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O melhor falafel de Paris

Data

14 de April, 2015

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Para quem não sabe o que é um falafel, ou nunca comeu, explico aqui rapidinho antes de partir para a eleição… Além de ser uma opção vegetariana deliciosa, essa fórmula que consiste em bolinhas (tipo almôndegas) de grão de bico fritas, dentro de um pão redondo ou wrap fininho, acompanhando salada e bastante molho, pode variar muito de país para país ou de restaurante para restaurante. A receita é de origem egípcia e bem popular nos países do norte da Europa  (mas também na França) e foi introduzida pelos imigrantes árabes.

Foto: Brent Hofacker (shutterstock.com)
Foto: Brent Hofacker (shutterstock.com)

O falafel perfeito na minha opinião é servido no pão pitta de massa não muito grossa e aquecida, a fritura tem que ser crocantes por fora e macia por dentro sem gosto de cru e o molho tem que ter bastante sabor. Apesar de ter comido muitos faláfeis Europa a dentro, foi em Bilbao na lanchonete marroquina que fica ao lado do Guggenheim, que eu descobri o que eu considerava ser um falafel “perfeito”. Afinal, como você pergunta no supermercado se tem “queijo” sem saber que “queijo” existe? A resposta é ser pesquisador e sempre experimentar, o que também responde uma outra pergunta que é tão presente na nossa existência “onde conseguir o melhor de tudo”. Ah! Claro, o conceito de “melhor” é bastante relativo.

Uma das cidades que visitei com mais opções e variações no que diz respeito ao falafel foi Paris. A cidade é um paraíso para quem é apreciador dessa especialidade e sempre que vou por lá tento provar uma receita nova de falafel. Ao longo dos anos testei oito lanchonetes e uma délicatesse e escrevo a seguir a minha conclusão sobre onde comer o melhor falafel da cidade.

Rue de Rosiers

No Marais, o bairro hype de Paris está a Rua de Rosiers e é onde a batalha pelo título de melhor falafel da cidade é travada. Muito se fala do L’As Du Fallafel “o preferido do Lenny Kravitz” em Paris que é citado em todos os blogs e guias…

Pessoalmente, acho que o falafel do L’As é apenas ok. O pão pitta deles é branco (não oferecem versão integral) e servido frio, o molho é um tanto básico relativamente ao sabor, a pimenta (harissa) também é fraquinha e de bom mesmo só as almôndegas que são crocantes e macias (mas possuem mais condimentos que ervas) e é servido com beringela e batata frita. Parece bastante com os faláfeis servidos aqui em Amsterdã: bons mas sem nada de extraordinário.

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(Foto: Priscilla Dieb)
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O pitta falafel do L’as du Falafel (Foto: monsieurdandy.wordpress.coml)

Bem na frente do L’As está o Mi-Va-Mi, também muito conhecido e com longas filas na porta. Apesar do atendimento ser rápido, eu sou um ser que odeia filas e com tantas opções de tudo no mundo, lugares com filas já me tiram o apetite. O falafel do Mi-Va-Mi, apesar de muito bem apresentado e bonito, também é servido em pão frio e a harissa nem sequer tem gosto de pimenta. A parte boa é que os vegetais são de boa qualidade e isso influencia bastante no sabor. As bolinhas são inferiores em sabor se comparadas com as do L’As.

Filas quilométricas... Me recuso. (Foto: Priscilla Dieb)
Filas quilométricas… Me recuso. (Foto: Priscilla Dieb)
O pitta falafel do Mi-Va-Mi (Foto: inwanderlust.wordpress.com)
O pitta falafel do Mi-Va-Mi (Foto: inwanderlust.wordpress.com)
A refeição (menu) do Mi-Va-Mi é bem melhor que o sanduíche, mas não rola comer em pé. (Foto: veggiebulle.fr)
A refeição (menu) do Mi-Va-Mi é bem melhor que o sanduíche. (Foto: veggiebulle.fr)

À esquerda, fica o King du Falafel, sem muita diferença dos dois primeiros e com apresentação parecida. Já que não há filas na porta poderiam servir o pão quentinho, mas não servem.  O que gostei na receita deles é que o molho é realmente saboroso e abundante. A harissa também é ótima, apesar das almôndegas serem um pouco mais secas que os dois primeiros que acabei de citar. Mas já faz um tempinho que experimentei o falafel deles, por isso a receita pode ter mudado e melhorado.

