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Quem me conhece sabe que eu adoro vinho rose. Eu os procuro pelo mundo em que bebo seus muitos estilos: do cor de rosa ao cor de laranja; dos que tem aromas de morangos e frutas vermelhas frescas aos adamascados, cítricos e alaranjados. São vinhos que para min combinam muito bem com praia, piscina e o clima de verão. Os vinhos roses podem ser feitos de várias maneiras, não existe uma forma correta e nem mesmo uma forma como foi feito o primeiro rose, mas basicamente são feitos de combinação de uvas brancas e tintas vinificadas em branco (ou seja sem a maceração com as cascas) ou apenas de uvas tintas vinificadas em tinto com pouca permanência das cascas ou como os claretes, que nasceram da adição de vinho branco aos vinhos tintos para maior preservação desses.
Ao longo dos anos os vinhos roses sofreram muitos preconceitos, mas não sem justificativa, pois nos primórdios dos vinhos o rose era vinho feito à base de misturas de brancos e tintos, com adição demasiada de açúcar com vinhos que conseguiam desagradar a gregos e troianos. Mas a partir da segunda metade do século XX os roses começaram a ser encarado como vinhos que você não só pode como deve ter à mesa.
Como por aqui faz calor a maior parte do tempo, é sempre bom ter vinho branco e rose em casa. Aliás, muitos roses. No Brasil o mais vinho rose mais famoso, eu diria, é o português Mateus Rose (preço médio R$37), criado em 1942 por Fernando Van Zeller Guedes e por muito tempo foi um dos poucos roses existentes por aqui. Hoje em dias temos uma profusão de roses, tanto nacionais quanto importados, de quase todos os lugares do mundo.
Atualmente a região de Provence na França é considerada a melhor na fabricação de vinho rose, tanto que o famoso Chateau Miraval Rosé Côtes de Provence (preço médio R$150) entrou para a lista dos 100 melhores vinhos do ano, tornando o rose como objeto de sex appeal no mundo todo. Não bastasse ter entrado nessa lista, a vinícola ainda foi comprada por Brad Pitt e Angeline Jolie. Chateau Miraval por si só já tinha uma história curiosa, pois pertenceu a Jacque Loussier, um músico de jazz que instalou um estúdio de gravação por lá e recebeu artistas como Cramberries, Sting e Pink Floyd (inclusive para gravar The Wall). Agora o estúdio também pertence ao casal Brad & Angelina.
Mas de uma forma ou outra, hoje o mundo inteiro faz vinho rose de vários estilos. Como cada vez mais aparecem vinhos roses no mercado, sugiro aqui uma pequena lista dos roses que tem frequentado a minha taça. E, atenção, não se esqueçam de gelar, pois vinho rose é servido gelado! De uma maneira geral vou tentar escolher um rose de cada país, com exceção da França que não sei se conseguirei manter esse critério.
Brasil: o Villa Francioni Rose, um rosé de Santa Catarina feito com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Sangiovese, Syrah, Petit Verdot, Pinot Noir, Merlot e Malbec com uma cor rosa salmão claro e aromas de pêssegos e flores. Preço médio: R$61.
Brasil: já começando a quebrar a regra com nosso país. O Luiz Argenta Jovem Rose, feito com uvas Pinot Noir e Syrah de uma coloração vermelho cereja brilhante, aromas de flores secas, morangos, cerejas e framboesas. É disparada a mais bonita garrafa de todos os roses e a única que depois que eu bebi entrou para minha coleção de garrafas vazias. Preço médio: R$50.
Uruguai: um vinho que já falei, mas não canso de indica-lo, é o Alto de La Ballena Cabernet Franc Rosé, um Cabernet Franc e Merlot de um vermelho bem intenso com aromas de morangos e framboesas e frutas cítricas. Preço médio: R$65.
Argentina: o La Flor Rose, um rose 100% Malbec produzido pela vinícola Pulenta, que é ótimo, tem cor vermelho vibrante com aromas de cerejas e morangos. Caso não consiga encontra-lo no mercado, sugiro o Crios Rose de Malbec, da Susana Balbo, outro bom exemplar de rose argentino. Preço médio: R$79
Chile: o Calyptra Vivendo Rose, um rose laranja acobreado feito 100% de Cabernet Sauvignon com aromas de flores e frutas frescas, sabores de maçã, framboesa e rosa. Da lista é o primeiro rose que perde os tons avermelhados e começa a ser alaranjado. Preço médio: R$38
Espanha: o Tremendus Clarete Rosada da Garnacha Viura, que eu costumo sempre comprar, pois adoro um rose alaranjado com aromas de cereja, morango, amora e ervas frescas. Preço médio: R$45.
