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Uma vida em dois dias – O que rolou no Festival Path 2016

Quem escreveu

Renato Salles

Data

21 de May, 2016

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Chega março e todo ano é o mesmo frisson. Publicitários, músicos, cineastas e criativos em geral partem em romaria para Austin no Texas, para viver dias de muita informação, inovação, música, filmes e diversão. O SXSW já virou referência de festival no mundo inteiro. Mas agora quem tem um festival tão abrangente, relevante e interessante para chamar de seu somos nós, brasileiros, com o Festival Path.

Palestra da Pauline van Dongen sobre o trabalho dela com "wearables" incorporado em roupa.
Palestra da Pauline van Dongen sobre o trabalho dela com “wearables” incorporado em roupa.

Em sua quarta edição, o Path aconteceu no último fim de semana, e confirmou sua característica de evento múltiplo e agregador, que atrai gente de todas as idades e classes, e tem algo a oferecer para todo mundo. Teve gente que estava ali para tentar ver o máximo de palestras e talks possível. Teve quem só queria ver os shows que rolaram em palcos fechados e em plena praça pública. Alguns queriam ver os filmes, outros aproveitar as opções variadas de comida. E teve ainda os curiosos que queriam mesmo só ver o povo circulando por Pinheiros, e as ações divertidas oferecidas pelas marcas apoiadoras, como o túnel de cerveja da Sol e os tuktuks da KLM. Não à toa, o festival que começou em 2013 com pouco mais de 500 pessoas, esse ano chegou a um público recorde de mais de 10 mil.

Bike TukTuk esperando por passageiros.
Bike TukTuk esperando por passageiros.

Todo mundo que esteve lá compartilha de uma mesma sensação: era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e não dava para ver tudo! Mas, segundo os idealizadores Fabio Seixas e Rafael Vettori, a ideia é essa mesmo. O mundo é assim, tudo ao mesmo tempo agora, e parte da nosso aprendizado do dia-a-dia é saber selecionar entre tantas opções fantásticas, aquilo que nos move de verdade. Você atravessava o bairro para chegar a tempo de uma conversa incrível, com uma dorzinha no coração de perder uma outra. Mas depois acabava encontrando com amigos que foram no caminho inverso, e vocês acabavam trocando impressões e experiências, e ficava tudo bem.  E sempre tinha um show para embalar esses momentos. E sempre tinha mais coisa bacana para ver, então melhor correr.

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Show entre os foodtrucks no meio da praça.

Foi uma maratona. Mais de 300 horas de conversas condensadas em menos de 48, 26 shows, 20 filmes, exposição, gastronomia, muita coisa! Mas o mais legal de tudo era ver aquele mundo de gente, de todas as cores e caras, indo para cima e para baixo com o crachá pendurado no pescoço, transformando Pinheiros em uma grande comunidade. Entrando e saindo de museus, escolas, centros culturais, e usando a rua, a praça, a calçada. Por dois dias, não era São Paulo. Era a cidade Path, vibrante e cheia de cultura. Promovendo encontros e trocas, sempre agregando. Esse foi só o começo dessa história. Esperamos que um dia o festival abrace toda a cidade, e que a gente nem precise correr para Austin para saber o que está acontecendo de mais inovador no mundo, porque vamos ver tudo aqui mesmo.

Happy hour com cerveja, papo e música no final da tarde.
Happy hour com cerveja, papo e música no final da tarde.

Quem foi e curtiu – e quem não foi mas se interessou – não precisa esperar o ano que vem para ter mais Path. Os meninos fazem várias atividades imperdíveis ao longo do ano pelo selo d’O Panda Criativo. Segue eles lá!

Quem escreveu

Renato Salles

Data

21 de May, 2016

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.