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Terremoto: tudo que você precisa saber

Quem escreveu

Renato Salles

Data

14 de April, 2014

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Meu pai conta que, em 1974, ele estava em Lima, no Peru, para um campeonato de Bridge. Eram 9 horas da manhã, ele ainda estava dormindo depois de jogar até tarde no dia anterior, quando ele foi acordado pelo pior despertador da vida dele: um terremoto de 8 pontos na escala Richter, que durou longuíssimos 90 segundos. Assustado, e por puro instinto, ele correu para o vão da porta do banheiro e esperou o tremor passar. Quando o mundo parou de sacudir, ele e todos os hóspedes do hotel correram em seus pijamas para o lobby do hotel. O gerente sabia que o melhor que podia fazer naquele momento era acalmar os ânimos e não teve dúvida. Mandou abrir o bar e distribuir de graça pisco para todo mundo. Logo de manhã.

Gracinhas à parte, a situação que meu pai passou pode acontecer com qualquer um. E em tempos de aquecimento global, parece que o Planeta Terra está querendo se vingar de leve de nós. Recentemente um abalo sísmico devastou uma grande região no norte do Chile, e neste final de semana a Nova Zelândia recebeu aviso de alerta para um tsunami, depois de um tremor no Pacífico Sul. Então eu te pergunto: no caso de um terremoto, você sabe como agir?

Primeiro vamos a alguns fatos. O terremoto, como todo mundo sabe, é causado pela movimentação das placas rochosas da superfície terrestre, ou pela movimentação do magma e dos gases nas camadas internas do globo. A maior parte dos abalos que ficamos sabendo, até por serem em zonas habitadas pela humanidade, acontecem nas falhas tectônicas. Essas podem ter alguns centímetros ou até milhares de quilômetros, como é o caso da Falha de San André, na California. Só nos Estados Unidos acontecem de 12 a 14mil terremotos de graus diversos por ano. Mas muitos tremores acontecem no fundo dos oceanos, e apesar de não o sentirmos, eles podem causar maremotos ou tsunamis devastadores, como o que aconteceu no Oceano Índico em 2004, e o que acarretou no desastre nucler de Fukushima em 2011.

Vista aérea da Falha de San Andrés, na California
Vista aérea da Falha de San Andrés, na California

A medição dos abalos segue a escala Richter. Essa escala, por enquanto, determina a intensidade dos terremotos entre 0 e 10, mas 10 é só o limite do que a ciência conhece do que um terremoto pode ser. Ou seja, um dia podemos ampliar a escala a 11, 12, ou mais. Mas por ora, estamos bem só com 10. Os tremores acima de 7 pontos já são considerados de alto risco, podendo abalar estrutura de edifícios e casas. Os tremores mais intensos já registrados foram no Chile, em 1960, com 9,5 pontos, e um no Alasca em 1964, com 9,2.

O Círculo de Fogo do Pacífico passa pelas áreas mais sujeitas a terremotos no mundo
O Círculo de Fogo do Pacífico passa pelas áreas mais sujeitas a terremotos no mundo – foto: IG

Por sorte, o Brasil está a salvo dos grandes terremotos por estar bem no meio de uma placa tectônica. Os lugares que tem mais risco de sofrer abalos formam o chamado Círculo de Fogo do Pacífico. Essa grande placa começa no sul do Chile, sobe pelos Andes e Montanhas Rochosas, passa pelas Ilhas Aleutas e desce pelo Japão, Filipinas e Nova Zelândia. Só nessa área acontecem cerca de 80% dos tremores. A segunda região sujeita é pela linha do Mediterrâneo, e vai do Estreito de Gibraltar na Espanha até o Sudeste Asiático. O Japão, coitado, é o país que mais sofre. Isso porque ele fica bem no encontro de 4 placas tectônicas.

Fonte: IG
Fonte: IG
Fonte: Fronteira Geográfica
Fonte: Fronteira Geográfica

Mas o que fazer se estiver no meio de um terremoto? Várias informações são amplamente ensinadas nos países sujeitos a eles. Por aqui, como estamos tranqüilos, quase ninguém sabe. Mas aqui vai uma série de medidas para ajudar.

Durante o terremoto:

– Primeira medida, sempre, é manter a calma, obviamente.

– Se estiver dentro de um recinto, proteja-se de coisas que possam cair. Fique longe de estantes e armários. Entre embaixo de alguma mesa, ou fique embaixo do vão de uma porta. Se puder, cubra a cabeça com um travesseiro ou uma toalha.

– Se estiver dirigindo, diminua a velocidade devagar e estacione no acostamento. Deixe a rua livre para ambulâncias e carros de resgate. Destranque as portas, mas mantenha os vidros fechados.

– Se estiver ao ar livre, proteja a cabeça de estilhaços, com uma bolsa por exemplo. Procure refúgio embaixo de alguma árvore ou perto de um muro sólido. Fique longe de janelas e vidros. Cuidado com postes, placas e fiação de energia.

Passado o terremoto:

– Calce sapatos e certifique-se que todos a sua volta estão bem.

– Veja se não há nenhum fogo de incêndio. Fogões e equipamentos a gás devem ser desligados. Energia elétrica deve ser cortada (no quadro de luz).

– Abra portas e janelas e deixe o caminho de saída livre. A estrutura da edificação pode sofrer abalos, o que pode travar algumas aberturas.

– Saia para uma área livre e tente se informar sobre o risco de maremotos. Se estiver saindo de casa, deixe um bilhete com um ponto de encontro para sua família.

Foto de destaque: Shutterstock – IrinaK

Quem escreveu

Renato Salles

Data

14 de April, 2014

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.