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Como parte da programação da minha estadia no Nomaa Hotel em Curitiba, um passeio em um trem de luxo mudaria meus conceitos sobre esse meio de transporte tão charmoso, mas que infelizmente é tão escasso no Brasil.
Com saída programada para as 9h15 da manhã, o Litorina de Luxo (Copacabana), como o nome já diz, é um trem de luxo cujos vagões foram especialmente reformados e decorados para resgatarem toda aquela atmosfera charmosa, de uma época em que as viagens de trem eram mais presentes no cotidiano do brasileiro.
E pontualmente às 9h, uma bela composição estaciona e convida a todos para o embarque. No seu interior, uma riqueza de detalhes já anunciava que seria uma viagem diferente, inusitada. E de fato foi, embora as condições climáticas não tenham sido das melhores. Na versão diurna no passeio, a viagem começa com um delicioso café da manhã e, na sequência, algumas bebidas alcóolicas, como espumante e cerveja. Tudo para que se relaxe e aproveite ao máximo o passeio.
Do aconchego do vagão, através de suas grandes janelas de vidro, é possível avistar túneis, montanhas e desfiladeiros, além do serpentear da centenária estrada de ferro pela deslumbrante região onde se localiza a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil. Passamos por belíssimas paisagens, como a Cascata Véu da Noiva (devido à neblina, infelizmente, não foi possível ver) e a Ponte São João, que é um dos pontos culminantes da viagem. Construída há mais de 130 anos, a ponte tem nada mais nada menos que 110 metros de altura em seu vão livre, o que provoca um certo friozinho na barriga.
Por mais de 3 horas percorremos uma das ferrovias mais importantes do país, considerada também uma das maiores obras da engenharia brasileira, rumo à histórica Morretes. E é na pequena cidade fundada em 1721, parada obrigatória para os comerciantes, e grande produtora de erva-mate, que o passeio deixa o trem e foca em um famoso prato típico da região: o barreado.
O barreado é um dos pratos mais tradicionais da culinária paranaense. Sua origem de mais de 300 anos é açoriana, e se tornou muito popular entre os antigos caixeiros viajantes, que precisavam manter a comida preservada em suas longas jornadas continente adentro.
Servido no consagrado Restaurante Serra Verde Express, do chef Daniel Schmidt, o prato consiste de um ou mais tipos de carne bovina temperada com cebola, alho, toucinho de porco, pimenta-do-reino, louro e cominho, e cozida até desmanchar em uma panela de barro, que é vedada com uma massa feita de farinha de mandioca e água. Para servir, o cozido é misturado à farinha de mandioca, até chegar à consistência que dá nome ao prato. Pode ser servido com arroz e banana-da-terra fatiada. Uma delícia sem precedentes!
O passeio todo é uma experiência única no Brasil e já foi eleito pelo The Wall Street Journal como um dos três passeios em trem de luxo mais interessantes do planeta. Então, você deveria colocá-lo imediatamente na sua lista de passeios futuros.
Vale lembrar também que a Serra Verde Express, empresa que administra os passeios, disponibiliza passeios temáticos especiais como o Beer Train, um passeio regado à boa cerveja, e o Litorina Noturna de Luxo, com parada especial para jantar no Restaurante Obra Prima, no sopé da Serra do Mar. A empresa também oferece passeios mais tradicionais, sem o conforto do serviço de bordo e guia, em trens mais simples.
Os preços variam entre R$85 por pessoa (para as viagens mais simples) até R$328 no trem de luxo Litorina Curitiba, Foz ou Copacabana.
Aproveito para agradecer o Curitiba Convention & Visitors Bureau e o Nomaa Hotel pelo convite! Foram dias sensacionais!
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.