Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
No hemisfério Norte, onde ainda é verão, a arte invade as ruas, parques e até mesmo o rooftop de museus. Selecionamos algumas obras que valem a visita, inclusive já falamos de algumas por aqui. Se estiver pelo norte do planeta, não deixe de espiar se alguma delas não está no seu caminho:
Olafur Eliasson é o artista convidado na 9ª edição da mostra de arte contemporânea do Palácio de Versalhes. Olafur visitou o local várias vezes para se inspirar na criação de suas obras, que se relacionam com a história do lugar. A cachoeira gigante que cai do nada no Gran Canal é a que chama mais atenção. Waterfall tem uma estrutura escondida atrás do jato d’água, criando um efeito mágico como se não houvesse uma fonte para a queda d’água que produz. Mas não é só isso. Essa é uma das 8 obras de Olafur espalhadas nas áreas internas do palácio e jardins. Na área externa ainda tem Fog Assembly e Glacial Flour Garden, em que os visitantes ficam envoltos pelo nevoeiro provocado pelas obras e sentem o frio das geleiras. Já nos aposentos internos, as obras The Curious Museum, Your Sense of Unity, Deep Miror (Yellow)/Deep Miror (Black), Solar Compression e The Gaze of Versailles dialogam com os espaços. São obras que exploram espelhos e luz, possibilitando um jogo de reflexos infinitos. Até 25 de Outubro, Palácio de Versalhes, Versalhes, França. Dica: compre ingresso antecipado online, assim você evitará as filas homéricas que costumam se formar no verão por lá.
Quem estiver pelo Japão e gostar de arte, a parada obrigatória é a Setouchi Triennale, que é provavelmente um dos eventos de arte mais incríveis do mundo. O evento, dedicado à arte contemporânea, acontece em 12 ilhas, no mar de Seto, nos arredores de Takamatsu. O tema desta edição é Restauração do Mar, que visa valorizar as características de cada ilha, revitalizando a natureza e o estilo de vida local através das artes. As intervenções artísticas estão expostas em: Naoshima, Toshima, Megijima, Ogijima, Shodoshima, Oshima, Inushima, Sayajima (somente primavera – que já foi), Motojima (somente outono), Takamijima (somente outono), Awasima (somente outono) e nos portos de Takamatsu e Uno. Participam 177 grupos de artistas de 25 países diferentes, que produziram 100 novas obras, algumas delas ao ar livre e outras espalhadas em inúmeras casas abandonadas e edifícios, que abrigam exposições de site specific. São necessários pelo menos três dias para visitar tudo e o festival conta com uma balsa para fazer os transportes entre uma ilha e outra. Datas: 18 de julho a 4 de setembro e 8 de outubro a 6 de novembro, Takamatsu, Japão. Recomenda-se comprar ingresso com antecedência.
A Serpentine Gallery anualmente convida um arquiteto, que nunca tenha construído nada na Inglaterra, para criar um pavilhão temporário nos gramados do Kensington Gardens, em Londres. Por lá já passaram Zaha Hadid, que foi a primeira convidada, Jean Nouvel, Rem Koolhaas, Olafur Eliasson e até Oscar Niemeyer. O convidado desta edição foi o o arquiteto Bjark Ingels, do escritório dinamarquês BIG, que tem carta branca para criar o espaço como quiser. Nesta edição, a novidade são as Summer Houses, 4 espaços, que se espalham ao redor do pavilhão principal. O evento conta com uma extensa programação com festas, palestras, exposições. E estando em Londres, não deixe de visitar a nova extensão do Tate Modern, que tem a exposição imperdível de Georgia O’Keefe; e também a exposição David Hockney – 82 Portraits and 1 Still-Life, no Royal Academy. Até outubro, Kensigton Garden, Londres. Gratuito com exceção da programação noturna.
O Victoria & Albert Museum está com uma instalação bem interessante em seu jardim inspirada por besouros e fabricada por robôs, a Elytra Filament Pavillion. Isso mesmo. A instalação foi encomendada por arquitetos e engenheiros da Universidade de Stuttgart e é inspirada nas asas de besouros, que parecem conchas, conhecidos como “elytra”. É a arte na robótica. Até 6 de Novembro, diariamente, das 10 às 17h45 e às sextas, até às 22h. Endereço: Cromwell Road, Londres.
Quem esteve na Expo 2015 em Milão, deve ter visto a bela obra “The Hive”, do artista Wolfgang Buttress, que fazia as vezes de pavilhão da Inglaterra. Foi um dos pavilhões que mais gostamos nesta Expo. Agora a mesma instalação estará em exposição no Royal Botanic Gardens, a 16km da região central de Londres. The Hive é uma estrutura única, inspirada na investigação científica sobre a saúde das abelhas. A instalação é feita a partir de milhares de peças de alumínio que criam um efeito de treliça e está equipada com luzes LED, que brilham, desaparecem e vibram em torno das pessoas. Esses elementos multi-sensoriais estão de fato respondendo em tempo real a atividade das abelhas de Kew. A intensidade do som e luz varia de acordo com o aumento da colmeia dando assim aos visitantes a visão sobre a vida dentro de uma colônia de abelhas. Até Novembro 2017, Royal Botanic Gardens, Kew, Inglaterra.
No rooftop do MET Museum, em Nova York, há uma instalação bem inusitada da artista Cornelia Parker, o Transitional Object (PsychoBarn). Uma escultura em grande escala foi inspirada nas pinturas de Edward Hopper e dois emblemáticos símbolos da arquitetura americana, o clássico celeiro de madeira vermelha e a sinistra mansão da família Bates, do filme Psicose, de Alfred Hitchkock. Estando por lá, aproveita para ver a exposição da Diane Arbus. Até 31 de Outubro, MET, 1000 Fifth Avenue, Nova York.
Seven Magic Mountains é uma bela instalação de pedras coloridas e sobrepostas formando 7 colunas, exposta no meio do deserto próximo à Las Vegas, próximo ao Jean Dry Lake. A criação é do artista suíço Ugo Rondinone. Visível de qualquer lugar do deserto ao longo da Instate 15, a instalação oferece uma crítica a partir de um simulacro de destinos como Las Vegas. A localização está exatamente no meio de dois caminhos: o “artificial”, que é a rodovia com fluxo constante de tráfego entre Los Angeles e Las Vegas, e o natural, que é a cadeia de montanhas, o deserto e o Jean Dry Lake como pano de fundo. Ficará por lá por 2 anos e aqui tem o passo a passo de como visitá-las. Até Maio de 2018, próximo a Las Vegas, Nevada.
Quem for para Berlim e quer visitar a East Side Gallery, o maior pedaço do muro de pé na cidade, pode aproveitar para conhecer o novo The Wall Museum, o quarto museu sobre o muro, inaugurado em abril deste ano. São cem monitores distribuídos em treze salas apresentando filmes e documentários da história alemã, do fim da Segunda Guerra à queda do Muro de Berlim.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.