Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Todo país e região tem uma feira. Pense nos mercados de Londres, produtores vendendo trufas direto pro público na França, mercados flutuantes da Ásia, feiras de pequenos produtores da Costa Oeste dos EUA, o Ver-O-Peso de Belém. O conceito é sempre o mesmo: vender produtos direto para o público, seja mel, laranjas, massalas ou café. A feira livre paulistana, com seu inevitável de combo garapa e caldo de cana, legumes expostos sobre bacias coloridas, feirantes gritando para atrair o freguês, produtos que vão de peixe fresco à sacos de lixo passando por tomates e tomadas, também é parte dessa tradição.
“Cada mercado de cada cidade tem seu charme e utilidade. É só saber usar”, fala Julio Bernardo, crítico paulistano que escreve o blog Boteco do JB e é detestado/adorado na mesma medida (eu adoro, é bom dizer). Ele tem moral para falar do assunto: filho de bucheiro (o feirante que trabalha com miúdos), viveu e trabalhou dentro das feiras livres até trocar esse mundo pelo dos restaurantes.
Sua história rendeu convite da Companhia das Letras para escrever Dias de Feira,”um relato pessoal de 25 anos de vida passada na feira” lançado em maio desse ano. São histórias que estão por trás dessa forma antiga de comércio, sempre ameaçada por grandes grupos e supermercados, mas ainda firme na rotina das cidades.
Honrando a história de que feira boa é a que a gente frequenta, a feira predileta de Julio é a que fica perto da sua casa, no bairro de Pinheiros. “Porque feira boa tem que ser perto, tem que fazer parte do cotidiano. Compro muita coisa lá. peixe, fruta, verdura, ovo…” E no mesmo tom sem frescura ou meias palavras, conta onde levaria um amigo gringo pra conhecer feira em São Paulo: “Aqui na rua de casa. Porque é bom e cotidiano. Nunca levaria ao Pacaembú, por exemplo. O estrangeiro se interessa mais pelos nossos hábitos reais que em programas feitos pra estrangeiros.”
Foto destacada: Adisa, via Shutterstock
Post original de Gaía Passarelli
Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.
Ver todos os postsVivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.