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Cruzando o oceano pela primeira vez

Quem escreveu

Jo Machado

Data

31 de July, 2014

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Exatamente um ano atrás, às 19:15 do dia 31 de julho de 2013, eu entrava em um avião para vivenciar uma das mais marcantes experiências da minha vida. Para entender tudo, primeiro você precisa saber que dois dos nossos componentes do blog decidiram se casar. E decidiram se casar fora do país! Suécia! Segundo, me convidaram para ser padrinho. E foi inicialmente com essa missão que eu embarquei no vôo KL0792 com destino a Gotemburgo, com escala em Amsterdã.

A primeira viagem para a Europa começava. Sentado no avião, fiquei pensando nas mil coisas que havia programado antes e as outras mil surpresas que o Velho Continente guardava para mim. Foram as 11 horas mais longas da minha vida. E quando de repente: “Ladies and gentlemen, welcome to Schiphol Airport”! Eu me lembro claramente de quando o avião se aproximava do portão de desembarque de sentir uma sensação muito estranha. Não era por conta do calor infernal que fazia naquele dia. Era outra coisa! Nada ruim, apenas estranha. Hoje eu percebo que foi naquele momento que senti o primeiro sintoma.

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Escala rápida em Amsterdã, com uma voltinha pelas ruas e canais da cidade e, 5 horas depois desembarcava na cativante Gotemburgo. E foi lá que eu senti o segundo sintoma. Vislumbrando a cidade pela janela do apartamento que alugamos, percebi o quão longe eu estava de casa, o quão diferente era aquele horizonte e até o telhado do prédio vizinho me fascinava. Tudo era novo e eu era pura curiosidade. O caminho de casa até o bar onde encontraríamos todos, foi repleto de tropeços, afinal o que meus olhos queriam estava ao meu redor. 

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É muito curioso como os sintomas da picada desse bichinho-viagem se manifestam. Você entende depois que certas sensações e momentos fazem parte do processo infeccioso.

Seguindo a jornada de celebrações de um amor que contagiava a todos, lá estavam eles casados, Ola e Lalai. A minha alegria se dividia em duas agora. Metade pelo meu casal querido e metade por mim, que estava vivenciando tudo aquilo. Nessa hora você se dá conta que tudo na vida tem um sentido além da nossa zona de conforto. Que as distâncias e as diferenças não são ruins e sim necessárias pra entendermos o tamanho e diversidade deste mundo.

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Cessadas as festividades, segui em um trem com destino à capital sueca, Estocolmo. – Suspiros! A gente fala muito em Estocolmo por aqui e não é em vão. Foram três dias de puro turismo, praticamente. Caminhadas pelo centro antigo, passeios de barcos, Museu do ABBA (que eu já falei anteriormente aqui!), restaurantes maravilhosos, cenários que eu não imaginei existir. O meu guia de viagens da vida inclui Estocolmo no Top 3 cidades do mundo pra conhecer. Tanto que rendeu um dos guias mais acessados aqui.

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Depois de três dias em Estocolmo, voltei a Gotemburgo para o Way Out West, o grande festival de música sueco. Daí em diante, tudo tornou-se ainda mais fascinante. Sim, música e viagem juntas! The Knife, minha banda favorita tocava apenas a alguns metros à minha frente. Foi então que eu pirei! Percebi quanto tempo eu perdi ponderando sobre se deveria ou não viajar. Assisti shows maravilhosos, em uma organização sensacional com as melhores companhias que eu poderia ter. Na saída do festival, na última noite, o maluco que vos fala estava cansado e foi embora sozinho, mais cedo. Sentando em uma parada de ônibus em Gotemburgo na Suécia: bingo! Chorei. Naquele momento a ficha caía. O mundo não é grande demais que não seja possível chegar e a vida não é tão curta que você não consiga conhecer grande parte dele.

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Rumo a Berlim, eu já me sentia entendedor e menos surpreso. Ou pelo menos eu achava isso!

Ah, Berlim eu nem preciso falar muito. Berlim pra mim é o que a Madonna pensa sobre NYC, é um estado de espírito, não uma cidade. Desconfie de tudo que eu falar sobre Berlim! Exceto que Berlim é uma cidade feita para mim!

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Eu agradeço profundamente ao Ola e a Lalai, os companheiros do blog e principalmente o Renato por me empurrar para dentro de um avião e libertar esse monstrinho.

No fundo, este post não tem nenhum intuito além de comemorar um ano de um momento especial para mim. Que marca uma mudança na vida de um homem, que agora entende o sentido do verbo viajar. Que olha para os pés e não vê mais raízes, perdeu o medo de encarar o mundo e que deixa o seguinte conselho: não crie raízes, construa faróis. Viajar muda a vida. E muda pra melhor! Então, não tenha medo, não mensure gastos. Viaje como se não houvesse amanhã!

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E como não poderia ser diferente, como um guri musical, tudo isso foi embalado por canções que eu juntei em uma mixtape abaixo. genießen!

Ps: As fotos são do meu celular.

Quem escreveu

Jo Machado

Data

31 de July, 2014

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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    Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.