produtor de café em 1850. Com a decadência da cultura cafeeira, Bananal apostou na agropecuária, no turismo e no artesanato.
No centro histórico, a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Livramento é um verdadeiro tesouro do Barroco Brasileiro. Bem perto dali, o monumental Solar do Valim, construído em meados do século XIX, domina o cenário bucólico, com seus traços neoclássicos presentes nas portas e na escada principal.
Solar do Valim. Divulgação
A Estação Ferroviária de Bananal, inaugurada em 1889, teve sua estrutura pré-fabricada em placas almofadadas de aço importadas da Bélgica. A Pharmacia Popular – a mais antiga farmácia em funcionamento no Brasil – fundada em 1830 por um boticário francês, ainda tem suas portas abertas. Outros prédios com a mesma importância acrescentam valor histórico à área urbana da cidade, entre eles o sobrado de Dona Laurinha, a Santa Casa de Misericórdia e o Hotel Brasil.
Além das belas paisagens, Bananal conta, também, um pouco da história do Brasil na Trilha do Ouro, uma estrada construída por escravos para o transporte de mercadorias entre as minas do interior e o litoral. Hoje, pavimentada com pedras, a trilha atravessa a Serra da Bocaina.
No centro histórico há inúmeras lojas especializadas em artesanato. O mais tradicional por lá é o crochê, introduzido por D. Laurinha, na década de 1970, as peças são as mais diversas e em grande parte feitas em barbante cru.
Todas as fazendas oferecem produtos da terra, doces caseiros e lembrancinhas variadas. Porém, na Chácara Santa Inêz se encontram geleias, doces, açúcar mascavo e outras cositas más típicas dos recantos caipiras.
Chácara Santa Inêz
Endereço:Avenida João Barbosa de Carvalho, 1494, Vila Bom Jardim – Bananal/SP – Telefone:(12)3116-1591
Horários: segunda a domingo das 9h às 18h
Então, se você está super precisando de um ar serrano com a simplicidade que a vida pode oferecer, com comida boa, gente acolhedora, história e diversão, Bananal e região é a melhor opção para o seu fim de semana, feriado ou férias!
* Foto destaque: Estação de trem desativada em Bananal por Miguel Schincariol
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.