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Eu e a Dani chegamos às 14h30 no aeroporto Keflavik, considerado o segundo melhor terminal aéreo do mundo pela Frommer’s. Antes do avião alcançar o continente, todos disputavam uma visão nas janelinhas para conseguir ver um pedacinho do país que nos aguardava. Não conseguimos ver muita coisa além do mar e gelo, mas confesso que a minha ansiedade era tamanha que uma dor de barriga que durou dois dias veio de mansinho.
Descemos afoitas pela primeira vez para passarmos na Polícia Federal, pois queríamos um carimbo “Islândia” nos nossos passaportes. O carimbo veio mas junto com uma decepção, pois ele era exatamente igual ao de qualquer país europeu. Como já falei no post anterior, caipirice por aqui não falta.
O aeroporto oferece wi-fi sem muitas firulas, mas estávamos tão ansiosas, que quando vimos estávamos dentro do ônibus que nos levaria até Reykavík. Atenção: a maioria dos ônibus faz um tour pelos hotéis para deixar todos os passageiros. Caso você não tenha um hotel para ficar em Reykavík, procure por um hotel nas proximidades de onde pretende ir que facilitará bastante a sua vida. A gente levou uma canseira enquanto brigávamos com o wifi do ônibus para tentarmos descobrir onde ficar, já que a ideia era descer no bistrô Vegamót para esperar o Ola e a Fernanda. Afinal já queríamos começar nosso dia islandês com uma boa local, uma cerveja bem gelada e alguns beliscos.
A viagem dura cerca de 50 minutos entre aeroporto e Reykjavik. A vista é bem bonita e inóspita, com montanhas cobertas de neve e terrenos amarelados em volta.
O ônibus parou na rodoviária e uma lista de chamada foi feita para que todos se dividissem em vans, que nos deixariam nos hotéis. Eu tinha escolhido um tal de 101, que aparentemente era ao lado do Vegamót. Saímos numa van com um motorista animado mostrando alguns pontos da cidade e contando algumas histórias. Um dos primeiros pontos famosos da cidade pelo qual passamos foi a igreja Hallgrímskirkja, o ponto mais alto da cidade, com 74,5m de altura.
Acabamos pedindo pro motorista, que parecia bem simpático, nos deixar no Vegamót. Ele super animado disse que sabia onde era e nos deixaria na porta. Parou a van em frente a um bar, descarregou nossas malas e apontou para frente dizendo “é aqui”. Eu e a Dani não entendemos nada, pois o nome que constava era outro, mas ele foi embora tão rápido que não conseguimos tirar a dúvida. Era bar, queríamos cerveja, então ficamos por lá mesmo. Caímos num pub dinamarquês chamado Den Danske Kro na hora do happy hour, ou seja, compra 2 cervejas e paga 1. Gol!
Ficamos por lá 1h até o Ola passar lá para nos pegar. Frio na barriga de novo! O final do dia estava lindo. Céu azul, sol brilhando se pondo lentamente (o sol se põe nessa época por volta das 19h e começa a escurecer às 19h45). Entramos no carro e seguimos para o hotel Íon, onde passaríamos nossa primeira noite.
Quando eu estava planejando a viagem, o Renato enviou o link desse hotel, assinado pelo escritório de arquitetura Minarc. Quando eu vi as fotos e peguei o queixo de volta, decidi que passaria pelo menos uma noite por lá.
A tarifa é um pouco mais acessível nessa época do ano, que é baixa temporada, então foi fácil convencer o grupo. Custo: cerca de R$ 700,00 o quarto para 2 pessoas, com café da manhã. O hotel foi aberto há menos de 1 ano atrás, fica colado no parque Thingvellir bem no meio da rota do Golden Circle. A montanha na lateral dele esconde o lindo lago Thingvallavatn e não há praticamente nada em volta, além de natureza. O hotel é eco friendly com os móveis feitos de materiais recicláveis, lustres feitos de lavas, possui também uma piscina aquecida instalada na área externa, um bar super aconchegante (em cima da piscina), um bom restaurante e uma ótima sala de espera na recepção.
Tomamos um bom vinho, mas o menu eu mal me lembro, pois ele foi escolhido no burburinho da aurora boreal batendo nas portas do fundo do hotel. Foi esse o grande dia. Estávamos num lugar incrível com um propósito que foi cumprido nas primeiras 24 horas no país. Esse relato eu contei aqui.
Eu super recomendo o hotel, em especial pela localização. Ver a aurora boreal no “quintalzinho” também é um luxo e tanto. O bom é que em volta não há qualquer interferência de luz, então o lugar é perfeito para ver aurora boreal.
A noite foi intensa entre idas e vindas entre o restaurante e o quintal, onde hóspedes montavam seus tripés, faziam time-lapse, bebiam vinho e ficam com o olhar fixo para o céu. A gente não sabia muito bem para que lado olhar, já que a aurora aparecia e ia cobrindo o céu de um lado pro outro. Às vezes desaparecia quase por completo e então retornava toda bonita e pomposa, querendo aparecer. Parecia uma cortina se abrindo lentamente e se estendendo para outro lado. O céu estreladíssimo como eu não via há muito tempo. Foi um dos grandes momentos da viagem, já que na véspera de ir pra lá o sonho era conseguir ver a grande aurora do Ion Hotel, pois sabíamos que seria especial.
Foi nesse hotel também que descobrimos a água com cheiro de ovo podre que sai das torneiras e chuveiros. Isso é bem comum na Islândia, já que a água vem de depósitos subterrâneos ricos em enxofre. Vá acostumando caso queira ir pra lá, em especial quando for escovar os dentes (a parte mais difícil).
O nosso primeiro dia foi bem curto, mas o suficiente para começar a se encantar pela Islândia, que nos fisgou e nos fez querer voltar. Ah, e a gente vai voltar.
Total gasto no dia 1: R$ 1.628,12
*Foto abertura post: Pousando em Reflavik por leospek – Shutterstock.com
**O carro foi alugado para um período de 5 dias
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsOi! Estou planejando uma viagem a Islandia e adorei seu post. Estou na duvida entre ficar num hotel que de para ver a aurora boreal ou um airbnb. Queria ficar mais isolada mesmo, mas estou meio perdida em relação a como fazer para curtir os outros programas – preciso de carro se ficar no hotel Ion? Não consegui encontrar a continuação da sua viagem, vc fez outros posts? Queria ver os programas e como vc se deslocou. Obrigada :)
Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.