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Viajar com pouca grana: martírio ou desafio?

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

28 de March, 2016

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Viajar com “recursos” limitados, ou seja, quando a coisa está preta mesmo, é sempre um desafio. Mas isso não significa que precisa ser um martírio. Ao menos é o que acredita Carol Fernandes, fundadora do Projeto ViraVolta, que fala sobre transformação pessoal através de viagens a longo prazo.

Conheci a Carol numa época que ela trabalhava em multinacional, pagava bebidas na balada para a galera, com uma conta que nunca dava menos de 300 reais. Fiquei impressionada ao saber que ela viajou dois anos pelo mundo, através de 44 países, com 17 mil dólares no primeiro ano e 8 mil dólares no segundo. Ela virou uma das maiores defensoras no Brasil desse estilo de viagem.

Bati um papo com ela para entender como foi essa “redescoberta” – ela diz que, viajando dessa forma, sua viagem tinha certamente muito mais perrengue, mas muito mais aventura, muito mais real contato com a cultura local. Além disso ela acha que  foi uma jornada de autoconhecimento: ampliou seus horizontes, experimentou, desafiou seus próprios preconceitos. Porque tudo isso é necessário quando você se força a ultrapassar seus limites.

E com toda essa propaganda, pedi algumas dicas do que fazer para diminuir seus custos. Não é que são bem boas?

1. Desencane de Paris

Hampi (Índia)

Oslo, nem a pau. Barcelona? Nananinão. Em vez de cismar em países de primeiro mundo, priorize uma região de baixo custo. Mesmo que isso signifique uma passagem aérea mais cara, a troca pode compensar, só tem que tirar aquele lápis debaixo da orelha e a conta. Carol sugere países nos quais seus gastos podem ser abaixo de 20 dólares por dia, como, por exemplo, Tailândia, Nepal, Índia, Laos, Bolívia, Equador, Quirguistão, Irã, Bulgária, Tunísia… Lá no projeto ViraVolta você pode baixar uma lista com estimativas de gasto-média dia para mais de 120 países.

2.  Roteiros alternativos e concentrados

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Ficar pipocando de um canto para o outro do mundo deixa a viagem mais cara, já que passagens e deslocamentos pesam muito no orçamento. Em vez de fazer Paris/ Madrid/ Amsterdam/ Oslo, porque não aproveitar para conhecer apenas o interior da Espanha? Muitas vezes é melhor conhecer profundamente uma cultura do que tentar abraçar o mundo (literalmente).

 3. Devagar e sempre

Viagem Longo Prazo

Quanto mais devagar viajamos, menos gastamos na média-dia, e muitas vezes, podemos viajar por mais tempo. Podemos com mais calma descobrir o lugar, permitindo gastar sempre o menos possível em deslocamentos (como por exemplo fazer algum trecho por terra em vez de voar). Ela conta mais aqui no 20 dicas para viajar barato pelo mundo

4. Formas alternativas de deslocamento 

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Ela conta que acabou ampliando a forma de pensar em transporte com formas muito econômicas: de carona, você conhece pessoas e compartilha histórias. Andar a pé pelos lugares ajuda você a se perder pelo caminho, explorar cada cantinho com calma e ainda se manter em forma. Andando de bicicleta, você repensa seus limites físicos e aprecia os detalhes que passam pelo seu caminho. É possível comprar uma bicicleta e adaptar formas de transportar suas coisas, como eles mostram aqui. Outra opção que já contamos aqui no blog é o BlaBlaCar, carona colaborativa que funciona muito bem em vários países.

5.  Diminuindo gastos com alimentação e hospedagem

Ometepe - Nicarágua

Uma opção incrível para descobertas é fazer trabalhos voluntários em troca de hospedagem e alimentação. A economia colaborativa está bombando e hoje existem diversas plataformas on-line que ajudam nessa busca, veja mais detalhes aqui. Nelas você encontra vários tipos de trabalhos diferentes e eles geralmente exigem uma carga horária de 4 a 5 horas por dia. Carol deu o exemplo da Angelina Yamada, que durante dois anos trabalhou em orfanato, maternidade, em fazendas orgânicas, com meninas grávidas expulsas de casa e refugiados da Síria. Uma outra opção é fazer house sitting, uma modalidade em que você cuida da casa da pessoa enquanto ela viaja: uma forma de viajar com conforto gastando muito pouco. Essas são ótimas soluções também para os países de custo médio ou alto.

Hoje a Carol se dedica a ajudar pessoas que querem viajar mais barato, inclusive dando cursos sobre isso.

Nesse mês, ela vai dar um curso pessoal sobre como aprender essas técnicas: “Um Guia Prático para Viajar Barato”

Datas:
03.04 – São Paulo (domingo das 10h às 17h)
17.04 – Rio de Janeiro (domingo das 10h às 17h)

E as pessoas que participam do curso ainda ganham um livro com todas as dicas e fotos inspiradoras do mundo, um e-book de recursos de viagens, uma planilha de planejamento de financeiro e de roteiro de viagem e outras ferramentas para economizar.

Segundo ela, viajar com pouco é uma arte, mas qualquer um pode aprender. E, depois de pegar o jeito, você vai entender que o mundo pode ser seu.

 

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

28 de March, 2016

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Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

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