Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Seja nos restaurantes mais elegantes, ou nas múltiplas opções de comida de rua, São Paulo é inegavelmente uma capital gastronômica. E mesmo que a memória afetiva em geral nos leve à comida das mulheres de nossas vidas, nossas mãe e avós, a culinária paulistana é mais uma das áreas em que os homens dominaram. Mas isso não impediu que algumas bravas mulheres tenham tomado conta de suas cozinhas, e transformado suas receitas em verdadeiros negócios, e nos deleitem diariamente com seus sabores únicos. No Dia da Mulher, celebramos as chefs e restauratrices que fazem da mesa dos paulistanos verdadeiras experiências sensoriais.
Marie-France Henry – Em 1954, o casal Roger e Fortunée Henry inaugurou o que viria a ser um dos mais clássicos restaurantes da cidade, o francês La Casserole. Desde 1987, a filha do casal Marie assumiu o comando do salon, e quase 30 anos depois ela finalmente começou a passar o bastão para seu filho mais novo Leo.
Janaína Rueda – Paulistana da gema, nascida no Brás, Janaína trabalhou nos extintos (e famosos) Hipopotamus e Gallery, o que deu a ela essa mão para conduzir a boa e velha boemia. Seu dom se materializou em 2008, quando ela abriu seu primeiro restaurante e bar, o Bar da Dona Onça, no térreo do mai icônicos dos prédios da cidade, o Copan. Desde então, ela não sossegou, e abriu ainda o badalado Casa do Porco com seu marido Jefferson.
Carla Pernambuco – Gaúcha radicada em São Paulo, a Carla já foi atriz, produtora cultural, publicitária, mas foi só quando ela fez uma especialização em culinária em Nova York que ela se encontrou. Com o know-how de fora, e a pesquisa intensa dos ingredientes nacionais, ela foi uma das precursoras do reconhecimento da culinária brasileira. Hoje, além de tocar seus restaurantes Carlota e Las Chicas, você ainda pode ver (e provar) seu trabalho em programas de TV e livros de culinária.
Miri e Fátima de Castro – Se você vai a Salvador, encontrar um bom acarajé é mais mole que sentar no pudim – de tapioca. Mas em terras paulistanas, isso pode ser uma tarefa complicada. Sorte nossa que a Miri e a Fátima desembarcaram por aqui. Depois de anos no meio corporativo, elas jogaram tudo para o alto e montaram o simpático Tabuleiro do Acarajé. A receita do tradicional bolinho baiano elas aprimoraram com dicas tiradas da internet mesmo, mas elas chegaram no ponto certo. Quem for lá provar, não pode deixar de trocar um dedo de prosa com essas divertidas irmãs.
Xmune e Olinda Isper – Mais duas irmãs que, apesar de terem nascido aqui, trouxeram de fora a inspiração para deixar a cidade mais gostosa. No comando do pequeno e sempre lotado Tenda do Nilo, Xmune cuida da cozinha, enquanto Olinda organiza o salão cheio de habibs. Aqui se come o melhor da culinária tradicional libanesa, de simples kibes até o elaborado fatte, e uma das melhores sobremesas da cidade, o Mil e Uma Noites. Como um nome desses, quem resiste?
Helena Rizzo – A Helena também veio do Rio Grande do Sul, e também trabalhou em outra área. Era modelo até se mudar para São Paulo. Aqui, ela foi trabalhar com gente do calibre de Claude Troisgros e Emmanuel Bassoleil. A partir daí, ela não parou mais. Fez estágio em cozinhas da Itália e Espanha, até voltar ao Brasil para abrir o Maní, eleito o 36º melhor do mundo em 2014 pela Revista Restaurant. E o restaurante ainda rendeu muitos filhos, como o Restaurante Manioca, o Café Manioca, a Casa Manioca e a mais recente Padoca do Maní.
Paola Carosella – Quem não conhece a Paola, não esteve na cidade em 2015. Ela estava em todas depois da sua participação como jurada do Master Chef. Mas sua história vem de longe. Vinda da Argentina, onde trabalho com o chef-estrela Francis Mallmann, passou por cozinhas de Paris, Nova York, Califórnia e Uruguai, até chegar a São Paulo em 2001. Desde então, ela comandou o Julia Cocina, fechado em 2008, o Arturito e o mais recente La Guapa.
Ana Maria Trajano – Ela podia apenas seguir os passos da mãe, a empresária Luiza Helena Trajano, e estaria feita. Mas Ana Maria resolveu trilhar seu caminho próprio pela culinária brasileira de raiz. Seu empenho culminou na abertura do Brasil a Gosto, uma pequena e escondida joia da gastronomia. As receitas são sempre muito tradicionais, os ingredientes são sempre frescos e nacionais, mas as suas receitas fazem bonito em qualquer lugar do mundo, como promete o nome.
Talitha Barros – Em meio a tantas grandes chefs, a Talitha talvez seja a mais cozinheira de todas. No melhor sentido da palavra. Em qualquer dia que você visitar o descolado Conceição Discos, você vai ver ela ali, com a barriga no fogão, fazendo praticamente sozinha todas as delícias que atraem multidões. Ela pode vir de lugares muito mais elaborados, como o Mangiare, Bravin, e o próprio Brasil a Gosto. Mas aqui sabor e simplicidade andam de mãos dadas. E ainda vem acompanhados da risada contagiante da Talitha.
Kuniko Yonaha – Ela chegou do Japão ao Brasil em 1963 com 11 anos, e recebeu o nome que a faria famosa. 3 anos depois, começou a ajudar os pais nas árduas jornadas de trabalho vendendo pastel em feiras de rua. Empreendedora, montou sua própria barraca, o Pastel da Maria, na frente do Estádio do Pacaembu. Sua receita sequinha e crocante fez tanto sucesso, que Maria não só ganhou diversos prêmios, como logo se espalhou por 6 feiras da cidade, e hoje tem ainda 9 lojas fixas em vários bairros paulistanos.
Renata Vanzetto – Começou a cozinhar aos 9 anos e aos 13 já comandava a cozinha do restaurante da mãe em Ilhabela. Com 17 foi trabalhar na França e na Espanha. E aos 18 abriu seu próprio lugar, e ganhou seu primeiro prêmio do Guia Quatro Rodas. Agora, sem sequer ter completado 30, ela toca o exótico Marakuthai, que serve pratos revisitados da culinária asiática, e o discreto Ema, com releituras autorais de pratos de sua infância.
Foto destaque: Miri e Fátima de Castro – Tabuleiro do Acarajé (Divulgação)
O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.
Ver todos os posts[…] já que ontem falamos das mulheres que dão sabor a cidade, nada mais justo do que escrever hoje sobre um dos nossos […]
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.