Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A promessa de falar uma língua em 30 dias sempre pareceu utópica. Aquela coisa de anúncio de coleção de fita cassete nos anos 80. Mas o desafio, convenhamos, é intrigante: o quanto realmente é possível aprender de uma língua em 30 dias?
Resolvi desafiar meu próprio cérebro e investir com tudo em um mês na França, junto com a CI. A bagagem inicial era os números de 1 a 20, os dias da semana, e “Uma taça de vinho, por favor”.
Prometi que faria o máximo para aprender no menor tempo possível, e confesso que fiquei impressionada com a agilidade que o Tico e Teco se revezaram organizando os vocábulos lá dentro do cerebelo.
Para otimizar o tempo, reuni todas as dicas e segui.
Não há curso intensivo que chegue à altura de morar, viver, respirar a língua. De nada adianta aprender a falar que o livro está em cima da mesa, sendo que o que você precisa mesmo é, na adrenalina do momento, pedir papel higiênico no restaurante.
Descubra o Charles Chaplin que existe em você. Aponte, faça mímicas, olhe no dicionário. Mas se você traduzir para outro idioma para que alguém entenda, acabou de perder uma ótima oportunidade aprender uma palavra nova. O mais fácil nunca é o mais eficiente.
Faz toda diferença. Principalmente, se eles não falarem outra língua. Multiplica seu aprendizado por dois. Três. Casas organizadas por escolas, programas de intercâmbio, ou o próprio AirBnB são ótimas opções. Fiquei com uma família na primeira semana organizada pela CI e pela escola France Langue. Eles pareceram muito hospitaleiros e excelentes parceiros para “Imagem e Ação”. É que, até então, eu só me comunicava por desenhos no guardanapo.
Escolha uma escola para chamar de sua. A France Langue, que a CI escolheu para mim, foi excelente. Complemente com todas as atividades possíveis: aula extra, museu, escalada. Visite um orfanato, fale com idosos jogando bocha na praça. Qualquer oportunidade é um workshop gratuito de francês.
Fiz um curso de culinária junto ao francês. Muito salmão cru, amendoim queimado, e horas de sons irreconhecíveis saindo da boca do chef, na quarta semana já entendia tudo.
Como sabemos, brasileiros se multiplicam mais que coelhos sem televisão em casa. E não importa o quanto você se esforce, é bem bizarro falar em francês com brasileiros Vocês mudarão de língua na segunda cerveja.
Para não pagar de antipático, jure para todos que você é de Nauru, na Micronésia. Invente fatos e faça uma demonstração de dança folclórica do país. Ninguém pesquisa, vai por mim.
Se você está no chat do whatsapp, não está batendo papo com o moço que serve café. Se está lendo sua timeline no facebook, não está tentando decifrar um jornal no metrô. Se está usando GoogleMaps, não está pedindo para o cara da floricultura como chegar até a estação de metrô. Deu para entender o ponto, né?
Seu francês vai ser –de-va-gar….gar…..gar…..zi… to. E todo errado. É preciso achar amiguinhos pacientes e bacanas. Sites como o Couchsurfing, o aplicativo Tripr, o Internations, o Meetups, até o Tinder está valendo. O que importa é conectar os viajantes aos locais. Se jogue e não tenha vergonha, poste nos fóruns que você está em busca de novos amigos, vá nos eventos.
Em 30 dias eu bati perna com 34 novos colegas, dispostos a mostrar a cidade e tomar um café.
Nada é mais comum e atravanca mais o desenrolar da língua que o medo de errar. Vergonha, timidez, sensação de idiota. Quanto mais erros você fizer, quanto mais falar “nós fumo, nós vamo”, conjugações, mais as pessoas vão te corrigir. Quanto mais erros, mais acertos. Encarar o aprendizado e seus erros como pura diversão é a chave para o sucesso.
Se dá para falar em 30 dias? Bom, as influências do renascimento italiano na pintura francesa pós-guerra, as diferentes cépages nass degustações de vinho… confesso, é difícil. Mas que em 30 dias dá para bater papo com o gatinho no bar… opa, ô se dá!
** A Vanessa fez um curso de francês na France Langue com o apoio da CI, e amou!
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
Ver todos os postsahauahuaahu eu AMEI o texto, as dicas enfim tudo!
Bjs
Dani Bispo
Comer e Coçar é Só Começar
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.