Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Foi apenas chegar na província de Chiang Mai quando nos deparamos com o horror. Crianças de poucos anos de vida empunhavam suas bazucas e metralhadoras. Ao seu lado, adultos e adolescentes ensinavam táticas agressivas carregando armas com ainda maior poder de devastação: esguichos e baldes.
Do dia 13 a 15 de Abril, todo ano, o país entra em guerra. Não há trégua. Não há bandeira branca que o defenda de levar um balde da própria recepcionista do hotel antes de entrar. Não há dedos apontando para sua mochila seca que faça com que você saia ileso.
As regras são claras, apenas um acordo tácito: só não está na zona de combate quem estiver com a janela do carro fechada, ou dentro de um estabelecimento. Colocou um centímetro para fora, perdeu um dedo mindinho enxuto.
Nessa guerra sem times e facções, são todos contra você. Resta ir à lojinha mais próxima e investir na sua metralhadora de Pikashu e bazuca de Hello Kitty.
Mas eles, os outros, são amplamente treinados há anos. Séculos. Não há treinamento prévio em campos militares, ou paintball, que o prepare para esse combate. Seu pensamento ofensivo é caracterizado por rápidos avanços e recuos no terreno com vista ao encharcamento inimigo. A guerra é longa, e data séculos. E ganham força em comparação às investidas dos inocentes forasteiros.
Demonstram forte estratégia de defesa operando batalhas em larga escala. Forasteiros operam seu estratagema em pequenos bandos, sem sequer uma razão sem qualquer chance razoável de vitória.
Apontar o dedo para seu desatualizado smartphone sem capa a prova dágua é equivalente a colocar um grande sinal de alvo. A água do rio poluída é munição à mão. À certa altura, resta rezar para que seus anticorpos façam a parte dele. Fizeram, para maioria de nós.
Presenciamos exércios em uma escala nunca antes vista. Experimentaram rápida expansão que extrapolou o treinamento dos seus generais de da capacidade em lidar com a força monumental. Os avanços tecnólgicos também tiveram uma larga influência na estratégia: não basta água. É necessário gelo, balde, e tuktuks previamente contratados.
De repente, a cidade se transforma. E você mal consegue imaginar como era pacata antes do período de trevas.
A guerra é o SongKran, ou ano novo tailandês. A água, simboliza a limpeza dos pecados e da má sorte, a princípio derrubada em pequenas cuias pelos mas velhos. A inocente bencão assim como o Carnaval, no Brasil, era um santo feriado católico. Só com mais Budas e menos Bundas.
E é a guerra mais divertida da história. Vale agendar sua visita para Abril.
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Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsTive uma experiência mega parecida em Bangkok (Descrita no Ideiasnamala.com) e chorei de rir com alguns pedaços do seu texto. Mega verdadeiro! #Deliciadepost
hahahaha, rolei de rir aqui!
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.