Berlim 24 horas

O dia-a-dia de quem mora em Berlim com dicas culturais, gastronômicas e de passeios para todos os gostos e bolsos.

Decoding

Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.

Festivais de música

Os melhores festivais de música do Brasil e do mundo num só lugar.

Fit Happens

Aventura, esporte, alimentação e saúde para quem quer explorar o mundo.

Quinoa or Tofu

Restaurantes, compras, receitas, lugares, curiosidades e cursos. Tudo vegano ou vegetariano.

Rio24hrs

Feito com ❤ no Rio, para o Rio, só com o que há de melhor rolando na cidade.

SP24hrs

Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.

SXSW

Cobertura pré e pós do SXSW 2022 com as melhores dicas: quais são as palestras, ativações, shows e festas imperdíveis no festival.

The Next Web: um encontro de loucos em Amsterdã

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

01 de June, 2016

Share

“Calling all the crazy ones” – foi com esse slogan de evento que senti um apelo pessoal para ir ao The Next Web, que aconteceu essa semana em Amsterdã. Um pouco do que vi por lá:

(Vídeo amador feito em um iPhone6 com tela quebrada no avião, relevem… )

Sair de eventos como esse traz um incômodo confortável. Incômodo porque você vê, quando se trata de novas tecnologias, o quanto você não sabe nada do que está fazendo. Mas ‘confortável’ por descobrir quantas pessoas renomadas e de prestígio também não tem a menor ideia.

Confesso que houve menos “crazy ones” do que esperava, mas alguns…Tive uma identificação imediata com a palestra de um digníssimo jovem cuja pretensão de vida foi querer virar uma cabra. E fez um projeto de meses com várias universidades até conseguir passar uma semana como uma cabra. Já contei sobre isso aqui

Sério. Cabra.

cabra

Outro não menos louco foi o Casey Neistat, celebridade internética, que para causar na  conferência resolveu dar um rolê de fraque nos canais de Amsterdam:

Válido, teve sua dose de crazy one. Mas a graaaaaande maioria das palestras desse tipo de conferência continuam sendo de neo-milionários cagando regra sobre como criaram uma startup com 3 moedas e agora ela vale quatrozigalhõesdedólares. Nada pessoal (viu Gary Vaynerchuk?), mas quando você espreme os conteúdos, sobra mesmo um artigo da Você S/A, disfarçado pela voz e eloquência de um Ted Talk.  

O que acho mais interessante é o que acontece além das figuras tarimbadas: nas salas menores ficam as ideias iniciais, workshops, testes sendo feitos, protótipos, cenários – e onde realmente vai surgir a próxima ideia. Não podemos falar de inovação disruptiva se baseando em sucessos do passado, certo?

Entre as maiores tendências quando se fala em inovação são transparência radical, abertura e descentralização.  Mas como estão funcionando de verdade? O Leo Widrich da Buffers, empresa de social media, contou como a empresa resolveu ser totalmente distribuída e radicalmente transparente. Lá, eles trabalham sem nenhum tipo de gerência e cada um define seu próprio salário, incluindo o que fez, e como a Buffers cresceu para quase 100 pessoas. A ideia é audaz e incrível, mas os desafios operacionais são bastante grandes, ele relatou.

Negócios voltados às futuras gerações e  com impacto positivo é uma área que vem crescendo maravilhosamente. O que isso significa? Empresas que além de ter o objetivo de lucro, geram um valor para resolver os problemas do mundo. Exemplos são a Power Window, que faz vidros para janelas que geram energia solar para edifícios. Ou ainda The Ocean Cleanup, como o nome diz, startup com protótipos para limpar o oceano. A Zeewarr quer fazer plantações de algas, que além de limparem o oceano, contém muito mais proteína que carne. Na mesma onda está o Vegetarian Butcher, empresário que conseguiu chegar a texturas e gostos muito próximos aos da carne com ingredientes vegetais e aclamado entre os carnívoros. Mas além de iniciativas isoladas, essa área é uma das que mais cresce entre as startups, inclusive muitos investidores especialistas em impacto positivo estavam por lá.

Outro grande tema é a descentralização do fluxo de dinheiro. O futuro é que os pagamentos devem ser mais fluídos, com uma experiência quase imperceptível para o usuário, e de forma distribuída. Consideramos nisso desde estruturas de transferências internacionais mais rápidas e justas (mandar dinheiro para o Vietnã com taxas mínimas), até novos modelos da forma de gerar receitas nos negócios.

Um grande exemplo é a produção de conteúdo atual, hoje sustentado pela verba de marketing de empresas de produtos e serviços. Ou seja, jornais, blogs, vídeos, TV são sustentados através de propaganda. Enquanto esse modelo demonstra falhas e crise institucional – vide a quantidade de revistas e jornais fechando – novas ideias surgem. Um exemplo é o Blendle, uma startup holandesa que entrega para você no seu email todos os artigos de jornais, revistas e pessoas  que você gosta ou separados por tema de interesse, independente do país.  Pensa em uma mídia programática? É o mesmo raciocínio, porém para jornalismo.

Outra conversa interessantíssima que tive foi com o Peter Sunde, fundador do Pirate Bay. Além de ter batido altos papos sobre a prisão, ativismo, o marco civil, e o futuro da distribuição de conteúdo, ele contou do seu novo bebê, o Flattr Plus. O vídeo deles é genial:

Utópico? Falei com a Laura Dornheim, sócia do Peter, que explicou melhor as ideias por trás do sistema.

É o tipo de evento que você sai inspirado, e com a certeza que tudo vai mudar bastante nos próximos anos. Ainda bem.

 

Quem escreveu

Vanessa Mathias

Data

01 de June, 2016

Share

Vanessa Mathias

Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.

Ver todos os posts

    Adicionar comentário

    Assine nossa newsletter

    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.