“Conta a lenda do boto da Amazônia que um jovem e belo rapaz de vestes brancas e chapéu na cabeça seduz a mais bela cabloca ou cunhâ”. Sou meio apaixonada pelas histórias no Amazonas. O boto é um dos maiores protagonistas: já vi mocinhas que realmente ficaram grávidas dele (assim juram), homens que foram enganados e ficaram bêbados, e até dinheiro o boto, esse safado, já levou.
Ele também é personagem principal no Festival de Sairé, em Alter do Chão, que acontece essa semana. O carnaval é uma mistura de rituais religosos, danças, comidas típicas, danças e apresentações. Para ter ideia, o lugar que tem 6 mil pessoas recebe essa semana mais de 100 mil. Eu queria muito estar lá.
A apresentação dos botos Tucuxi e Cor de Rosa é provavelmente a atração mais aguardada do ano, e eles disputam entre si pela mais bela apresentação. Este ano, a temática da associação do boto Tucuxi é “O encanto do Sairé”, que abordará a origem do Sairé. Já o tema do Cor de Rosa será “Santarém, um poema de amor”, que contará a história no município de Santarém.
Ele é realmente uma espécie de Carnaval local. Reúne elementos religiosos e profanos, católicos e índigenas, em um sincretismo único cheio de significados. O arco do Sairé, que é o grande símbolo do festival, é um bom exemplo: ele é uma homenagem ao Espírito Santo, mas remete a um escudo português.
Hoje, 5 dias antes da festa, os barquinhos vão todos em procissão em busca de dois troncos de árvores, que são os mastros do evento. Eles ficam na Praia de Cajueiro até o dia da abertura.
Para quem for do Pará, fica aqui a linda programação. Vai lá e mande fotos para nós, afinal, estamos aqui na torcida para ver se ganha o Tucuxi ou o Cor de Rosa. #teamtucuxi