Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Berlim é uma das cidades mais pulsantes do planeta. Não dá nem para contar a infinidade de relatos apaixonados por essa metrópole. São incontáveis festivais de música e teatro, parques, museus, galerias, monumentos históricos e uma arquitetura de tirar o fôlego. Mas tudo isso alguém em alguma parte desse “mundão de meudeus” já disse. O que proponho é de outra vibração: você já pensou em conhecer a cidade sob a perspectiva de um artista? Aí as coisas mudam, não? Para esse roteiro incomum pela cidade, convidamos Alex Flemming, um dos artistas mais reconhecidos da cena contemporânea. E ele topou! É muito glamour!
Aposto que Alex Flemming é seu velho conhecido (só que talvez você não saiba!). Ele é responsável por duas das obras públicas mais bacanas da cidade de São Paulo: os vitrais da estação de metrô Sumaré, e mais recentemente, os vitrais da Biblioteca Mário de Andrade. Não bastasse isso, ele desafia constantemente os limites da pintura, da fotografia e da gravura. Tudo regado a muita liberdade e paixão.
Em plena comemoração dos seus 40 anos de trajetória, e morando há 25 anos em Berlim, ele compartilhou os seus cantos preferidos na capital alemã. Na lista estão parques e lugares descolados, museus, centros culturais e galerias de arte.
O Tiergarten (no mais puro alemão, que dizer jardim de animais) fica na parte ocidental de Berlim e dá nome ao bairro também, onde existem diversos monumentos arquitetônicos como Siegessäule, Kongresshalle e o Palácio de Bellevue. No passado, o lugar era destinado à caça para os reis da Prússia.
Dos tempos sombrios do Muro de Berlim, surge o Mauerpark, outro parque frequentado pelo nosso artista. No bairro de Prenzlauer Berg, a antiga “faixa da morte”, onde existiam obstáculos, torres de observação e patrulhamento de guardas da ex-Alemanha Oriental, virou esse parque charmosíssimo depois da unificação alemã. Quem diria, não?
Por último, Alex Flemming indica o Friedrichshain, um bairro da moda de Berlim. São inúmeros bares, restaurantes, boates e lojas interessantes. Em geral, a frequência do lugar é de uma galera mais jovem, alternativa e idealista, ou seja, estudantes e artistas.
Aqui as coisas complicam! Flemming tem uma seleção avassaladora. Entre os museus de arte, ele escolheu: o Hamburger Bahnhof, a Berlinische Galerie, a Neue Nationalgalerie, a Gemäldegalerie, o Museum Berggruen e Bode Museum. Sem contar os que não são propriamente de arte, como o Jüdisches Museum e o Deutsches Historisches Museum. Como esse roteiro tem suas limitações, optamos por três dos mais legais.
O Museum Hamburger Bahnhof, originalmente, era uma das primeiras estações ferroviárias da Alemanha. Em 1987, o edifício reformado abrigou sua primeira exposição e em 1996, finalmente, transformou-se em um dos museus de arte contemporânea mais badalados do mundo.
Na outra ponta, dos museus está a Gemäldegalerie, um museu que guarda uma das mais importantes coleções de arte europeia dos séculos XIII ao XVIII. Em 1797, esse museu surgiu da ideia de constituir a primeira coleção de arte pública e de caráter educativo em Berlim.
Na ilha dos museus está o Bode Museum. Ele é uma homenagem ao primeiro curador do museu, Wilhelm von Bode. Esse museu tem diversas coleções que passam pela arte bizantina, pelo gótico italiano e pelo o início do Renascimento. Abriga também uma das maiores coleções de numismática do mundo (moedas do começo da Casa da Moeda, na Anatólia do século VII AC até moedas atuais).
Flemming também é generoso na sua seleção, entre os seus destaques: o Kunst-Werke Institute for Contemporary Art, o Me Collectors (permanentemente fechado), o Sammlung Boros, C/O Berlin e o Gropius-Bau. Este último centro cultural é marcado pela história de Martin Gropius, um tio-avô de Walter Gropius, arquiteto alemão e fundador da Bauhaus (uma escola de artes e design que revolucionou a arte moderna). Em 2001, o edifício se tornou centro cultural, abrigando exposições nos campos da arte, arqueologia, fotografia e história. Lá também tem uma livraria, um restaurante com cafeteria e cinema.
A cidade tem aproximadamente 440 galerias e, entre elas, nosso artista escolheu a Eigen + Art, Michael Schultz e DAAD Galerie. Todas elas com intensa programação de exposições durante o ano inteiro.
Ufa! Não é por nada, não, mas Berlim é um dos cenários mais efervescentes para um artista viver. As preferências de Alex Flemming nos mostram um pouco de sua aventura pela arte.
Foto destaque: Berlim – Rodrigo Paredes – Flickr
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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