Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Ir ao Theatro Municipal por si só já é um programão, mas sempre é melhor quando o que assistimos nos toca de alguma forma. Fui na sexta passada assistir a ‘Adastra e Risco‘, a primeira apresentação da temporada 2017 do Balé da Cidade de São Paulo. Essa estréia teve um gostinho especial: Ismael Ivo dirigiu o espetáculo, se tornando o primeiro bailarino negro nessa posição em toda a história do teatro.
Ismael é nascido na Vila Ema, em São Paulo, e mora desde 1985 na Europa. Ele é um dos criadores do ImPulsTanz, que acontece em Viena e é um dos festivais de dança contemporânea mais importantes do mundo. Foi também o primeiro negro e estrangeiro a dirigir a companhia de dança do Teatro Weimar. Ivo, que assumiu o posto no Theatro Municipal esse ano, depois de ter sido convidado pelo secretário municipal de cultura André Sturm em dezembro passado, diz que fará temporadas temáticas e contará com convidados internacionais.
A primeira coreografia apresentada é Adastra, do catalão Cayetano Soto, criada em 2015 e que tem o nome inspirado no lema do brasão da Força Aérea Britânica, per adua ad astra – ‘por meio das dificuldades se chega às estrelas’. Depois entra Risco, coreografia nova com diretor cênico Sérgio Ferrara. Adastra é mais simples, não usa elementos externos e a trilha sonora é perfeita e primorosa, do italiano Ezio Bosso. É daquelas apresentações que tira o ar de tão bonita que é.
Já Risco é uma produção mais complexa. Não só complexa, como ousada também. Dá para ver a intenção de Ismael de colocar mais da cidade na dança, de tratar do corpo na cidade. Nela, se vê muito grafite, corpos pintados, água, para um final triunfal, com parte dos bailarinos pendurados.
O espetáculo fica no Theatro Municipal até dia 1 de abril. Depois, a companhia volta em junho para novas apresentações.
Dia 30, 31 e 1 de abril, às 20h
Ingressos a R$ 100 no setor 1, R$ 80 no setor 2 e R$35 no setor 3 (Compre aqui)
Dia 29 de março, às 16h
Ingresso a R$ 20 para todos os setores (Compre aqui)
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
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