Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Pense rápido! Além de serem pintores famosos, o que mais Vincent Van Gogh, Paul Cézanne, Henry Matisse e Pablo Picasso têm em comum? Isto mesmo, eles se inspiraram na luz da Provença, região administrativa francesa chamada de Provença-Alpes-Côte d’Azur, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Cada um deles escolheu o seu pedacinho: Van Gogh procurou os dias ensolarados e as noites estreladas de Arles e Saint-Rémy; Cézanne, por incrível que pareça, não vivia a boêmia parisiense, já que ele nasceu e morreu na pequena Aix-en-Provence; e Matisse morou em Nice de 1916 até sua morte em 1954, e muitas de suas obras-primas estão no Museu Matisse que fica nessa cidade.
Porém, o mais apaixonado de todos era Picasso. Ele passou uma temporada com Matisse em Nice e depois, com o fim da II Guerra Mundial, mudou-se para Antibes e depois Vallauris. No Château Grimaldi, está o Museu Picasso de Antibes, com uma vista deslumbrante para o Mediterrâneo. Em Vallauris, estão o Musée National de Picasso e o Musée de la Céramique. Em Vauvernagues, onde o artista morou dois anos, está outro castelo que faz parte de sua história. Então, Picasso tinha ou não uma forte ligação com a Provença? Os vilarejos, as praias, a luz e a natureza da região são impressionantes e, realmente, se transformam a partir da mão e do olhar de Picasso e se refletem nas suas esculturas e telas.
E para festejar tudo isso, neste verão europeu, as obras de Picasso estão em exposições de diferentes museus. A primeira, em Paris, “Picasso Sculptures“, de 8 de março a 28 de agosto, no Museu Nacional Picasso-Paris (essa retrospectiva esteve no MoMA, em fevereiro deste ano). A segunda em “Picasso” no Museu Soulages de Rodez, de 11 de julho a 25 de 2016. Ah! Sem contar, a exposição “Picasso – mão erudita, olho selvagem“, de 22 de maio a 14 de agosto, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Ufa! Quantas, não?!
Todas elas provam como Picasso era um fenômeno único de criatividade em diversos suportes da arte (pintura, cerâmica, escultura, desenho, gravura e cenografia). Todas as exposições são incríveis, mas lá na Provença está acontecendo uma exposição sem igual: o MuCEM, sigla de Musée des Civilisations de l’Europe et de la Méditerranée, em Marsellha, exibe, entre 27 de abril e 29 de agosto “Picasso, Un Génie sans Piedestal“.
Nesta mostra, os visitantes encontrarão objetos e temas fetiches do artista, assim como seu trabalho em torno de técnicas e materiais tradicionais (cerâmica, metalurgia, madeira), além do seu interesse em materiais reciclados e objetos da vida cotidiana presentes em suas esculturas. No fundo, a exposição é a retribuição da Provença para um dos artistas mais apaixonados por sua gente e suas belezas naturais.
Se tudo isso ainda não fez você reservar sua passagem aérea e organizar sua viagem pelas cidades da Provença, então, dou o golpe final. Touché! O MuCEM é um dos museus mais lindos da região. Flutuando entre a água e o céu, o museu é dedicado às civilizações europeias e mediterrâneas da Alta Antiguidade até os dias de hoje. Seu edifício é ultramoderno com uma passarela que leva a uma fortaleza medieval. A arquitetura exclusiva torna o museu admirável tanto dentro quanto em seu exterior. Os jardins, cafés e restaurantes fazem parte do complexo e são um ótimo lugar para passeios e encontros. Há também um teatro popular ao ar livre.
Rata de galerias e museus, não perde a oportunidade de ir procurar aquela tela, escultura ou monumento famosos que todos só conhecem pelos livros.
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