Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A premiação do Oscar que aconteceu ontem foi, como só poderia ser, tediosa e, em geral, previsível. A meu ver, o único filme realmente impactante desse ano era “O Quarto de Jack”, que levou só a estatueta de melhor atriz para Brie Larson. Nele, uma menina sequestrada há sete anos vive trancafiada em um quartinho com seu filho de cinco, fruto dos estupros a que é submetida. Para o menino, a vida é o quarto. O mundo é o quarto. Ele nunca viu nada além dele. E, spoiler alert, ele sai. Nesse momento, ele entende que a Cadeira, que ele chama assim, com maiúscula, não é nada além de mais uma, entre tantas outras, milhares, milhões, das mais variadas cores e formas. Eu me sinto um pouco Jack cada vez que vou viajar. É como sair da minha vidinha diária, do meu espacinho de 3 por 3, e descobrir que o que eu vejo, faço, penso, como – a minha cadeira – é insignificante perto da vastidão de culturas, crenças, raças, tudo que tem lá fora.
Agora em fevereiro, fiz uma entrevista muito interessante com o Facundo Guerra, em que ele conta sobre uma viagem de moto pelo Brasil até chegar ao Suriname. Conversamos não só sobre os motivos que o levaram a se lançar nessa empreitada, mas também sobre o que o inspira a viajar em qualquer circunstância. Segundo ele, sair da sua casa para desbravar o desconhecido deve ser um ato de transformação pessoal. Viajar é o autoconhecimento inflingido pelo contraste daquilo que não somos. Dessa forma, muitas vezes o trajeto, o processo de deslocamento (físico e psíquico), conta mais do que o destino em si.
Então resolvemos enfrentar essas áreas que vão além das fronteiras do conforto. Queremos desbravar territórios que assustam à primeira vista, que nos põem à prova. Queremos entender o que motiva alguém a se jogar em uma aventura, a correr riscos, sem ter um prêmio no final. Em março, vamos falar dos desafios impostos por esse lançar-se ao desconhecido, dos medos que essa vulnerabilidade nos traz e ainda das conquistas que a aventura oferece. Porque viajar é muito mais do que só quartos de hotel e carimbos no passaporte. Então amarre bem as botas, faz aí o último xixi e pé na estrada!
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Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.