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Os guardiões dos mares brasileiros

Quem escreveu

Jo Machado

Data

19 de February, 2015

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Para localizar os pescadores, antigas aldeias estabeleciam locais altos e fixos para acender fogueiras. Quanto mais altos, de mais longe eram vistos. Foi dessa necessidade elementar de localização que surgiram os faróis. A história comprova que os primeiros surgiram muitos séculos antes de Cristo, na sua maioria dentro do território do Império Romano.

O Farol de Alexandria, o primeiro e mais conhecido grande farol da história surgiu por volta do ano 3 a.C na Ilha de Pharos, nos limites do Rio Nilo. Sua torre de pedra de 177m, cuja luz podia ser vista a aproximadamente 46 km, foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e teve seu fim por volta do ano 1343, depois de um grande terremoto.

Vista da sala da lanterna - Foto: Alvov
Vista da sala da lanterna – Foto: Alvov

Desde os tempos de Alexandria, os faróis evoluíram muito e hoje, com a tecnologia GPS, eles passaram a ocupar uma função diferente. Mesmo assim, alguns continuam na ativa, a guiar grandes embarcações ou pescadores voltando ao seu porto seguro. Cheios de história e beleza, esses pilares luminosos se espalham por toda costa brasileira e vale muito a pena conhecer alguns deles na sua próxima viagem.

Farol do Calcanhar

É o décimo-nono maior farol do planeta, situado em Touros, a 96 km de Natal. Foi estrategicamente construído numa região onde o litoral brasileiro faz um ângulo agudo, a chamada “esquina do continente”. Possui 62m de altura e seu alcance é de 35 milhas náuticas.

Construído fora de um contexto natural, em uma planície de dunas de uma praia deserta, o Farol do Calcanhar não passa desapercebido. Para chegar lá, é preciso pegar um buggie e vencer as areias, numa viagem de meia hora de Touros. O Calcanhar é o único farol do Brasil que possui o teto de vidro, possibilitando ser visto por aviões.

O farol do Calcanhar pode ser visitado aos domingos das 14h às 17h.

Farol da Barra

Farol da Barra - Foto: Shutterstock - Filipe Frazao
Farol da Barra – Foto: Shutterstock – Filipe Frazao

O Farol da Barra está para Salvador, assim como o Corcovado está para o Rio de Janeiro. O Forte de Santo Antônio da Barra localiza-se na ponta do Padrão (atual Largo do Farol da Barra). No interior do forte encontra-se o primeiro farol construído no Brasil e em todo continente americano. Sua finalidade era sinalizar a entrada da baía, onde um extenso banco de areia causou diversos naufrágios. O mais notório foi o do galeão Sacramento, onde mais de 500 pessoas perderam a vida em 5 de maio de 1668.

Construído por ordem de D. Pedro II, foi aceso pela primeira vez em 1698. Desde então, ele testemunhou vários acontecimentos históricos, dentre eles uma reconstrução total de sua torre já em ruínas, que terminou por volta de 1839.

Em 1890, foi instalada a nova lanterna e aparelho lenticular, ainda hoje em operação. Em 1937 o farol foi eletrificado, e em 1969 sua torre até então branca ganhou faixas pretas, melhorando sua identificação diurna, comprometida após a construção de um alto edifício em frente à entrada do forte. Ao lado da badalação da capital baiana, o Farol da Barra é um farol urbano, contrariando a maioria dos seus isolados companheiros.

O local abriga ainda o Museu Náutico da Bahia, e em 2011 o interior do farol foi aberto á visitação pública.

Farol do Chuí

Marcando o extremo sul do Brasil e a divisa com o Uruguai, a atual torre de 30 metros do Farol do Chuí é a terceira de uma série iniciada em 24 de maio de 1910. Finalizado em 1942, ele é de concreto armado, em forma de tronco, com quatro alhetas verticais e funciona com energia elétrica desde 1965. Isso aumentou seu alcance de 25 para 46 milhas náuticas.

O farol pode ser visitado às terças e quintas-feiras das 15h00 às 17h00.

Farol de Santa Marta

Farol de Santa Marta - Foto: Edgard Azevedo
Farol de Santa Marta – Foto: Edgard Azevedo

Localiza-se no cabo de mesmo nome, em Laguna, Santa Catarina, e está no ponto mais oriental da região. Com 29 metros de altura, serve como guia para os navios que se aproximam do Cabo. Seu alcance é de 46 milhas náuticas, aproximadamente 85 km. Reduto de surfistas e hippies, a Vila de Santa Marta cresceu ao redor do farol e hoje é um destino importante no litoral catarinense.

Para fazer uma visita guiada é necessário agendá-la com dois dias de antencedência. A dica é ser pontual, afinal os marinheiros estarão esperando com disciplina militar no horário marcado.

Para marcar ligue para a Capitania dos Portos de Laguna no fone (48) 3644-0196.

Farol da Ilha Rasa

Localizado na ilha que também recebe o mesmo nome, no Rio de Janeiro, o Farol da Ilha Rasa fica a cerca de dez quilômetros da Baía da Guanabara. Possui 3 andares e 26 metros de altura. Foi construído em 1829, com atraso, por conta do roubo do aparelho luminoso francês, roubado por piratas argentinos no Oceano Atlântico. É um dos faróis mais potentes do mundo, só sendo ultrapassado em alcance, pelo farol aéreo de Tetuan (aeroporto de Sania Ranel) em Marrocos, com 54 milhas náuticas.

Devido ao alto consumo de carvão para o funcionamento dos geradores, a luz passou à ser gerada por vapor de querosene. Na ocasião (1909) entrou em operação o atual aparelho lenticular mesoradiante. Somente em 1951 o farol voltou à operar com energia elétrica fornecida por motores à diesel.

Sua luz de lampejos brancos e encarnados tem alcance de 51 milhas, o maior do país juntamente com o de Abrolhos.

Farol de Abrolhos

Farol do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos - Foto: Shutterstock - Ostilll
Farol do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos – Foto: Shutterstock – Ostilll

“Quando te aproximares da terra abre os olhos!”, já advertia Américo Vespúcio em 1502 ao se deparar com o arquipélago localizado ao sul da Bahia, que desde então passou a ser conhecido como Abrolhos. Composto de 5 ilhas e vários parcéis, constitui um perigo em potencial à navegação.

Santa Bárbara, a maior e mais alta das ilhas, foi escolhida para abrigar um farol de ferro edificado por Miers Irmãos & Maylor, inaugurado em 8 de maio de 1861. A torre do Farol de Abrolhos, de 13,8 metros com listas brancas e pretas foi equipada com um aparelho de luz catóptrico de 17 milhas de alcance.

Como fica em um parque nacional marinho, é o farol com maior rigor ao receber visitantes. O turismo é muito controlado, sendo que somente os faroleiros e suas famílias e técnicos do IBAMA tem livre acesso para descer nas ilhas.

O Farol de Abrolhos é o único com 2 andares de varandas. Uma desculpa dupla para ficar horas observando a movimento das aves e, com sorte, avistar baleias jubarte, que no inverno fogem do frio rigoroso da Antártida para procriar nas águas quentes da Bahia.

Mais informações pelo telefone (73) 3297-2258  e/ou pelo site do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos

Quem escreveu

Jo Machado

Data

19 de February, 2015

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.