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Bruce Conner – “É tudo verdade!” no MoMA

Quem escreveu

Alecsandra Matias

Data

12 de July, 2016

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Para tudo! Neste verão, as exposições do Museu de Arte Moderna de Nova York estão simplesmente arrasadoras. Não bastasse Edgar Degas: A Strange New Beauty (que encerra no próximo dia 24, lembram?), está em cartaz Bruce Conner: It’s All True, primeira retrospectiva completa do artista em seus 50 anos de trajetória. Opa! Alguns irão me perguntar: “Who is Bruce Conner? Can you help me?

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Of course, honey! Falecido em 2008, Bruce Conner pode não ser um nome muito familiar, mas sua influência e contribuição para as artes visuais é absurda. Ele é considerado um herói da contra-cultura nos EUA – um marginal da crítica de arte. Como um dos pilares da cena punk rock em São Francisco no final dos anos de 1970, sua produção artística toca em vários temas sociais que explodem a partir do pós-guerra, discutindo a cultura do consumo e o medo do apocalipse nuclear.

Seus primeiros trabalhos são assemblages e esculturas feitas a partir de sucatas e objetos recolhidos, tais como: pilhas, caixas velhas de papelão, bonecas quebradas, revistas e meias femininas rasgadas. A assemblagem Criança (1959) é uma escultura assustadora de uma criança em cera que está em uma cadeira alta envolta em nylon. A obra foi feita antes da execução do criminoso Caryl Chessman, condenado à morte. Conner usou a peça como protesto à pena de morte.

Child - Bruce Conner
Child – Bruce Conner

O emprego das meias de nylon femininas e desses materiais coletados se tornou a assinatura de suas esculturas nitidamente políticas que, simultaneamente, abordam sexo e morte. Ao longo de seu percurso, Conner trabalhou uma variedade incrível de mídias, criando híbridos entre a pintura e a escultura, o cinema e a performance, o desenho e a impressão.

Pioneiro das assemblages, Conner inovou igualmente no cinema avant-garde. Ele desenvolveu um método de edição rápida que definiu sua obra. Nesses filmes, surgem imagens do universo pornográfico, pop, contagens regressivas, filmes de treinamento, filmes B, cinejornais e depois o seu próprio filme de 16mm. Os filmes de Conner são sobre temas perturbadores, mas absolutamente atuais. Por sua estrutura inovadora e assuntos contundentes, filmes como A Movie (1958) e Crossroads (1976) tornaram-se marcos do cinema experimental americano.

Então, deu para perceber que muito desta linguagem acelerada e polêmica que as artes contemporâneas têm hoje surgem das ideias de Conner? Se deu (e se não deu também), há boas razões para dizer que a retrospectiva Bruce Conner: It’s All True é imperdível. Em parceria com o Museu de Arte Moderna de São Francisco, o MoMA reuniu mais de 250 objetos, de cinema e vídeo à pintura, assemblage, desenho, gravuras, fotografias, fotogramas e performances.

A mostra está organizada em ordem cronológica e temática. Nela, aspectos raros da produção de Conner são colocados, entre eles, suas pinturas da década de 1950, suas fotografias de bandas punk da década de 1970,  seu trabalho de vídeo da década de 2000 e um número grande de desenhos, gravuras, colagens e mídias que ele fez na última década de sua vida. Nesse último período, Conner continuou a trabalhar com a imagem em movimento, bem como desenho, gravura e a criação de múltiplos, incluindo uma série de tapeçarias.

Bruce Conner: It’s All True estará no MoMA (de 3 de julho a 2 outubro de 2016), no SFMOMA (de 29 de outubro de 2016 a 22 de Janeiro, 2017) e no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid (de 21 de fevereiro a 22 de maio de 2017). Olha aí, três oportunidades para conhecer e se render ao universo visionário e marginal de Bruce Conner.

Foto do destaque: a obra Time Bombs

Quem escreveu

Alecsandra Matias

Data

12 de July, 2016

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Alecsandra Matias

Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.

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Comentários

  • Alecsandra… A visita realmente vale muito a pena! Além da recontextualização natural da curadoria, as próprias peças demonstram o pensamento do artista. Nas variações de peças – colagens, assemblages e mesmo instalações vê-se o “grito” e apelo a um olhar mais denso sobre a cultura da época; uma crítica completa à vivência do cotidiano. EXCELENTE!!!

    - PC Mello
    • PC Mello, feliz da vida que a indicação acertou na mosca! Bruce Conner é puro luxo!!!

      - Alecsandra Matias

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