Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Então é Natal. E antes de mais nada, preciso fazer uma confissão: com exceção dos presentes, eu sempre detestei tudo relacionado a Natal. Mas aqui em Berlim, minha birra natalina passou. Natal é coisa séria na Alemanha e em Berlim isso não poderia ser diferente. A decoração, as luzes e os produtos típicos dessa época do ano combinam com o clima e com a atmosfera da cidade. Afinal, quem não gosta de um bom chocolate ou vinho quente e de luz de velas para dar aquela sensação agradável de aconchego enquanto o frio com temperaturas abaixo de zero e a neve servem apenas de cenário através da janela?
Os preparativos para o Natal nos países europeus onde o alemão é língua oficial (Alemanha, Áustria e Suíça são os principais deles) começam no quarto domingo antes do dia de Natal, quando se inicia o período do Advento, cujo calendário, composto de 24 janelinhas, que devem ser abertas a partir de 1º de dezembro, serve de contagem regressiva e de passatempo às crianças para a chegada do tão esperado dia.
Ao contrário do Brasil, onde as árvores de Natal já podem ser vistas desde o final do mês de outubro, aqui elas são tradicionalmente montadas na tarde do dia 24 de dezembro. A coisa é realmente séria: a árvore, ou Weihnachtsbaum em alemão, é um pinheirinho de verdade, comprado (ou cortado diretamente da floresta, se você quiser seguir à risca a tradição) às vésperas, guardando assim todo o frescor do aroma especial exalado pela árvore.
E com o início do Advento, fica aberta também a temporada dos mercados de Natal, chamados de Weihnachtsmärkte, em alemão. Essas feiras, com venda de comidas e bebidas típicas e muita música e dança, fazem parte de uma tradição germânica que remonta ao fim da Idade Média e são normalmente localizadas na praça central das cidades.
Os principais mercados na Alemanha acontecem nas cidades de Dresden (considerado o mais antigo deles), Stuttgart, Nuremberg e Colônia, que recebe mais de 4 milhões de visitantes. Mas em Berlim é onde eles são mais numerosos. São mais de 60 (!) espalhados pela cidade.
Em qualquer um desses mercados, entre um stand com maçã do amor e outro com gorros de lã, você certamente vai encontrar: amêndoas em todas as suas formas (torradas, caramelizadas, cristalizadas…), Lebkuchen (espécie de pão de mel), Glühwein (vinho quente com especiarias), Eierpunsch (bebida quente feita à base de licor de ovo), Quarkbällchen (bolinhas fritas de queijo tipo requeijão), Stollen (bolo de amêndoas ou uva passas) e, claro, muita batata, cozidas e recheadas com presunto e cebola, por exemplo, ou fritas, para acompanhar o curry wurst, prato típico de Berlim.
Como a gente sabe ser impossível visitar todos os mercados que acontecem durante as próximas semanas, aqui vai um top 10, que você deve incluir no seu roteiro caso passe por Berlim durante o mês de dezembro:
É o mais tradicional, bonito e chique da cidade. Localizado na praça de mesmo nome, entre as catedrais francesa e alemã, conta com barracas de comidas e bebidas e de artesanato, mais sofisticado do que aquele que se encontra normalmente em outros mercados, além de shows de música gospel.
No centro da parte oeste da cidade, ao lado da igreja Kaiser-Wilhelm e da avenida Kurfürstendamm, é bem turístico, com barracas vendendo malhas de lã de gosto duvidoso, mas é uma boa pedida para quem está hospedado na região.
Em sua segunda edição, é o paraíso de vegetarianos e veganos. Perfeito para manter a linha e fazer uma pré-detox antes de ir ao Berghain.
Junto ao prédio da Prefeitura, sua principal atração é a roda gigante de 50 metros de altura, que é uma ótima pedida para tirar aquela foto da torre de TV bem de pertinho, além de ser uma boa alternativa ao para lá de turístico mercado localizado em Alexanderplatz.
Ao redor do castelo de Charlottenburg, a grande estrela é a iluminação do parque adjacente, ideal para um passeio romântico.
É bem pequeno, mas conta com um rinque de patinação que faz a alegria de adultos e crianças, além de ser uma boa opção após a visita do Sony Center.
Queridinho dos berlinenses e talvez o mais típico dos mercados. Localizado na Richardsplatz, dentro da vila Rixdorf, é um recanto nostálgico no meio do agitado distrito de Neukölln e acontece apenas no primeiro final de semana de dezembro. Imperdível!
É a versão de Natal da feira orgânica que acontece semanalmente em Kollwitzplatz, uma das praças mais charmosas da cidade, localizada no bairro de Prenzlauerberg.
É o mercado nórdico, também em Prenzlauerberg, dentro do centro cultural Kulturbrauerei, e deve seu nome à Santa Lúcia, deusa escandinava da luz.
Vale a viagem até o final da linha 7 do metrô para conhecer a linda vila medieval no distrito de Spandau e se perder ao caminhar por entre nada menos do que 400 barracas nos finais de semana.
No seu aniversário de sete anos, ganhou um globo terrestre e pouco depois já sabia (quase) de cor o nome das capitais dos países do mundo. Ainda não conheceu a Ásia e a Oceania, mas mudou há cinco anos para Paris e mora há dois em Berlim. É péssimo em senso de orientação. Sempre acaba se perdendo nas ruas transversais e achando aquele café ou loja que você vai ver indicado na edição de um guia de viagem só no ano seguinte.
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.