Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Barcelona não esconde seus atrativos de ninguém. Os que não viram, precisam voltar à cidade. Não tô brincando não! Os que ainda não conhecem, estão perdoados só até o final deste post. Como não se divertir em lugares, como Las Ramblas, La Boqueria, a região portuária, o bairro gótico e Montjuïc – tudo regado por horchata de chufa e outras bebidinhas locais? Mas, nem uma visita à cidade é digna deste nome se não incluir, ao menos, um monumento erguido pelo arquiteto Antoni Gaudí i Cornet.
Reconhecida mundialmente, a cidade é de Gaudí e de suas construções modernistas, como a Sagrada Família, a Pedrera, a Casa Batlló e o Palau Güell. Sabia que em 2002, Ano Internacional de Gaudí, os donos de casas projetadas por ele receberam incentivos para abrí-las para visitas públicas? Este impulso deu “aquele up” no turismo catalão, tanto que em 2004, a Casa Batlló abriu e em breve, será a vez da Casa Vicens, o primeiro grande projeto de Gaudí.
Em 1883, apenas cinco anos após ter concluído a escola de arquitetura de Barcelona (aliás, dizem às más línguas que Gaudí não se destacava por suas notas, mas isto é segredo nosso!), ele inicia a construção da Casa Vicens. A ideia era ser uma casa de verão, nos arredores da cidade, na Calle les Carolines, no. 24, para um único cliente, o fabricante da telhas Manuel Vicens i Montaner. Nesse mesmo ano, Gaudí inicia a Sagrada Família, um projeto que irá durar mais de quarenta anos (e que ainda não acabou). A Casa Vicens foi finalizada em 1888.
Apesar de parecer ter saído das histórias de Sherazade, a casa é pequena, recoberta por tijolo e cerâmica esmaltada com claras influências medievais e árabes. As linhas e ângulos retos tão incomuns à obra posterior do arquiteto surgem com força, além da ênfase na ornamentação.
Seu jardim conta com cascata e fontes. A natureza é sua maior inspiração. No interior da casa, existem diversas representações de plantas, pássaros e conchas, fazendo com que a parte de dentro seja uma continuidade do jardim. Na fachada, uma profusão de azulejos coloridos, a pedido de Vicens, que como fabricante de telhas queria que sua casa servisse como um cartão de visitas.
A Casa Vicens, patrimônio histórico-artístico declarado pela UNESCO em 2005, é uma jóia art noveau e, como primeiro projeto de Gaudí, é ponto decisivo para entender seu modo de criação ligado às linhas orgânicas, à natureza e à religiosidade. Outra coisa: ele raramente desenhava, preferia maquetes e modelava seus detalhes à medida que os concebia.
A viúva de Manuel Vicens vendeu a casa para a família Herrero-Jover em 1889 e, após três gerações, a casa foi comprada pelo grupo Mora Banc Grup em 2014. Segundo notícias que circulam por aí, entre os planos dos novos donos para Casa Vicens estão a abertura para o público com salas de exposições interativas, atividades educacionais e um auditório. Já se sabe que as visitas diárias terão que ser limitadas com reservas antecipadas.
A data desta abertura é que está difícil de confirmar. Uns dizem outono ou dezembro de 2016, e os mais pessimistas dizem Páscoa de 2017. Tenho duas soluções para nós que estamos ávidos pela visita à Casa Vicens: a primeira, vamos ficar de olho! E a segunda? Sabia que Gaudí tem um processo de beatificação em Roma desde 2003? Pois é! É rezar para que ele intervenha pessoalmente nesta inauguração.
Foto do destaque: Canaan
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.