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Bangkok é uma cidade complexa. Muitas vezes é apenas uma passagem rápida de viajantes que vão para a Tailândia em busca de praias paradisíacas ou para se aventurar pelo seu interior. Também é a cidade preferida de muito mochileiro e destino de muita gente de negócio. A cidade é puro frenesi a ponto de deixar qualquer um zonzo só de tentar enxergá-la. Ela te engole se deixar. Relaxar por lá não é uma tarefa fácil mesmo para quem se refugia em seus templos.
Bangkok é uma cidade sobre templos, compras e gastronomia. São 234 anos desde sua fundação e seu templo mais antigo, o Wat Pho foi inagurado em 1788, apenas quatro anos após a cidade ter sido fundada.
Por lá são mais de 400 templos, 16 grandes mercados de rua, sendo que só o Chatuchak possui mais de 8.000 estandes, 5 mercados flutuantes, mais de 150 shopping centers, milhares de restaurantes e barracas de comida espalhadas pelas ruas. A população beira mais de 8,2 milhões e hoje Bangkok é a cidade mais visitada do mundo, tendo desbancado Londres, recebendo cerca de 21,47 milhões de pessoas no último ano.
Entre seus vários atrativos, Bangkok é acessível para qualquer tipo de bolso. É possível ficar em hotéis requintados por R$150 a noite. Antes de desembarcar no aeroporto, respire fundo e prepare o coração, porque você corre o risco de se apaixonar pela cidade. Mas não esqueça que poderá ser uma relação de amor e ódio, com tudo que isso implica.
Ter 12 horas na cidade é se munir de toda ansiedade que um ser humano pode ter, já que Bangkok é grande, cada bairro tem sua peculiaridade e seus encantos. Doze horas pode trazer aquele gostinho de bitoca doce, em que você vai ficar com vontade de ir além.
O dinheiro da Tailândia é o baht (thb). Atualmente 10 bahts equivalem a US$ 0,28 ou mais ou menos R$ 1 no fechamento deste post. O cartão de crédito é aceito em praticamente todos os lugares, com exceção de barracas de rua e transporte público.
É bem fácil transitar de transporte público, por isso a recomendação é se hospedar próximo à uma estação de metrô ou do BTS (o sky train), especialmente porque o trânsito é caótico e geralmente é mais rápido atravessar a cidade de metrô. Muitos hotéis oferecem shuttle de tuk tuk gratuito até as estações, mesmo quando elas são próximas.
Para quem chega pelo Aeroporto Internacional Suvarnabhumi, a dica é comprar um chip 3G (entre US$ 7 e US$ 16 dependendo do tempo contratado) logo na saída e pedir um Uber para ir até a cidade. Enquanto qualquer hotel cobra cerca de 1.000 bahts (US$ 30), com o Uber a corrida não vai sair mais do que 400 bahts (US$ 12). E táxi é sempre um suplício, pois na maioria das vezes é necessário negociar, já que a maioria não quer saber de ligar o taxímetro para turista.
Para saber detalhes sobre a cidade e dicas básicas, recomendo acessar o guia completo de Bangkok.
Tomar café da manhã no hotel é a melhor pedida para ganhar tempo, principalmente se preferir o estilo ocidental, já que na Tailândia as três refeições do dia são iguais: café da manhã, almoço e jantar. Mas Bangkok conta com bons cafés, que oferecem saborosos grãos da vizinha Vietnã e de diversos lugares da África e América do Sul.
O Rocket Coffeebar tem por trás três sócios suecos, o que já garante a qualidade do café, afinal o sueco é um dos maiores consumidores de café do mundo. São dois endereços e ambos possuem toda a atmosfera nórdica na decoração. Minimalismo é a palavra-chave. O menu é diversificado com vários tipos de ovos, omeletes, waffles, cereais com iogurte, sanduíches típicos sueco (o smørrebrød), doces, sucos e, claro, uma extenso cardápio de café servidos das mais variadas formas, além de comidinhas para quem estiver em busca de uma opção ocidental para o almoço. O café da manhã é servido durante o dia todo.