Itália: o Carpineto Dogajolo Rosato IGT, com 80% da uva Sangiovese e 20% de Canaiolo tem uma coloração rosa pálida e aromas de flores e maças, alguns diriam cerejas azedas. É um vinho elegante e estruturado. Preço médio: R$70
Por fim, vamos fazer o mais difícil: reduzir a lista dos roses franceses, afinal a França é o país que tem uma fatura em vinho rose com opções que me seduzem completamente. Vou separa-los por região para ter uma lista mais fácil na hora de escolher uma opção.
Sudoeste: o Rosé Piscine, que tem uma bela garrafa em azul e branca, escondendo o vinho, mas que chama muito a atenção na gôndola ou em qualquer lugar que esteja. Com uma coloração salmão pálida e reflexos azulados, tem sabor cítrico de limão e bergamota com notas de morango. Preço médio: R$85.
Languedoc Roussillon: o Château Virgile, feito com uvas Granache, Mourvèdre e Syrah, é um rose salmão alaranjado com aromas de sálvia, limão e cassi e sabores de frutas e cerejas. Mostra no primeiro gole ao que veio. Preço médio: R$53.
Também de Languedoc Roussillon, o Domaine Lafage Cotês de Roussillon Rosé Miraflors, vinho com nome e sobrenome, parece nome de princesa, tem um toque que me fez também guardar a garrafa que tem rolha de vidro. Feito com uvas Grenache Gris e Mourvedre, tem cor salmão alaranjada, aromas e sabores de framboesa, groselha, frutas cítricas e casca de laranja. É um rose muito bem pontuado, coisa difícil entre os roses. Preço médio: R$110.
Provence: Para fechar a lista dos roses que andam frequentando a minha taça, o L´Opale de la Presquile de Saint Tropez, um rose de Provence em toda a sua expressão de aromas e sabores. Com um corte de uvas Cinsault, Grenache e Carignan. É um rosa acobreado, límpido e brilhante com notas de frutas vermelhas, especiais limão e melão maduro. Preço médio: R$75.
Uma bela lista, mas sinto falta de um rosé americano de Zinfandel, mas a maior parte dos que provei tinha adição de açúcar e não os achei digno de nota para estar nessa lista. Se alguém conhece um que que seja realmente bom, não deixe de compartilhar comigo.
Vale também fazer algumas observações sobre o vinho rose. Em primeiro lugar é um vinho para tomar gelado, entre 8 e 10ºC. E, com isso, geladeira, isopor e baldes de gelo são sempre recomendados. Em segundo lugar: colocar ou não colocar gelo? Eu acho quase sempre um sacrilégio colocar gelo em bebida, mas é aceito no caso do rose. O próprio Rosé Piscine diz em sua propaganda “Coloque gelo”. E em terceiro lugar o rose é um bom vinho para dias quentes, então ele é uma ótima companhia na praia, piscina, lancha ou qualquer lugar que tenha sol.
Divirtam-se.
PS: eu pensei que tinha terminado e então depois de escrever fui encontrar um amigo para conversar sobre os tempos bicudos. Marquei em um Wine Bar que gosto muito por possuir ótimas taças. Por lá encontrei um o PradoRey Rosado barricado por 3 meses em barricas de carvalho russo de uvas Tempranillo e Merlot, cor cereja escura intensa linda e com um nariz de cerejas maduras e baunilha. Um espanhol maravilhoso que com certeza vale estar na lista. Preço médio: R$100
*Foto destaque: riekephotos / shutterstock.com
Paulo é carioca, está na turma dos "enta" e manda muito bem na fotografia a maioria inusitada. Funciona a toda velocidade, tem duas empresas, mulher, filho, amigos, mãe, pai, celerados e gente de todo tipo a sua volta o tempo todo, entre os quais divide a sua atenção do jeito que dá. Adora quadrinhos, mangás, livros, música alta e tudo mais que lhe prenda a atenção e ajude a compor seu universo imaginário. É chegado em moda, vinhos, culinária, cachaças, champagnes e filmes, filmes e mais filmes.
Ver todos os postsTemos uma amiga que é jornalista e fã número 1 de vinhos rosé, adquirindo seus rótulos preferidos através do e-commerce http://www.emporiomoriev.com.br com qualidade certificada e preço mediano. Fica a dica.
O que vc acha do francês Rosé d anjou?
olha é um rose clássico, o avó de minha mulher amava ! eu escolho outros mas é um rose frances
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.