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Visitando a ilha mais remota do mundo

Quem escreveu

Renato Salles

Data

25 de May, 2015

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Lá não tem aeroporto, então nem pense em avião. A ilha é um único grande vulcão em formato de cone, então helicópteros também estão fora de questão. O arquipélago fica no meio do Oceano Atlântico, sem baías ou águas seguras, e com o fundo bem raso, o que também afasta grandes embarcações. Para chegar a Tristan da Cunha, e seu o assentamento humano mais remoto do mundo – Edinburgh of the Seven Seas – você vai passar pelo menos uma semana em um barco pequeno para chegar. Mesmo assim, mais ou menos entre Buenos Aires e Cape Town, esse território inglês abriga uma comunidade de cerca de 280 que não saem dali por nada.

Os britânicos chegaram lá em 1816 e se estabeleceram, a princípio, para controlar a vizinha Santa Helena, a 2400km de distância, que foi por anos utilizada como prisão, e teve como célebre encarcerado Napoleão Bonaparte. Parte de seus habitantes é formada por náufragos, e as casas até a virada do século XX eram feitas de restos de navios. Hoje, elas foram substituídas por construções de estrutura e cobertura de metal. A população toda tem apenas 7 sobrenomes, e o acesso à internet é bem reduzido, e sem banda larga. Em 1961, o vulcão entrou em erupção, obrigando o povoado a evacuar a ilha. Mas dois anos depois estavam todos de volta para ficar.

Foto: www.flickr.com/photos/ctbto
Foto: www.flickr.com/photos/ctbto

Os poucos visitantes que lá aparecem chegam pelos motivos mais diferentes. Alguns poucos vão a trabalho, como no caso de médicos e cientistas. Os turistas são ainda mais raros, mas existem – são exploradores de vulcões, mergulhadores e entusiastas da natureza na maioria. Duas ilhas do arquipélago, Nightingale e Gough, são bons pontos para a observação de pássaros e pescaria. Já a quarta ilha do grupo faz jus ao nome: Inacessível.

A alimentação por ali é bem restrita. Tanto que batata lá é quase considerado patrimônio. Eles fazem todo tipo de receita com a raiz – até pudim. Mas vez ou outra eles também conseguem se deliciar com o gado que pasta livremente pela ilha e, claro, com o que vem da pesca – pense nas lagostas mais lindas que você já viu. Mas a palavra de ordem é a sobrevivência, então o esquema é rigoroso. Toda a terra é cultivada por todos e o gado é racionado e super controlado. A temporada de pesca dura apenas 90 dias por ano (mas em 2013 só 10 dias estavam adequados!), então até isso é os peixes são escassos. É tipo um socialismo utópico para valer, sem dinheiro.

Foto: www.flickr.com/photos/briangratwicke
Foto: www.flickr.com/photos/briangratwicke

O site oficial avisa: não existem pacotes turísticos, hotéis, restaurantes, boates, jet-skis, nem mergulho seguro. Mas isso não quer dizer que eles não estimulem a vinda de turistas. Lá dá para encontrar informações sobre todas as embarcações que levam à ilha. E, se você acha que não tem nada para fazer lá, saiba que existe ali um campo de golfe com 9 buracos. Parece que foi construído para agradar um administrador britânico que ficou com saudades de casa em alguma época.

Em 2016, Edimburgh of the Seven Seas completa 200 anos de existência. Para comemorar, e ajudar a dar um up por lá, o Royal Institute of British Architects lançou um concurso de design e ideias. O objetivo é discutir a sustentabilidade em ambientes inóspitos, considerando a auto-suficiência energética, a eficiência no transporte e montagem de abrigos novos, e a durabilidade. Afinal de contas, as 120 casas existentes podem chegar ao fim de seu ciclo de vida, e seus moradores não querem sair de lá por pelo menos mais 200 anos.

Foto: RIBA
Foto: RIBA

Foto do destaque: Estação Espacial Internacional

Quem escreveu

Renato Salles

Data

25 de May, 2015

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.