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Rolé gastronômico pela Cidade do México

Quem escreveu

Sarah Galvao

Data

08 de April, 2015

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Se você curte São Paulo, com certeza vai amar a Cidade do México. D.F., como é chamada pelos locais, é aquela selva de cimento gigantesca e cheia de engarrafamentos para todos os lados, mas tão rica culturalmente e com um povo tão bacana que vai fazer você se apaixonar rapidinho.

Tive a sorte de ir dezenas de vezes para D.F. a trabalho e sempre que sobrava um tempo entre uma reunião e outra, corria para um restaurante para mergulhar na culinária local. Além disso, os colegas de trabalho que são de lá sempre queriam me apresentar à comida mexicana em sua melhor forma, o que me deixou em péssima forma, porém sempre mega satisfeita. Em breve vou escrever algum guia aqui no CoP sobre os bairros e atrações turísticas da Cidade do México. Mas como em São Paulo, a primeira coisa que me vem à cabeça quando lembro de D.F. é a comida maravilhosa. Todos os lugares abaixo foram recomendados por chilangos, ou seja, gente da Cidade do México.

Uma dica bem importante: não tenha vergonha nenhuma de perguntar o que são as coisas do cardápio. Já vi argentinos e espanhóis que não entendiam nada do que estava escrito, porque os Mexicanos têm ingredientes muito próprios da culinária deles. Fora isso, ainda inventam de chamar coisas comuns por outras palavras. Por exemplo, tomate lá é jitomate. 

Tianguis Polanco

Calle Jaime Balmes (entre Homero e Ejercito Nacional), Colonia Polanco.

Antes mesmo de pisar pela primeira vez na Cidade do México, meu sonho era comer em um bom mercado de rua, daqueles que a gente vê nos canais de viagem e sonha em ir. Comida mexicana ‘true’ e sem frescura, esse foi o briefing que dei para o pessoal que trabalhava comigo e pedi para me levarem em um lugar desses. E foi assim que fui parar no Tianguis de Polanco.

Tiazinha do Tianguis.
Tiazinha do Tianguis. Foto: Sarah Galvão

Um tianguis é igual a nossa feira livre, com a diferença que também tem um pouco de 25 de Março. É um lugar perfeito para ver como é rica a culinária local, com uma diversidade imensa de frutas, cores, temperos e cheiros. As barraquinhas de comida ficam bem cheias na hora do almoço e dá de tudo, tipo peão de obra pedindo para homem de gravata passar a pimenta.

Comecei com os tlacoyos, que foram meus preferidos. O que comi era uma tortilla bem gordinha feita de milho azul e recheada com feijão. Por cima, levava queijo de cabra, vagem e um molho picante, afinal estamos no México. Demais.

Tlacoyo com queijo de cabra. Foto: Sarah Galvão
Tlacoyo com queijo de cabra. Foto: Sarah Galvão

Continuando a série “estamos no México, hora de provar coisas esquisitas”, comi tacos de cérebro (sesos) em duas versões: uma frita e outra tradicional, enrolada na tortilla. A primeira era até gostosa, mas a segunda não deu para encarar bem. Sou nada fresca para comer, inclusive já comi cérebros gostosos. Mas esse não ornou.

Taco de cérebro. Tirem as crianças da sala! oto: Sarah Galvão
Taco de cérebro. Tirem as crianças da sala! Foto: Sarah Galvão

Depois, parti para o taco de morcilla (um embutido espanhol conhecido por ser feito de sangue), que não tinha nada a ver com a versão Espanhola, que amo. O gosto era forte demais e deixei boa parte no prato. Para compensar, comi um taco de fígados que estava uma delícia.

Sabedoria de feira: prato forrado de plástico para não sujar. Foto: Sarah Galvão
Sabedoria de feira: prato forrado de plástico para não sujar. Foto: Sarah Galvão

Para finalizar, voltei para a comida mexicana que estava acostumada e comi um taco al pastor, um dos meus preferidos dos tacos. A versão do tianguis é bem diferente das dos bares e restaurantes, mais semelhante a um x-tudo, pois os caras colocam de tudo, até batata frita. Não rolou.

Outra iguaria bem tradicional do tianguis é a água saborizada. A mais famosa é a de horchata (bebida não alcóolica feita de tubérculos). Em um dia de calor cai bem e todo mundo na feira está bebendo isso.

Experiência antropológica e gastronômica na Cidade do México, o Tianguis de Polanco rola todas as terças-feira.

Dulcinea

Calle Oscar Wilde 29, Colonia Polanco.

Antes de ir para o México, pensava que tacos eram tradicionais porém pontuais, como a feijoada. Mas não, está mais para o nosso arroz de cada dia, é coisa totalmente do cotidiano mexicano. O meu taco preferido é o de camarão e o melhor que comi foi o do Dulcinea. Crocante, cheio de sabor e com pimenta habanero. Sensacional. As platanillas (banana frita com creme de feijão e guacamole)  e o ceviche estavam ótimos, mas se eu voltasse lá agora, pediria 10 tacos de camarão só para mim e nada mais.

Tacos de camarão na Dulcinea. Foto: Facebook Dulcinea
Tacos de camarão na Dulcinea. Foto: Facebook Dulcinea

O ambiente é totalmente despojado e dá para sentar na calçada para curtir o movimento do bairro. A filial de Polanco fica na Rua Oscar Wilde está entre a Avenida Presidente Mazaryk e o Parque Lincoln, um dos lugares mais bonitos e seguros da cidade, com diversos bares e restaurantes em volta que estão sempre bombando.

