Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
“Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar” – foi o Leonardo da Vinci que disse, mas poderia ter sido eu. Ou você. Afinal, quem não queria poder voar?
Alguém errou, com certeza. Não sei se foi a divindade lá em cima (segundo os criacionistas), ou alguma mutação maldita ali entre a ameba e a salamandra (entre os evolucionistas) – mas alguém errou em não virmos com asas de fábrica. Errou feio. E daí sobrou a nós, pobres humanos, dar aqui nossas piruetas para conquistar o céu. Mas vamos combinar que entre check-ins, passaportes, cintos de segurança, saídas de emergência – o romantismo de flutuar, foi definitivamente, pro espaço.
Por isso que, em Johanesburgo, ao descobrir que podíamos fazer um safári a bordo de um balão, a Natália da Luz (do incrível blog Por Dentro da África ) e eu ligamos incansavelmente até conseguir um dia com o tempo bom para levantar vôo. Sim, porque balões são temperamentais: eles voam quando querem, para onde querem – e você tem bem pouco controle sobre as vontades dele.
Às 4 da manhã ouvimos portanto o veredito do balão – que sim, gostaria de voar naquele dia. Quem deu a notícia foi nada mais nada menos que… Sir Bill Harrop, a lenda dos balões. E foi com a emoção de entrar no camarim de um artista que conhecemos o próprio, que dirigia a van que veio nos buscar em Johanesburgo.
Sir Bill Harrop foi um o precursor do balonismo turísticos por aquelas bandas, e é tudo que você poderia esperar de um baloeiro: a barba de marinheiro, o uniforme impecável, o jeito extravagante e um sorriso contagiante de quem não acorda às quatro da manhã todos os dias (mas sim, acorda). Na hora e meia até o local do encontro, metralhei com perguntas do que o levou a ter a empresa baloeira mais bem sucedida do hemisfério sul. Antes, ele velejava no Caribe, e ao vir para África do Sul em busca de um amor (como toda boa história de baloeiro deveria começar), encontrou sua paixão no ar.
Em uma casa linda você ingere algumas doses cavalares de cafeína (bom, eu ingeri, dada minha aversão a esportes que exigem madrugadas aventureiras) enquanto escuta as regras de instrução: “não se jogue do cesto, por favor”. Anotamos: achamos essa uma regra importante.
Muito ar quente dentro da borracha, estávamos prontos para partir. A área de balões fica bem próxima ao Pilanesberg National Park, mas ainda assim é difícil encontrar elefantes ou zebras dentro do campo. Ponto negativo para nossa expectativa de safári dentro do balão. Aparentemente safari significa jornada, e não “venha ver zebras”. De qualquer forma, as zebras logo se tornariam secundárias. Levantamos voo bem sutilmente, e a sensação não é de andar em cima das nuvens, e sim ser a própria nuvem.
E como nuvens, foi bem sutil como atravessamos o campo de abóboras, com os catadores dando tchauzinho para o balão. Quando você quer ir para direita, o vento te leva para esquerda. Peço para ir naquela montanha ali ao lado, o baloeiro ri (Só eu que achei que balão era um zepelin? Faz sentido o nome “dirigível”, pensando agora). E assim, respeitando a vontade dos ventos, vamos cruzando os campos verdinhos.
O voo dura entre uma hora e uma hora e meia: o tempo suficiente para pensar na curiosidade humana de superação da natureza, da pequenez dos problemas que ficam lá embaixo, e “como diabos vamos desviar para não cair naquele galinheiro ali aimeujesuismariadocéu”. Entre os altos e baixos mentais e literais, logo aterrissamos quase-quase em cima de uma árvore. Ficou curioso? Olha o vídeo que fizemos do passeio;
Champanhe ao final do voo é ritual – e amamos. Afinal, não apenas é ótima desculpa socialmente aceitável para beber às 10 da manhã, mas também porque amamos rituais. Um café de manhã nos esperava, com sorrisos do Bill Harrop, panquecas com whisky e chantilly, receita da casa.
Esse era mais um dia na vida do Sr. Bill Harrop, que acorda todos os dias, às 4 da manhã, e mantém um sorriso incansável, até o último balão pousar. O entusiasmo diário, durante 35 anos. Pra mim, só ficou uma lição: namore alguém que te olhe como o Bill Harrop olha para um balão.
Pelo email ou telefone +27-11-705-3201 ou +27083 443 2661/2662
Como chegar: o Bill Harrop tem uma Van que leva de Johanesburgo até o local gratuitamente.
Para um serviço mais exclusivo, você também pode ligar para o Marino Mariano da New World Safaris, que vem até com frutinhas e castanhas para comer no caminho, super fofo e recomendo. Mande um email para ele ou ligue diretamente: +27 71 585 5301
Sugerimos ficar em Johanesburgo mesmo, pois há pouco para fazer perto da região onde se soltam os balões. Um hotel lindinho que ficamos foi o Da Vinci Hotels, para quem gosta de design e fica pertinho de tudo (bem dentro do Nelson Mandela Square). Outra opção excelente é o Maslow Hotel, em Sandton, um pouquinho mais afastado mas é extremamente charmoso com serviço de hotel cinco estrelas.
O Chicken or Pasta viajou para a África do Sul a convite da South African Tourism e da South African Airways , quer saber mais sobre a África? Não esqueça de ver o site deles!
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.