Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Você senta em uma mesa na calçada na frente do famoso café Deux Margots. Enquanto beberica uma taça de champagne gelada, você observa as mulheres lindas e os homens elegantes passando de um lado a outro. O sol se põe e a Torre Eiffel se acende, embalada pela trilha sonora de um acordeão. Paris é uma cidade assim, cheia de romance e clima de sonho, só que ao contrário. A capital francesa vive cheia, barulhenta, às vezes suja, e as pessoas não são em geral um poço de simpatia. Para nós, que já estamos mais que calejados, isso não estraga em nada a magia da cidade-luz. Mas para alguns turistas mais inocentes, a realidade pode ser um baque.
Em 1986, foi identificado um transtorno psiquiátrico que ataca na maioria os viajantes japoneses e chineses: a Síndrome de Paris. Imagina que os coitados tem reles 20 dias de férias por ano, passam a vida juntando os suados ienes, e sonham com o dia em que vão conhecer a terra de Amélie Poulain e comprar suas bolsas de grife em paz. Mas chegando lá, o sonho de esfacela com os resmungos dos garçons, o metrô lotado e fedido, e pior, os furtos. E pensa que a média de gastos diários dos turistas lá gira em torno dos €26, e dos orientais a média sobe para €56. Claro que eles viram alvo fácil para os espertinhos. Difícil manter a cabeça zen assim, não?
Pois é, a quantidade de gente que volta para o Japão e China jurando não voltar mais para Paris é grande, mas o número de gente que acaba na bolinha cresce a cada ano. Quem desenvolve a síndrome pode apresentar os seguintes sintomas: delírios, alucinações, manias de perseguição, transtornos obsessivos, síndrome do pânico, ansiedade e manifestações psicossomáticas como tonturas, taquicardia, suor frio e outros. A coisa é tão feia que a embaixada japonesa criou até um serviço telefônico de atendimento 24hr para quem sofre do mal, para ajudar a repatriá-los. É o caso de um homem que acreditava ser o próprio Rei Sol, e uma mulher que achava que estava sendo atacada por microondas. Anualmente, cerca de 20 pessoas são diagnosticadas com a doença.
Claro que o drama já começou a doer no bolso dos franceses, já que o crescimento do número de turistas japoneses e chineses no país diminuiu. O Escritório de Turismo de Paris faz uma série de campanhas para tornar a indústria do turismo na cidade menos ‘traumática’ para tentar reverter o quadro. Mas acho que vai ser difícil resolver o mau-humor francês. E sinceramente, acho que um pouco do charme da cidade vem da rabugice.
Foto do destaque: lapon pinta / Shutterstock.com
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsHehe!
Minha filha já nasceu com o sonho de conhecer “Palís”.
A insistência era tanta, que quando tinha três anos, levamos pela primeira vez. Fomos lentamente, de carro, parando em algumas cidadezinhas italianas e francesas. Durante esses dias, toda hora ela perguntava: “A gente já está em Palís?” a resposta era sempre “ainda não” ou “amanhã”, ou “daqui a pouco”. Até que finalmente, chagamos e fomos direto para a tão sonhada por ela Torre Eiffel.
Enquanto ela estava espremida no elevador da Torre, com a carinha na altura dos bumbuns dos turistas, ela perguntou: “ISSO aqui ainda não é Palis, né!?”
…
Acho que isso resume a frustração de todo turista que sonha com uma Paris idealizada, linda e romântica….
(depois ela veio mostrar o que é “Palís” de verdade na concepção dela: é como no desenho animado da Anastasia. Claro.)
hahahahaha, que história ótima… mas é bem isso. Lembro também quando cheguei com os meus pais para mostrar a Torre pra eles… a fila tava daquele jeito habitual e estava chovendo! Foi um fuá, mas subimos, eles amaram, porém depois disseram que a Suécia e Portugal eram mais a cara deles
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.