Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
No começo do ano, voltando de uma viagem à Tailândia, peguei um voo da Emirates, saindo de Dubai em direção à Europa, que vai ser difícil esquecer. Foi a única vez que viajei no mais novo – e maior – modelo de avião da Airbus, o A380, mais conhecido por ser o único com dois andares em toda a sua linha de aeronaves. Para tentar passar a noção do tamanho do bicho, eu posso dizer que sentei na fileira 81 e que eu estava na primeira cadeira do último bloco. Ou seja, deveria chegar a 100 tranquilamente.
Além de super confortável, nada comparável a outros modelos de avião em que já viajei, o A380 é um exagero em tudo. São 401 assentos na classe econômica, 76 na classe executiva e 14 suítes na chamada First Class Private, que conta com lounge e bar e ainda um shower spa. Eu, lá da minha fileirinha com dois dígitos, não vi nada disso, mas mesmo para os pobres mortais a aeronave é um espetáculo. O entretenimento de bordo conta com mais de dois mil canais visualizados através de uma tela bem generosa, e wi-fi gratuito durante todo o voo.
Este avião ainda é um dos relativamente menos poluentes, produzindo menos CO2 por passageiro por quilômetro voado em comparação com as taxas definidas pela Comissão Europeia para os carros em 2020. A Emirates já tem 67 aviões desses, e mais 73 encomendados, e opera regularmente voos com o A380 para 34 destinos a partir de Dubai. Eles botam tanta fé nesse modelo que contrataram a Jennifer Aniston para estrelar sua campanha publicitária.
Por aqui, infelizmente nossos aeroportos ainda não têm condições de comportar rotas regulares deste pequeno gigante, então temos que nos contentar com conexões. Mas, no último fim de semana, com a realização da corrida de Fórmula 1 (da qual é parceira), e para comemorar o oitavo ano das atividades da Emirates no país, o A380 deu a graça em um voo único no Brasil e na América do Sul. Ele chegou dia 14 e foi embora no dia 15, graças a uma operação especial no Aeroporto de Guarulhos. Quem sabe um dia não teremos um aeroporto bacana o suficiente para que o A380 vire parte do nosso dia a dia. Enquanto isso, nos contentamos em ver o avião por dentro no Street View aqui, e no video (um pouco ridículo) de gente aplaudindo o pouso dele em nosso solo.
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsOlá Arnaldo!
Muito obrigado pelas explicações. Fui investigar e descobri que o Aeroporto de Guarulhos foi liberado pela Anac para receber o A380 agora, no final de outubro. Realmente eu não tinha essa informação. Pelo que pude pesquisar, a AirFrance e a Lufthansa mostraram interesse em criar vôos regulares para o Brasil com esse avião. Se acontecer, acho que vai ser muito legal para nós. O avião é realmente um espetáculo, e espero que todo mundo tenha a oportunidade de experimentar.
Abraço!
Renato, já temos dois aeroportos absolutamente habilitados a operar o A-380: Guarulhos e Galeão. O Galeão, principalmente para alternar quando GRU esteja fechado (exigência para operar linhas de longo curso).
O que não temos é número de passageiros que justifiquem um avião tão grande.
Veja que as únicas empresas a usar o Boeing 747 em voos para o Brasil são a British e a Lufthansa.
Todas as demais empresas, incluindo asiáticas, europeias e estadunidenses (e a TAM), usam no máximo o Boeing 777.
Aliás, nenhuma empresa dos EUA opera aeronaves A-380 até agora. No Ocidente, apenas a British, a Lufthansa e a Air France (dos principais países que controlam a Airbus, não por acaso).
Todas as demais operadoras do A-380 são asiáticas, além da Qantas australiana.
Aliás, o Boeing 747-8 é mais comprido que o A-380 (a Lufthansa usa esse modelo de 747 nos voos para GRU), portanto há mais fileiras no primeiro piso do Boeing 747-8 que no A-380.
A diferença do A-380, além da envergadura das asas, é o segundo pavimento, parcial no B 747-8.
Mas não, não é por problemas em nossos aeroportos que o A-380 não opera no Brasil.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.