Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Tudo começou depois de eu ter lido um post sobre aurora boreal e descoberto que esse é o último grande pico da década, o que me fez querer correr dela. Fechamos um grupo de 4 pessoas (3 são colaboradores do blog), perfeito para dividir um carro.
Foram meses de expectativa para essa viagem. Pesquisas, conversas com amigos que já foram, vídeos, artigos, mapas, rotas e música islandesa para inspirar. Tudo só fez eu ter certeza que Islândia era um destino acertado, depois de ter descartado o norte da Noruega, pois o objetivo principal da viagem era caçar aurora boreal e Tromsø é um dos melhores lugares do planeta para tal “prática“. Foram quase 5 meses preparando e ansiando pelo grande dia.
Antes de começar o post eu preciso avisa-los: sou caipira mesmo viajando tanto quanto consigo viajar. Eu sempre fico com frio na barriga quando vou para um lugar novo, conto as horas, falo sem parar sobre o lugar, compro todos os guias que ver na frente, perco o sono na véspera, me emociono com coisas diferentes, pulo, danço e, às vezes, choro e compartilho à exaustão. A Islândia me proporcionou tudo isso. Fez eu chorar quando vi aurora boreal pela primeira vez (no total foram 4) e icebergs no lago glacial; dançar nas cavernas de gelo; grudar o nariz na janela do carro para contemplar a paisagem e fotografar mais que os japoneses (cerca de 2.000 fotos + 51 vídeos).
A viagem começou em Londres numa passagem de 24 horas pela cidade. No domingo às 11h15 embarcávamos para Reykjavik com a WOW, cia. aérea islandesa que já no vôo mostra que sim, os islandeses sabem receber bem. No vôo já é possível comprar chip para celular, passagem de ônibus do aeroporto à Reykjavík, tours pelo país, só para começar.
Curiosamente a maior parte dos passageiros eram casais ingleses de meia-idade e poucos islandeses, que provavelmente moram em Londres ou tinham ido passear por lá. O vôo dura 3 horas e é bem tranquilo, mas paga-se até para beber água. Chegando no aeroporto já é possível se dar conta de que a Islândia hoje vive de turismo, pois são inúmeros os ônibus esperando os passageiros pra leva-los até à cidade. A ida de táxi é proibitiva, já que vai custar cerca de R$ 322,00 para rodar meros 50km.
Iceland from Bernat Eguiluz on Vimeo.
O que ficamos sabendo após desembarcar em Reflavik é que após o país ter quase quebrado em 2008 e decidido apostar no turismo o seu ganha-pão, os islandeses fizeram a lição de casa para fazer disso sua principal economia. Ainda assim o turismo é discreto. Foram 781.016 turistas passeando pela Islândia em 2013 (lembrando que o país tem 320.000 habitantes e o Rio está recebendo cerca de 1,2 milhão de turistas nesse carnaval, ou seja, quase o dobro que a Islândia recebeu no último ano.
A paisagem do aeroporto até Reykjavík já vai dando pequenas amostras do que está por vir: um país de tirar o fôlego com paisagens que mudam completamente a cada quilômetro rodado.
Em uma semana no país é perceptível também que a Islândia entrou nos roteiros de férias dos japoneses, ingleses e americanos, a maioria meia-idade. Eles estão aos montes por lá. Brasileiros também tem aparecido com frequência, mas ainda não tropeçamos nele a cada esquina como em qualquer outro destino europeu. Durante o período que ficamos por aqui, cruzamos apenas com um brasileiro, mas que vive na Finlândia, e outro casal no aeroporto quando partimos rumo a Oslo.
Decidimos por uma road trip pelo sul do país saindo de Reykjavik, fazendo o Golden Circle e dirigindo até Höfn, já na ponta sudoeste, pela Ring Road (ou 1). O trecho tem cerca de 610km, mas esqueça faze-lo em 7 horas. O normal é rodar cada 150km em 8 horas, já que a cada 30km há uma surpresa, que o faz parar, estacionar, andar (às vezes muito), contemplar, ficar sem fôlego. Por isso vale ter em mãos um bom mapa e um bom guia, um chip 3G para pesquisar surpresas em volta, acompanhado de uma ótima pesquisa minuciosa feita antes da viagem, pois nem tudo é possível ver e/ou saber apenas ao passar pela rodovia 1, que é a estrada que atravessa a Islândia. Montanhas brancas, pretas ou marrons escondem cachoeiras, geleiras, lagos coloridos, piscinas naturais de água quente, praias de areia preta ou marrom, pedras com formações curiosas, animais, incluindo cavalos peludos, veados, cordeiros, focas, pássaros dos mais diferentes tipos e vilarejos super charmosos. A boa pedida é alugar um 4×4 para se aventurar por trechos impossíveis de passar com um carro normal.
A viagem não é recomendada para quem não curte natureza e prefere cidades movimentadas, pois o cenário é inóspito e o único som que se ouve é dos pássaros, mar e vento. Muitas vezes se dirige por longos quilômetros sem passar por qualquer carro, vila ou sinal de vida humana.
O tempo é bipolar e muda drasticamente de uma hora pra outra. Pode amanhecer nublado e chuviscando para em 2 horas o céu ficar limpo e ensolarado.
Venta demais na Islândia, por isso vale caprichar no figurino: touca, luvas, calça térmica, cachecol e um bom casaco impermeável, além de boas botas também impermeáveis para andar no gelo, subir montanha ou enfiar o pé na lama.
Não há época melhor para ir. Cada estação é uma Islândia diferente com atrações possíveis de se ver somente em épocas específicas do ano. Se quiser entrar num vulcão e ter dias longos, vá entre primavera e verão. Já se preferir conhecer uma caverna de gelo e ver aurora boreal, a época é o inverno. Se quiser ver um país bem colorido, vá no outono.
Para quem está planejando ir ou se animou após ver nossas fotos, prepare o bolso. A Islândia é um país absurdamente caro. Para quem tem Londres como referência, a Islândia consegue ser ainda mais cara em alguns aspectos. Optamos por uma viagem com mais conforto, por isso o custo foi um pouco além do que previmos, especialmente pelo custo com alimentação e bebida:
Os parques e muitas atrações ao longo do país não cobram valor de entrada, mas os passeios guiados são caros, por isso vale escolher bem o que quer fazer caso a intenção seja não gastar muito. O único passeio que fizemos com guia foi visitar uma caverna de gelo, pois aí só é possível chegar em uma com quem conhece a região, já que as cavernas são formadas no inverno em diferentes lugares e vão se desfazendo (derretendo ou colapsando) no início do verão.
Decidi fazer o post dividindo-os por dia da viagem + curiosidades, que merece um post só para esse tema. Acompanhe e espero que goste (quem sabe não se anima em arrumar as malas e fugir pra Islândia?).
***Todas as fotos tiradas pelo Ola Persson
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsOi Fábio, tudo bem ?
Você utilizou (ou conhece) algum serviço do tipo “Rent a Local Friend” por lá? (Exceto o próprio Rent a Local Friend).
Acha que vale a pena contratar serviços do tipo para quem vai fazer uma escala de 7 horas em Amsterdan?
:)
Que post delícia do Fábio! E tanto em Berlim quanto em Amsterdam eu recomendo a batata frita de rua com maionese :)
Eu comi a batata em Paris e Bruxelas Dani! ;)
Amei, tenho que ir pra Islândia urgente.
Por favor! E me leva junto :)
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.