Gastronomia, cultura, arte, música, diversão, compras e inspiração na Selva de Pedra. Porque para amar São Paulo, não é preciso firulas. Só é preciso vivê-la.
Não sou cinéfila, mas tenho amigos que são. Então pendurei no mais cinéfilo deles, o Thyago Gadelha, para pedir suas indicações dos grandes destaques da 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que começou na última sexta-feira.
Esta edição traz 312 filmes de 62 países, que serão exibidos em 22 endereços em São Paulo, entre cinemas, espaços culturais e museus, incluindo exibições gratuitas e ao ar livre.
Entre os destaques vale considerar a retrospectiva do Film Foundation, de Martin Scorsese, que restaura clássicos do cinema e exibirá filmes como Juventude Transviada, com James Dean; Eraserhead, de David Lynch; Rashomon, de Akira Kurosawa e o clássico Meu Único Amor, de Sam Taylor, que será exibido ao ar livre no Parque Ibirapuera, além dos filmes que arremataram prêmios nos grandes festivais.
Aí vai a lista indicada pelo Thyago do que não perder. Como ele tem um baita bom gosto, vale considerar a lista:
Son of Saul, filme húngaro que dizem ser o possível a roubar a cena do Brasil no Oscar Estrangeiro. Sinopse: Num campo de concentração, um judeu acha um corpo que crê ser o de seu filho.
Direção, roteiro e música: Lázló Nemes. 107 minutos. País: Hungria
Dias 26/10, no Cinesesc, às 21:30, e 31/10, no Espaço Itaú de Cinema, Frei Caneca, às 19:50
Coração de Cachorro, vale pela curiosidade já que foi dirigido pela ex do Lou Reed, Laurie Anderson. Talvez valha mais pela curiosidade do que o que o filme talvez tenha de potencial. Sinopse: Laurie Anderson faz uma divagação audiovisual que passa por temas filosóficos e por considerações sobre sua cachorrinha.
Direção Laurie Anderson, que também cuidou do roteiro, música e fotografia. 75 minutos. País: Estados Unidos.
Dias 26/10, Cine Sala, às 18h, e dia 04/11, no Sesc Belenzinho – Cine Teatro, às 20h
Ralé, interessante pelo que se propõe: discutir a liberdade sexual. É dirigido pela musa do cinema marginal, Helena Ignez, e com Ney Matogrosso e Zé Celso no elenco. Sinopse: Ralé é um filme dentro de um filme. Jovens diretores, adolescentes prodígios, estão filmando “A Exibicionista” em meio a uma fazenda numa região paradisíaca. Barão vive nesse local, onde irá celebrar seu casamento com o dançarino Marcelo. A obra investiga a alma brasileira, colocando a Amazônia como epicentro do mundo, refletindo a respeito de questões existenciais, legitimando o direito à liberdade e individualidade sexual. Filme filosófico e musical, livremente inspirado na peça teatral Ralé, de Máximo Gorki.
Direção e roteiro: Helena Ignez. 73 minutos. País: Brasil
Dias 25/10, Cine Caixa Belas Artes (Sala SPCine), às 20:10; 30/10, MIS, às 19h; e 31/10, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, às 15:45 RALÉ – Trailer from Mercúrio Produções on Vimeo. A Mãe, filme sírio que provavelmente vai levar algum prêmio por causa da urgência do tema imigração e sonhos. Sinopse: Uma mãe morre em um vilarejo remoto na Síria e seus seis filhos tentam chegar a tempo para o funeral. O filme narra a jornada de cada um deles e mostra como a guerra afeta a população.
Direção e roteiro: Basil Alkhatib. 120 minutos. País: Síria
Dias 25/10, Espaço Itaú de Cinema (Augusta 1), às 17:50; 01/11, Cinearte 2, às 17:30; e 03/11, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, às 19:30 A Ovelha Negra, premiado na mostra Un Certain Regard em Cannes. Filme produzido na zona rural da Islândia. Sinopse: Dois irmãos distanciados unem esforços contra autoridades islandesas que pretendem abater os animais de seu rebanho.
Direção e Roteiro: Grímus Hákonarson. 93 minutos. País: Islândia.
Dias 28/10, Reserva Cultural 2, às 19:40; 29/10, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 1, 17:15; 31/10, Cinesesc, 19:30; 01/11, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 5, às 13:30; e 04/11, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 5, às 21:30.
Desde Allá, tem chamado a atenção porque levou o prêmio Leão de Ouro no Festival de Veneza. Sinopse: Um jovem delinquente das ruas de Caracas se envolve com um homem de poucas palavras no longa de Lorenzo Vigas.
Direção e roteiro: Lorenzo Vigas. 93 minutos. Países: Venezuela e México.
Dias 25/10, Cinesesc, às 18:40; 26/10,Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 1, às 18h; 29/10, Espaço Itaú de Cinema (Augusta 1), às 18:15; 01/11, Reserva Cultural 2, às 22h; e 03/11, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 2, às 22h.
Boi Neon, filme brasileiro que anda levando prêmio por onde passa, provavelmente o novo “O Som ao Redor”, incluindo no Festival de Veneza (prêmio especial do júri da mostra Horizontes). Sinopse: Faz um retrato naturalista do universo das vaquejadas por meio de um vaqueiro que nutre o sonho de ser costureiro.
Direção e roteiro: Gabriel Mascaro. 101 minutos. Países: Brasil, Uruguai e Holanda.
Dias 28/10, Reserva Cultural 2, às 21:50; 01/11, Cinearte 1, às 18h; e 04/11, Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca 1, às 13:30
Meu Único Amor, clássico do cinema mudo de 1927 dirigido por Sam Taylor. Vai rolar em exibições ao ar livre no Parque Ibirapuera com a Orquestra Sinfônica Heliópolis e regência do maestro David Michael Frank. Ótimo programa para levar a família. =) Sinopse: O filme conta a história de Maggie, uma jovem que tem o tempo divido entre o trabalho e o cuidado dos pais e do irmão. Ao conhecer Joe, o novo funcionário, ela se apaixona sem saber que ele, na verdade é filho do dono da loja.
Direção: Sam Taylor. 90 minutos. País: Estados Unidos
Dia 31/10, no Parque Ibirapuera, às 20h (gratuito)
O Inquilino (1927), outro clássico do cinema mudo, dirigido por Alfred Hitchcock, que será exibido no CinepianoTony Berchmans, tributo ao cinema mudo, época em que as projeções dos filmes eram acompanhadas por músicos que faziam a trilha ao vivo. Sinopse: história serial killer conhecido como “O Vingador” está à solta em Londres, assassinando mulheres loiras. Um homem misterioso chega à casa do Sr. e da Sra. Bunting procurando um quarto para alugar. Um dos detetives designados para o caso, namorado da filha dos Bunting —uma modelo loira—, começa a suspeitar que o inquilino possa ser o assassino em série.
Direção: Alfred Hitchcock. 90 minutos. País: Reino Unido
Dia 27/10, na Cinemateca área externa, às 20h. Gratuito.
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.