Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Uma vez perguntei no grupo do Chicken or Pasta para onde deveria ir para um passeio de fim de semana, saindo de São Paulo. 90% das respostas foram: Você deve ir para Cunha. Conhecendo a cidade um tempo depois, entendi o porquê e não vejo a hora de voltar. A cidade tem tudo que a gente gosta: lugares lindos, boas comidas, ótimas opções de compras, e dá para fazer tudo com pouco tempo e dinheiro. Se você não conhece ainda, veja porque Cunha deve ser sua próxima viagem:
Se você, assim como a gente, mora em São Paulo, dá para visitar Cunha em um fim de semana. A cidade fica a aproximadamente 3 horas da capital paulista, saindo pela Ayrton Senna e Carvalho Pinto, até Taubaté, Presidente Dutra até Guaratinguetá e Paulo Virgínio até a cidade. Outra vantagem de Cunha é que agora, com a abertura em julho do ano passado da estrada Cunha-Paraty (SP-171), a descida para a cidade praiana dura menos de 1 hora. Mas atenção: o trecho da serra é uma estrada-parque e por isso essa área só está aberta das 7h às 17h.
Impossível falar de Cunha e não falar dos seus campos de lavanda. São dois para visitar:
O Lavandário é o maior deles, e também o mais visitado. Fica na Estrada Cunha-Paraty (SP-171), no quilômetro 54,7. A entrada no lugar custa R$10 por pessoa e, se você fizer compra na lojinha, essa entrada se converte em desconto. A vista do lugar é espetacular, tanto das lavandas quanto das montanhas ao fundo. A lojinha vende tudo que você pode imaginar relacionado a planta: mudas, óleos, velas, sabonetes e outros produtos para higiene, chás, ramos secos para decoração, e muito mais. Ali mesmo tem um café com algumas guloseimas como o sorvete de lavanda, chás e cupcakes. E, por último, existe um espaço para massagens – para fazer, você deve comprar o voucher para os dias disponíveis no site. O Lavandário abre normalmente somente de sexta a domingo e feriados, das 10h às 17h, porém existem algumas exceções (férias de verão e até o carnaval).
Seguindo na mesma estrada, um pouco mais à frente, no quilômetro 61,5 fica o Contemplário. Ele é menor do que o Lavandário porém é menos cheio, já que os ônibus de turistas não chegam ali. No Contemplário não se cultiva apenas lavanda: encontramos também capim limão, alecrim e outras plantas aromáticas. Todos eles têm seu óleo extraído, e com ele são produzidos sabonetes, aromatizadores e velas, disponíveis na lojinha. A lojinha, aliás, vende não só produtos feitos ali mesmo, mas produtos de toda a região, como hidromel e artesanato. E, se você tiver interesse, dá para se hospedar por ali: eles disponibilizam um chalé com terraço, cozinha e ofurô. O Contemplário fecha às terças e quartas, mas abre todos os outros dias das 10h às 18h.
Ouso dizer que é impossível ir para Cunha e não comer bem. De restaurantes requintados, até o self-service baratinho, tudo é feito com muita qualidade e com aquele jeitinho de comida de vó. Os ingredientes recorrentes na região são a truta, o shitake e o pinhão. Por isso, quando for para lá, não deixe de comer um prato com um ou outro ingrediente (ou até mesmo os 3 no mesmo).
Para um almoço mais caro, recomendamos o d’O Gnomo Restaurante e Petiscos. O lugar é um dos mais aconchegantes nos quais eu já estive. Chegando lá, você já é recepcionado pela filha do dono, que te explica como funciona tudo. No d’O Gnomo a cozinha é totalmente aberta e dá para ficar observando o chef Caio (o Gnomo do nome) preparando as refeições. Aliás, o Gnomo vai de mesa em mesa com o seu chapéu, digamos, peculiar para saber como tudo está indo. As opções de cachaça são ótimas e é comum encontrar alguma oferta de cerveja artesanal da região.
Para o almoço baratinho, corra no Melhor Hora, ali no centro, perto da igreja matriz e do Mercado Municipal. Custa 30 reais para comer a vontade, inclusive sobremesa. São pratos caseiros mineiros que mudam todos os dias, mas tem muita opção – inclusive vegetariana – e a comida é primorosa. Com certeza, o melhor custo-benefício da cidade.
Cunha é famosa pela cerâmica, sendo que sua história começou em 1975, quando Mieko Ukeseki Konishi, do Japão, e Alberto Cidraes, de Portugal, chegaram a cidade. Ali, eles se juntaram a 6 outros artistas e construíram no antigo matadouro municipal o primeiro forno de alta temperatura, chamado de forno Noborigama. A primeira queima foi em janeiro de 1976. Hoje é impossível contar quantos ateliês de cerâmica existem na cidade, tanto artísticos como mais utilitários, e por isso é um dos melhores lugares do país para a compra de peças. Muitos ateliês ainda fazem eventos na abertura dos fornos, então é sempre bom se informar.
A nossa sugestão para compras é a Oficina da Cerâmica, que fica Av. Antônio L. Monteiro, 816 e abre todos os dias, das 9h às 18h. Lá as peças são bem utilitárias: pratos, tigelas, copos, vasos e até pias. Os preços são bem amigos e o atendimento é excelente. Eles não aceitam cartão então leve dinheiro.
Uma das atrações mais conhecidas de Cunha é a Pedra da Macela, que fica a 1.840m de altitude e na fronteira dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. São aproximadamente 8 quilômetros de estrada, aí é necessário estacionar o carro próximo ao portão e fazer os 2 quilômetros restantes a pé. Apesar da distância ser pouca, ela é muito íngreme, e por isso muito cansativa. Não vendem nada por ali, então não esqueça de levar água e alguns salgadinhos/frutas para o passeio.
Lá de cima é possível ver Paraty, Ilha Grande e até mesmo Angra dos Reis. O dia tem que estar claro para isso. Se houverem algumas nuvens, a visibilidade já não é tão boa.
—
Curtiu? Se for para Cunha, não deixe de ler nosso guia super completo com várias outras dicas.
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.