Rocket Coffebar
Endereço 1: 147 Soi Sathon 12, Khwaeng Silom, Khet Bang Rak, Bangkok – +662-6350-404
Endereço 2: 46, 21/13 Klang Alley, Khwaeng Khlong Tan Nuea, Bangkok – +662-6626-638
Horários: diariamente, das 7 às 20h
Difícil escolher um templo apenas para visitar, pois tem vários maravilhosos. Mas que tal juntar duas coisas: templo e massagem? O Wat Pho abriga a escola mais antiga de massagem da Tailândia e também o famoso Buda Deitado, o mais concorrido do complexo. O templo é cheio, afinal é um dos principais da cidade, então prepare-se para a lotação de turista, mas vale a pena ainda assim. Há várias áreas mais tranquilas e vazias no complexo, por isso entre, faça a visita ao Buda Deitado logo que chegar e depois relaxe caminhando em volta de seus corredores e templos. É possível agendar um horário de Thai Massage ou Massagem nos pés, ambos com duração de uma hora ou meia-hora, por telefone. A sugestão é pedir auxílio no hotel onde estiver hospedado. Vale lembrar que não é permitido entrar nos templos de shorts e de camiseta regata. Como o calorão beira quase o insuportável, levar uma canga para se cobrir pode ser uma o opção. Para a massagem é melhor estar com roupa confortável, pois no Wat Pho ela é feita com pessoa completamente vestida. E, claro, prepare-se para a dor, porque a massagem tailandes de verdade não é nada delicada.
Wat Pho
2 Sanamchai Road, Grand Palace Subdistrict, Pranakorn
Ingresso: 100 baht. Massagem: das 8 às 17h. Preço: 260 a 420 baht
Horários: diariamente, das 8 às 18h30
Nas mediações do Wat Pho há várias opções para o almoço, mas um pequeno tesouro ainda escondido é o Blue Whale Maharaj, que parece ter nascido para o Instagram. É todo pintado de azul, dando a sensação de estar mergulhando num aquário. No menu saladinhas, sanduíches salgados e doces, arroz, peixes, sucos, cafés.
Blue Whale Maharaj
392/37 Maha Rat Rd Khwaeng Phra Borom Maha Ratchawang, Khet Phra Nakhon
Horários: Sexta a quarta, das 10 às 20h. Não abre às quintas-feiras.
Só aceita pagamento em dinheiro.
Se preferir um almoço mais caprichado, entre o Wat Pho e o rio, você irá encontrar o Err, dos mesmos donos do badalado Bo.lan, mas mais barato e mais simples. A cozinha é a típica tailandesa, mas com uma boa pitada de requinte, e é possível encontrar opções vegetarianas (precisa pedir ao garçom). Além dos pratos bem elaborados, outra estrela da casa é a carta de drinques. Com 600 bahts (cerca de R$60) é possível comer bem e ainda tomar um ótimo coquetel.
Err
394/35 Maha Rat Rd, Khwaeng Phra Borom Maha Ratchawang, Khet Phra Nakhon
Horários: Terça a domingo, das 11 às 22h
Quem gosta de arte, eu recomendo fortemente uma visita ao longíquo MOCA – Museu de Arte Contemporânea de Bangkok. O ideal é pegar um Uber ou mesmo um tuk tuk (que vai mais rápido). Vai custar cerca de 300 bahts, mas são 18 quilômetros de distância, então vale a pena. São 4 andares, parte deles dedicados ao trabalho de artistas locais como Lumpu Kansanoh, Pradit Tungprasartwong, Pairoj Wangbon, Vorasan Supap, para citar alguns de quem eu gostei muito. Não há como não se impressionar, pois há muita coisa bacana sendo feita por lá. O último andar abriga exposições temporárias de artistas internacionais. Mas pode separar pelo menos duas horas para a visita. A arquitetura do prédio é uma atração a parte.
MOCA
499, Kamphaengpet 6th Road, Lad Yao, Chatuchak
Horários: Terça a sexta, das 10 às 17h; Sábado e domingo, das 11 às 18h. Não abre às segundas
Caso seja uma sexta-feira, sábado ou domingo, a pedida é seguir para o Chatuchak Weekend Market, o maior de Bangkok. Nele há o mercado pop-up Artbox, mais moderno com lojas instaladas em containers e uma grande variedade de comida. O lugar é ótimo para comprar lembrancinhas, ver os locais, sentar para tomar uma cerveja bem gelada sem pressa e petiscar. Nessa área, já dentro do Chatuchak Park, há o JJ Green Market, que funciona apenas após às 17h30 e é ponto de encontro dos jovens tailandeses. O lugar ferve, a música rola solta e o lugar é um charme só. Cheio de opções de compras, bares, restaurantes… enfim, por lá tem tudo o que a gente imagina e o que não imagina. Dá para ficar horas se perdendo por seus corredores. Cada um dos três mercados tem sua peculiaridade. O principal, o Chatuchak, encerra as atividades às 18h e é o mais difícil de se localizar lá dentro, além de ser bem mais roots que os dois outros. São 20 minutos de carro a partir do MOCA.
