Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Revitalizar é mesmo a hashtag do turismo europeu nos últimos 10 anos. Igrejas transformadas em restaurantes, faróis em cafés, fábricas em lojas conceito, armazéns em barbearias… E até mesmo bairros inteiros como o caso da luz vermelha em Amsterdã, que aos poucos tem as vitrines substituídas por galerias e o bairro da Bica em Lisboa que já foi um dia um bairro de atividades obscuras e ilegais, entretanto, hoje vive uma rotina diferente que melhora a cada dia, beneficiado pela lei onde o horário de funcionamento do Bairro Alto (onde concentra-se a maior parte dos bares e inferninhos) se resume até 1:00AM. Então, happy hour no “Bairro” e continuação na “Bica”. Os antigos bordéis decadentes dão lugar a lojas conceito, cafés, restaurantes e inúmeras “tascas” (traduzido para o nosso português tasca equivale a boteco charmoso).
Passeando pelas ruas da Bica, descobri o Sol e Pesca, na Rua Nova do Carvalho nº 44 (Conhecida como Rua Rosa no Cais do Sodré), uma antiga loja de artigos para pesca, transformada em café-bar, onde a decoração original da loja foi mantida, respeitando as memórias do lugar e o planeta, por re-utilizar a mobília.
Cadeiras de pré escola e mesas baixinhas foram utilizadas na calçada de maneira super informal e claro que o verão também ajuda as cores a ficarem vivas e os sorrisos saltarem de maneira ainda mais espontânea.
O cardápio é bem engraçado (pode até parecer estranho), são oferecidas sardinhas, atum, bacalhau, polvo e frutos do mar enlatados, servidos à mesa ou vendidos no varejo. Além dos enlatados, são servidas saladas, petiscos e sopa, mas nada é servido quente.
A nossa pedida foi a Sopa Alentejana e o Muxama: fatias finas de lombo de atum defumado, acompanhados de pão alentejano, vinho verde e cerveja. Deliciosos a ponto de comer devagarinho, para que não acabasse logo.
A alegria na Bica é contagiante, as etnias se misturam e convivem de forma harmoniosa dividindo a visão otimista sobre um bairro que parece que acabou de acordar cheio de energia. Mais uma vez, provado e comprovado: só a arte salva, tudo e todos.
A Priscilla escolheu como mantra a frase de Amyr Klink: "Pior que não terminar uma viagem é nunca partir". Adora mapas e detesta malas. Não perde uma promoção ou um código de desconto e coleciona cartões de fidelidade. Nas horas vagas é diretora de arte, produtora de festas, dj e coletora de lixo nas ruas de Amsterdã. Escreve aqui e no www.almostlocals.com
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.