Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Todo mundo que mora em São Paulo sabe que a 23 de Maio é o caos. A avenida é uma das mais movimentadas da cidade e o sábio motorista fará de tudo para tentar fugir dela. Agora imagina: você está lá, curtindo um trânsito, quando de repente avista uma caravela. Uma o que? Sim, uma caravela. Não, não estou viajando: por vinte e cinco anos houve uma caravela na 23 de maio.
A “embarcação” foi construída em 1970, ocupava o número 3001 da avenida, próxima ao viaduto Tutóia, e tinha 4500 metros quadrados. Surgiu para ser um restaurante temático, e é claro que o nome do lugar era “A Caravela”. E, mais óbvio ainda: O restaurante servia frutos do mar. Foi um sucesso, muito devido ao exótico ambiente.
Em 1984, o restaurante cedeu lugar a uma danceteria, a Latitude 3001. Para isso, houve uma reforma completa do lugar e o investimento foi de quase 500 mil dólares. Mas o lugar ficou caprichado: tinha um lago artificial onde dava para andar de barco, um bosque de pinheiros, sala de jogos no porão, uma pizzaria, um restaurante para até 200 pessoas e duas vitrines – uma com um professor de ioga e na outra com uma mulher vestida de sereia. Sério.
A pista ficava no segundo andar, onde também aconteciam duelos de piratas. Ali também tinha um palco para show de rock. Muita gente conhecida tocou por lá, a cantora alemã Nina Hagen foi uma delas. A danceteria, entretanto, só sobreviveu por quatro anos e em 1989 o lugar se transformou no “Lamba Reggae”, tentando aproveitar a febre da lambada que assombrava o país. Não virou.
Antes de ser demolida em 1995, a caravela serviu ainda para uma casa de material de construção e um lava-rápido. Hoje, no mesmo lugar, se encontra o Hotel Pullman.
Foto de capa: Raphael Strada
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.