Chatuchak Weekend Market
587/10 Kamphaeng Phet 2 Rd, Khwaeng Chatuchak, Khet Chatuchak
Horários: Sexta, sábado e domingo, das 6 às 18h
Artbox Thailand
Horários: Sexta a domingo, das 15 às 23h
JJ Green Market
1 Kamphaeng Phet 3, Chatuchak. Estação Mo Chit (BTS)
Horários: Quinta a domingo, das 17h30 às 2h
Caso prefira ficar na região Central de Bangkok, a recomendação é andar nos arredores da Siam Square. Visite o BACC – Centro de Arte e Cultura de Bangkok -, que abriga exposições de fotografia nos seus longos e sinuosos corredores. O prédio também tem cafeterias, várias lojas de design, presentes, arte e algumas de roupas.
Em frente ao BACC fica o Siam Discovery, que é o meu shopping favorito da cidade. Ele tem formato de loja de departamentos, mas possui várias lojas diferentes, incluindo a japonesa Loft, que é uma perdição sem fim, e a Tokyo Bike. Também tem livrarias, marcas de estilistas internacionais, cinema e café. No último andar há uma área cheia de mesas, onde jovens estudantes passam a tarde estudando. Caso queira beliscar algo, o Siam Center, ao lado, tem opções de restaurantes, bares e também lojas diversas.
Chinatown é também um bairro irresistível para bater perna e aí a parada no Templo do Buda Dourado é obrigatória.
Quem quiser se aventurar pela região mais hipster da cidade, Ekkamai e Thonglor são ótimas opções. Na região tem uma das livrarias mais bacanas da cidade, a Dasa Book Cafe, com mais de 17.000 títulos de livros usados, incluindo em Inglês, espalhados por três andares. Já para quem gosta de revirar prateleiras de discos para descobrir novas sonoridades, a ZudRangMa Records oferece uma bela miscelânea musical, passando por ritmos asiáticos, caribenhos, africanos e de outros cantos do mundo. Molam, funk, dub, reggae, tropicália, jazz, soul é um pouco do que irá encontrar disponíveis na loja.
Uma outra curiosidade por ali é o milk bar Butterfly Organic Place, loja dedicada ao leite, iogurte e café, que conta com um belo jardim e design minimalista. Em breve o local contará com um menu de pastries. Para quem ama cerveja e cidra, o Wish Home Bar abre as portas cedo e conta com um menu com mais de 500 rótulos de cervejas e cidras de vários lugares do mundo. Também tem uma Mikkeller em Ekkamai, para quem adora o rótulo dinamarquês e suas lojas descoladas.
Ver Bangkok do topo de um arranha céu é quase obrigatório. A cidade é tão fascinante vista de cima quanto de baixo. E bares nas alturas não faltam. Não será num desses bares que você, provavelmente, vá tomar o melhor drinque da sua vida, afinal ninguém pode brilhar mais do que a vista lá de cima. Mas vale ver o dia cair e, quem sabe, o sol se por. Opções não faltam, mas eu recomendo o Vertigo and Moon Bar, que fica no 61º andar do hotel Banyan Tree Bangkok.
Vertigo and Moon Bar
21/100 Banyan Tree Hotel, South Sathon Road, Sathon Sathon
Horários: Vertigo, das 18 às 23h e Moon Bar, das 17 à 1h.
Opções não faltam, inclusive é possível encontrar praticamente todas as cozinhas internacionais na cidade. É em Bangkok que fica o nº 1 da Ásia de acordo com a lista de “50 melhores restaurantes do mundo”, o Gaggan (4.000 baht o menu degustação e reserva necessária com cerca de um mês de antecedência). Para continuar no clima Tailândia, aventure-se no Cafe Bangrak. É pequeno, despretensioso, descolado e rola música ao vivo. O menu conta com os tradicionais pratos tailandeses, como curry, pad thai, tom yun (sopa), arroz frito. Conta também com uma carta de drinques e smooths.
Cafe Bangrak
4-6 Soi Saladang, Silom Road, Bangkok
Horários: Segunda a sábado, das 10 às 22h.
Quem quiser continuar noite adentro, Bangkok tem uma boa lista de bares para todos os gostos. Quem quiser ouvir jazz & blues ao vivo tem duas boas opções, o Adhere 13th Blues Bar, em Rattanakosin (Cidade Velha), e o Soul Bar, em Chinatown.
*Viajamos para Bangkok no projeto #fly2fest, Volta ao Mundo em Festivais de Música, patrocinado pela KLM Brasil, que faz parte doSkyTeam e oferece voos para 1.052 destinos em 177 países.
Foto destaque: Rafa Prada
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.