Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
O Felipe é carioca e veio para São Paulo no final do ano passado, Para conhecer a cidade, ele criou o Uma cerveja por estação, onde pretende visitar todas as 101 estações – de metrô e trem – da cidade e tomar uma cerveja em cada uma delas. A idéia é passar pelas estações em ordem alfabética e, dessa forma, ser exposto a ambientes diferentes no mesmo dia. A primeira estação visitada foi a Adolfo Pinheiro e a última será Vila Prudente. Por enquanto são 21 sábados de estações e cervejas – são 5 paradas por encontro – , que acontecem quinzenalmente.
Dia 19, rolou o quarto encontro, dessa vez com apoio do Yelp que pagava a primeira cerveja. As estações contempladas foram: Capão Redondo, Carandiru, Carrão, Ceasa e, para fechar, Chácara Klabin. Nós fomos passear com o pessoal para ver qual é.
O ponto de encontro foi na estação Pinheiros, já que tínhamos que ir para o Capão Redondo e podíamos pegar o metrô lilás na parada da Santo Amaro. Saímos de lá ao meio-dia, rumo ao nosso destino. Seria a primeira vez que andaria na linha Lilás. Sim, eu me animo com pouco, mas acho que isso mostra como o projeto é eficiente no seu objetivo: ir para lugares novos, que você nunca passou na cidade.
O bar escolhido foi o Peixe Boi, lugar arrumadinho. É mais um restaurante especializado em frutos do mar do que um bar. A idéia não era almoçar, todo mundo tinha tomado um bom café da manhã e os planos eram almoçar no Carandiru. Decidimos começar em grande estilo e pedimos uma torre de chopp de um litro por 21 reais. Entre futebol no telão dentro do salão e abraços em estranhos, o dia começou bem.
Peixe Boi
Endereço: Avenida Agostinho Rubim, 594
Teoricamente, a próxima estação seria o Carandiru, Ceasa seria apenas a quarta. Mas no trem, as meninas do grupo resolveram fazer um motim para convencer o Felipe a furar suas próprias regras. Os motivos eram justos: o Ceasa era na mesma linha e queríamos pegar ainda um pouco da feira do Ceagesp. Devidamente, e dificilmente convencido, paramos no Ceasa.
Para nosso azar, já não achamos mais nenhuma barraquinha de pastel aberta e a feira já estava nas últimas. Tivemos que improvisar, atravessamos o galpão e encontramos o JB Ponto de Encontro. Resolvemos fazer a nossa parada ali. Nesse ponto já começamos a sentir um pouco de fome e resolvemos petiscar para enganar a fome até a próxima parada. Pedimos uma porção de costela, que fez um certo sucesso – R$15,00 – , e batata frita, além de Skol por R$ 8.
JB Ponto de Encontro
Avenida Doutor Gastão Vidigal, 1946
De novo, um lugar para o qual nunca tinha ido em 10 anos de São Paulo. O Parque da Juventude que fica ao lado do metrô é uma delícia, vale a visita. O Felipe tinha recebido a indicação de um bom lugar para irmos, o bar Pescador, bem em frente ao presídio feminino, cruzando o parque. Nesse momento estávamos definhando de fome e já era relativamente tarde, 4 e pouco da tarde. Pode não parecer, mas esses percursos de metrô levam um bom tempo – o Felipe cronometra todos e já tínhamos andado mais de 2 horas de metrô no dia.
O Pescador é um bar/restaurante beeeem decente, ficamos bem felizes de ter parado lá. Mesinhas na rua e comida decente por um preço bom. A porção de lula e o pastel de camarão – com muitos camarões inteiros no recheio – são uma ótima pedida. Pedimos uma segunda torre de cerveja – dessa vez de 2.5 litros – acompanhadas por uma porção de fritas por 58,90 reais. Os pratos que víamos passando pelo lugar eram gigantes, servindo até 6 pessoas e por um preço bem razoável. Se você gosta de frutos do mar, um bom lugar para conhecer: sem frescura e com um bom custo-benefício.
O Pescador
Av. Zaki Narchi, 1464
Depois da comida, rola aquela preguicinha e a vontade de tirar um cochilo. Tivemos nossa primeira baixa no grupo e partimos para o Carrão. O bar escolhido foi o Jordão, que não era muito o nosso esquema, mas a idéia do passeio todo é ir a lugares que você normalmente não iria então topamos. O bar não é de todo ruim, mas é um passeio mais arrumadinho e para quem quer gastar um pouco mais. As mesas têm tablets, na frente do lugar só tem carro milionário e chapinha no banheiro feminino, acho que assim fica claro qual o público do lugar. E, como era de se esperar, a bebida ali foi chopp a 11 reais a caneca.
Jordão Bar
Rua Apucarana, 1452
Já quase às 10 da noite, chegamos na estação Klabin para a última cerveja. Olha, beber o dia inteiro não é fácil e estávamos só o pó. A idéia na Chacára Klabin era só tomar aquela última cerveja e fugir para a festa da amiga que eu já estava atrasada. Fomos para a Pizzaria Sappore, que fica até bem perto da estação da Vila Mariana também. Uma pizza doce de sobremesa e a saidera. A pizzaria, aliás, parece um lugar bem bom, todos nós ficamos com vontade de voltar e comer calmamente.
Sappore Pizzaria
Rua Dr. Pinto Ferraz, 33
O passeio todo foi muito legal, mas muito cansativo. Fiquei com vontade de ir em alguns próximos com certeza, nem que seja só por algumas estações. Achei que iria chegar bem bêbada, dando cambalhota no final do dia, mas com os intervalos de locomoção no meio, foi bem tranquilo. A companhia foi incrível, mesmo não conhecendo ninguém de começo foi bem divertido. E ganhar cerveja de graça, sempre é bom né?
Se interessou? Neste próximo sábado acontece o quinto passeio do grupo e você pode confirmar sua presença aqui. O passeio continua com apoio do Yelp, ou seja, a primeira cerveja de graça. Você também pode ficar sabendo dos outros passeios pela página do projeto e se conhecer algum lugar perto de alguma estação do metrô que vale conhecer é só indicar lá.
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O Rodando SP vai aparecer aqui no blog toda última terça-feira do mês. A idéia é fazer passeios que duram um dia na capital paulista.
* Foto de capa: cifotart / Shutterstock.com
A Dani gasta todo o seu dinheiro com viagens. Um de seus maiores orgulhos é dizer que já pisou em cinco continentes. É do tipo sem frescura, que prefere localização a luxo e não se importa de compartilhar o banheiro de vez em quando. Adora aprender palavras no idioma do país que vai visitar e não tem vergonha de bancar a turista.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.