Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
A primeira vez que pisei em Estocolmo foi nos anos 90. Era início de inverno e chovia muito. A única coisa que ficou na lembrança foi a limpeza impecável da cidade, porque o resto foi apagado pela névoa que se espalhava pelo céu escuro.
Voltei novamente meses depois, mas foram duas paradas: uma loja para comprar feijão preto pra fazer uma feijoada e a outra no porto, onde eu embarquei para um cruzeiro de final de semana até a Finlândia.
Voltei da Suécia com a sensação de que tinha escolhido o país mais chato do planeta pra passar uma temporada. Como o destino adora nos pregar uma peça, eu acabei anos depois trombando com um sueco na agência em que trabalhava, que acabou virando meu marido. Nesses 5 anos em que estamos juntos, eu estive mais vezes na Suécia do que consegui contar. Inverno, primavera, outono e inverno. Consegui passar por lá nas 4 estações do ano, mas um pouco mais ao sul, em Gotemburgo.
Desde então ensaiei rever Estocolmo, mas demorou um pouco pra acontecer e foi mágico quando rolou. Sabe quando você chega numa cidade pela primeira vez e pensa “quero morar aqui!”? Foi assim. A impressão que tive foi de que eu nunca tinha ido a Estocolmo. Consegui apenas me lembrar do palácio, mas sequer da Gamla Stam. Era tudo novo, colorido, bonito e divertido. Ouso dizer que Estocolmo me fisgou ainda mais do que Copenhagen, considerada a cidade mais divertida da Escandinávia.
Era início de outono, mas peguei dias ensolarados e agradáveis. As folhas ainda não tinham caído por completo das árvores e havia muito verde em volta. Bati perna o quanto pude, experimentei lugares o quanto deu. Comi como se não houvesse amanhã e descobri uma gastronomia completamente nova e fantástica por mim. Ouso novamente em afirmar que foi a melhor experiência gastronômica que tive nas minhas viagens. Não teve lugar meia-boca.
Estocolmo me trouxe a sensação de que eu estava num set, pois tudo pareceu perfeito demais. A cidade é cool num extremo impensável, as pessoas parecem estar sempre impecáveis, tudo transpira criatividade. Arte, moda, design, gastronomia.
Foram dias me encantando e querendo abraçar ainda mais a cidade. O tempo foi mais curto do que eu gostaria e fui embora com aquela vontade louca de voltar e passar uma temporada mais longa por lá.
Claro que nem tudo são flores por lá, em especial quando falamos sobre o inverno, quando a cidade fica num baita baixo astral. Outra coisa é que tudo é caríssimo inclusive os lugares baratos. Porém raramente você sai ou fica insatisfeito com os investimentos que faz (quando pode fazê-los). As pessoas são fechadas. Esquece, é raro pessoas puxarem papo com você.
A boa pedida da cidade é se perder em Södermalm, o bairro mais descolado e charmoso de Estocolmo, onde é possível encontrar as marcas mais legais de roupas e design, cafés, restaurantes, uma infinidade de bares e ainda se deleitar com o look do pessoal, que parece ter saído de uma semana de moda. Como diz o guia oficial de Estocolmo: “descanse seus pés em um dos café em volta de Nytorget em SoFo, ou no Mellqvists Kafé Bar em Hornsgatan, como Mikael Blomqvist, o herói dos livros do Stieg Larsson.”
Para quem busca inspiração, referências, tendências…. Estocolmo é um dos lugares. E é para lá que eu quero voltar.
Foto de abertura: flickr/edwardstojakovic
Lalai prometeu aos 15 anos que aos 40 faria sua sonhada viagem à Europa. Aos 24 conseguiu adiantar tal sonho em 16 anos. Desde então pisou 33 vezes em Paris e não pára de contar. Não é uma exímia planejadora de viagens. Gosta mesmo é de anotar o que é imperdível, a partir daí, prefere se perder nas ruas por onde passa e tirar dicas de locais. Hoje coleciona boas histórias, perrengues e cotonetes.
Ver todos os postsHej, tack så mycket för pingback! Thank you for the pingback! I also really like your photo of Nytorget ;)
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Vivemos em um mundo de opções pasteurizadas, de dualidades. O preto e o branco, o bom e o mau. Não importa se é no avião, ou na Times Square, ou o bar que você vai todo sábado. Queremos ir além. Procuramos tudo o que está no meio. Todos os cinzas. O que você conhece e eu não, e vice-versa. Entre o seu mundo e o meu.