 

Taquerias El Califa

Calle Altata 22, Colonia Condesa. Entre no site para ver os outros endereços.

Batia ponto nesse lugar porque meu ex-chefe, um chilango (como são chamados os locais da Cidade do México) que morava em São Paulo, fazia questão de ir lá mais de uma vez durante nossas viagens. Uma lanchonete sem nenhuma frescura e com um taco bem gostoso. O chicharrón de queso é um pedaço gigante de queijo frito, crocante e bem fininho. Peça ele de entrada porque é indispensável. Outras iguarias incríveis do El Califa são os nopales com queijo. Nopales são cactus! Acredite, são deliciosos.

Nopales = Cactus. E Queijo. Delícia. Foto : El Califa
Nopales = Cactus. E Queijo. Delícia. Foto : El Califa

Nos pratos principais, a gaona com queso e o taco al pastor são bem gostosos. A gaona é uma especialidade do El Califa, uma tortilla com um bife com queijo bem tostado. Jogue por cima um molho apimentado, limão e guacamole e pronto, a delícia está formada. Já o taco al pastor é o mais tradicional do México. A carne de porco é preparada da mesma maneira do nosso velho conhecido churrasquinho grego, só que com uma cor mais vermelha por causa das pimentas e temperos. Por cima, leva coentro, limão, cebola e abacaxi. Incrível.

O El Califa é muito barato e tem em vários lugares da cidade. Melhor relação custo-benefício que eu tive em DF.

Não é churrasquinho grego! Foto: El Califa
Não é churrasquinho grego! Foto: El Califa
Tacos al Pastor FTW. Foto: El Califa
Tacos al Pastor FTW. Foto: El Califa

Dulce Patria

Calle Anatole France 100, Colonia Polanco

Se você quiser comer uma comida mexicana super tradicional mas com um toque sofisticado, tem que ir no Dulce Patria. O casarão em Polanco é maravilhoso e mega aconchegante. Sempre pedia a margarita de tamarindo (é muito melhor que a de limão!) com as quesadillas coloridas e diversos molhos para acompanhar. Se for época de chile en nogada, não pense duas vezes e peça! O chile en nogada é uma pimenta poblana recheada com carne e frutas e é servido geralmente entre julho e setembro.

Entradinhas com pimentas diversas. Foto: Sarah Galvão
Entradinhas com pimentas diversas. Foto: Sarah Galvão
O super tradicional e sazonal Chile en Nogada. Foto: Sarah Galvão
O super tradicional e sazonal Chile en Nogada. Foto: Sarah Galvão

Como tudo no Dulce Patria é bem atencioso, festivo e surpreendente, as sobremesas vem em uma casinha colorida bem mexicana. É mais caro que os restaurantes anteriores, mas com certeza toda uma experiência.

Doces na casinha. Foto: Sarah Galvão
Doces na casinha. Foto: Sarah Galvão

Pujol

Calle Petrarca 254, Colonia Polanco

Para fechar com chave de ouro, que tal uma visita ao melhor restaurante do México? O Pujol é o número #1 do país segundo a lista da San Pellegrino e impressiona tanto no serviço quanto na comida. Já fui no almoço e no jantar e o menu da noite é bem mais interessante. Provei as duas versões, o menu da terra e do mar (USD$ 65 cada, aproximadamente) e não existe uma predileta, só maravilhas. O restaurante do chef Enrique Olivera é com certeza o mais respeitado da cidade.

Apesar de tudo ser ótimo, o que ficou na minha cabeça foi o primeiro prato: mini-milhos defumados no espeto com maionese de café (elotitos tatemados con mayonesa de café y polvo de chicatana). Os milhos vem dentro de uma espécie de coco oco e servido junto com um chá picante e salgado. Já falei que sai fumaça de dentro do oco? Sim, a fumaça que defumou o milho. Impressionante para os os olhos, olfato e paladar.

O incrível milho defumado chega assim na mesa. Foto: Pujol
O incrível milho defumado chega assim na mesa. Foto: Pujol
Até o taco tem outra cara por aqui. Crédito: Pujol
Até o taco tem outra cara por aqui. Crédito: Pujol

Apesar de todos os quilos adquiridos na Cidade do México, nunca sofri da Maldição de Montezuma. É que 9 entre 10 pessoas que comem no México, tem algum problema no estômago. Confesso que já tive alguma queimação, mas nada de muito grave. Nada que um chá não cure!

E você, alguma dica imperdível de onde comer bem na Cidade do México?

Quem escreveu

Sarah Galvao

Data

08 de April, 2015

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Sarah Galvao

A Sarah morou em 5 cidades diferentes nos últimos 9 anos, seja a trabalho ou no sabático que tirou em Barcelona. Na hora de planejar uma viagem, gasta 70% do tempo pensando onde vai comer, porém tenta queimar as calorias conhecendo as cidades de bike . Já teve que renovar passaporte por falta de espaço para novos carimbos mas ainda tem a África e Oceania como pendências.

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Comentários

  • Quando fui à D.C. na avenida Alvaro Obregón, na Colôna Roma. Lá é tipo uma Dias Ferreira, cheia de restaurantes e bares charmosos das mais diversas culinárias – além de barraquinhas de taco estilo podrão. Recomendo. Depois de rodar a cidade o dia inteiro é bom sair pra jantar à pé.Também fui no Merotoro, tido como um dos melhores da America Latina pela 50’s best world restaurantes. Bom, mas acho que a graça da comida mexicana é a do dia-a-dia. Por fim, não deixe jamais de tomar mezcal, feita do mesmo agave da tequila porém menos destilada. É bem forte e você encontra em todo lugar.

    - Luciana Guilliod

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