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A festa da muamba está com os dias contados

Quem escreveu

Renato Salles

Data

03 de November, 2014

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Todo mundo já passou por isso ou viu alguém passar alguma vez: você chega no balcão do check-in para despachar suas malas na hora de voltar para casa, mas suas compras foram um pouco exageradas e tuas malas pesam o mesmo que um pequeno bezerro e não podem embarcar. Você abre as malas no saguão mesmo, algumas roupas íntimas caem no chão, você avalia o que é mais pesado para colocar na mala de mão, joga fora alguma roupa velha que não é tão importante assim. Pesa de novo as malas e elas estão 0.3kg acima do peso e você implora para o atendente fazer uma vistinha grossa, e assim consegue passar.

Os brasileiros são vistos como clientes VIP pelo mercado de turismo mundial, porque são muito gastões. Na ânsia por preços mais acessíveis e impostos mais baixos, muitos de nós deixamos de consumir em casa para torrar tudo fora do país. Mas quem não está gostando nada dessa história, e já faz tempo, são as companhias aéreas. Isso porque o Brasil é um dos únicos países que tem restrições mais frouxas em relação à franquia de bagagens permitida em vôos internacionais. Mas as companhias agora estão se juntando para acabar com essa mamata.

Em geral, cada passageiro de vôo internacional tem direito a uma mala de 23kg. Acima disso, ele deve pagar um excedente para cada quilo a mais que o avião terá que carregar, até o máximo de 32kg. Acima disso, a bagagem só pode ser transportada em aviões de carga, já os sindicatos de trabalhadores de aeroportos no mundo estabeleceram esse o máximo do peso que se pode carregar dentro das regras de segurança no trabalho. Mas as leis de proteção ao consumidor no Brasil são muito permissivas em prol dos passageiros, para evitar processos relativos a bagagem, atrasos e overbooking.

Só que o avião mais pesado gasta muito mais combustível. E o fato da franquia de vôos comprados no Brasil ser de 2 volumes de 32kg, sem custo adicional pelo volume extra, faz com que o faturamento das companhias caia muito. Por uma questão de concorrência, o preço das passagens não pode subir. Assim, o mercado de aviação brasileiro está se tornando cada vez menos atraente, a ponto de por em risco a saúde financeira das empresas locais.

Shutterstock: Ollyy
Shutterstock: Ollyy

Na Europa, onde o mercado é bem mais restritivo, já é muito comum você comprar passagens dentro da União Européia que não dão direito a nenhum volume despachado. A empresa low-fare irlandesa Ryanair sempre operou assim. Cada volume pode custar até 20 Euros. Empresas canadenses, como a Air Canada e WestJet, já estão adotando medidas similares. Agora a pressão feita pelas companhias fez a Anac prometer rever as leis no país.

Somando-se a isso, a Receita Federal anunciou uma série de medidas para controlar melhor as gastanças dos brasileiros na alfândega. A partir do primeiro semestre de 2015, um sistema de análise de dados vai definir padrões de viajantes e vai separar quem deve passar pela fiscalização antes de pisar em solo nacional. E para ajudar, a companhias vão fornecer todas as informações da sua viagem, como duração, destinos, peso da mala e assento. Ou seja, a muamba estará na berlinda a partir de agora.

Foto do destaque: Shutterstock – Netfalls – Remy Musser

Quem escreveu

Renato Salles

Data

03 de November, 2014

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Renato Salles

Para o Renato, em qualquer boa viagem você tem que escolher bem as companhias e os mapas. Excelente arrumador de malas, ele vira um halterofilista na volta de todas as suas viagens, pois acha sempre cabe mais algum souvenir. Gosta de guardar como lembrança de cada lugar vídeos, coisas para pendurar nas paredes e histórias de perrengues. Em situações de estresse, sua recomendação é sempre tomar uma cerveja antes de tomar uma decisão importante. Afinal, nada melhor que um bom bar para conhecer a cultura de um lugar.

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Comentários

  • Não entendi direito,,, essa matéria é uma crítica a quem viaja e compra mercadorias as vezes 5 vezes mais barato do que o Brasil… Ueee será que os americanos não pagam impostos sobre produto… como conseguem vender tão mais barato??//!! Pois é talvez a solução para segurar o dinheiro dentro do Brasil seria abaixar os impostos e ganhos reais das empresas e ai talvez equiparar os preços…o que vc acha?// Outra coisa se vc está com dó das companhias aéreas,, manda seiu salário para eles…não acho que é barato pagar US 2.000,00 para ir apertado em uma “poltrona” em uma viagem de 10 horas e comer um prato de arroz, legumes (3) e um frango… Tomara que não peguem ninguém,,, se não além de pagar caro a passagem, hospedagem, aluguel de carro etc ,.. ainda vamos ter que pagar imposto na alfandega.. A pessoa que escreveu esta reportagem das duas uma,,, ou nunca foi para fora e está com muita vontade ”’ e ai eu recomedo ir para Miami”’ ou deve ter a passagem paga pela empresa ou por algum financiador e pode trazer a muamba em partes….” matéria sem propósito””…

    - Ricardo Zerbinato
    • O texto não é a favor da medida, ao contrário, é apenas um alerta :)

      - Lalai Persson
  • Pois é. O povo acha que a Receita não está de olho nas redes sociais e bobeia forte!

    - Renato Salles
  • “…todas as informações da sua viagem, como duração, destinos, peso da mala e assento” e fotos postadas no Instagram, rs.

    - papalizerkid

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