À direita, em direção ao fim da rua, fica o Chez Hanna, que – se você pedir – aquece o pão (êeeeee!) e apesar de não ser tão “bem servido” e cheio de vegetais é bem gostoso. A mistura das bolinhas é mais leguminosa que condimentada. É um diferente bom. Sim, poderia levar um pouco mais molho e a harissa poderia ser mais puxadinha, mas isso é uma questão de gosto pessoal.

O pitta falafel do Chez Hanna (Foto: matraqueando.com.br)
O pitta falafel do Chez Hanna (Foto: matraqueando.com.br)

Conclusão: minha opinião é que o melhor falafel da Rue de Rosier é o do Mi-Va-Mi, servido como refeição ou Chez Hanna em forma de pitta.

 O melhor falafel de Paris

Somente quando coloquei de lado as dicas (até já saturadas) e resolvi experimentar algo novo e guiada pelo “faro”, foi que descobri que existia um “melhor falafel de Paris”. Fora da rota turística, mas bastante popular entre os locais está a Rue Mouffetard (meio feira, meio rua), um lugar bem mais agradável e tranquilo que a Rue de Rosiers, com lojas maravilhosas e claro, uma banquinha de falafel que cobra apenas Eur-1,00 se você quiser comer sentado (detalhe: todas na Rue de Rosiers cobram pelo menos Eur-2,50 extra).

Lenny, o melhor falafel de Paris é aqui! Entra nessa portinha e pode ficar sossegado :) (Foto: Priscilla Dieb)
Lenny, o melhor falafel de Paris é aqui! Entra nessa portinha e pode ficar sossegado :) (Foto: Priscilla Dieb)

Dei a oportunidade de um lugar, indicado por um local, sem nenhum hype me surpreender com simplesmente o melhor falafel da vida. Esse falafel da Zamane (Rue Mouffetard) é servido em uma massa finíssima envolvendo as bolinhas, relativamente grandes mas fritas na medida certa e com sabor perfeitamente balanceado entre condimentos e ervas, hummus e molhos na medida certa, saladas e vegetais fresquinhos. Tudo isso servido em um wrap quentinho e crocante com harissa de verdade e a possibilidade de acompanhamento – buffet de vegetais ou batatas fritas.

Falafel fresquinho preparado (Foto: Priscilla Dieb)
Falafel fresquinho preparado (Foto: Priscilla Dieb)
Simplesmente o melhor. Uma explosão de sabores e alta qualidade em tudo. (Foto: Priscilla Dieb)
Simplesmente o melhor. Uma explosão de sabores e alta qualidade em tudo. (Foto: Priscilla Dieb)

Lenny Kravitz se você estiver lendo esse artigo, é o seguinte: fica um pouco fora da rota, mas vale mesmo a pena! Se joga que você não vai se arrepender. (Metro Censier-Daubeton)

Onde comer outros faláfeis ótimos

  • Pertinho da Praça da República (Place de la Republique), metrô Republique tem o Mezz (53 Quai de Valmy, 75010 Paris) que serve um falafel muito gostosinho e também pastéis de Nata, limonadas caseiras, etc.
  • Próximo da Gare du Nord tem uma loja Les Delices d’Orient (110 Boulevard de Magenta, 75010 Paris) que além de vender ingredientes e utensílios para a preparação do falafel, vende também a refeição em si.
  • Quem pretende visitar  o túmulo do Jim Morrison no cemitério Père Lachaise, pode descer no metro Voltaire e comer um falafel delicioso no Camel Délice (144 Boulevard Voltaire, 75011 Paris), o cemitério fica pertinho e é melhor não ir com fome, pois além de Jim, lá também estão Oscar Wilde, Maria Callas, Colette, Josephine Baker e outros que merecem a visita.
  •  Se estiver hospedado ou perdido ali entre o 2º/3º distrito em direção ao 10º tem o Le Daily Syrien (55 Rue du Faubourg Saint-Denis) que também oferece um falafel bem gostoso.


Imagem destacada
– Shutterstock.com (Copyright: funkyfrogstock
)

Data

14 de April, 2015

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Priscilla Cavalcante

A Priscilla escolheu como mantra a frase de Amyr Klink: "Pior que não terminar uma viagem é nunca partir". Adora mapas e detesta malas. Não perde uma promoção ou um código de desconto e coleciona cartões de fidelidade. Nas horas vagas é diretora de arte, produtora de festas, dj e coletora de lixo nas ruas de Amsterdã. Escreve aqui e no www.almostlocals.com

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