11 Mandingas Bizarras para um Ano Novo além-mar

A sorte,  recurso esse tão escasso, como todos sabem, é  guardada a sete chaves no empório celestial e só é aberto anualmente. Os deuses responsáveis pela seleção e distribuição de fortúnios precisam garantir a divisão mediante um sistema justo e meritocrático.  Por isso  a sorte que um indivíduo terá no ano vindouro é diretamente proporcional à dedicação e detalhado esforço aos rituais da noite de réveillon. Mas obviamente isso é conhecimento comum.

Agora o que você não sabe, caro festeiro-viajante, é que esses grandes protetores dos destinos determinam protocolos distintos dependendo da  longitude e latitude que você se localiza.

Então você a essa altura está lá, lépida e serelepe, toda preparada com o vestido branco e calcinha vermelha na mala para ‘noche vieja’ na Nicarágua,  na certeza de que fazendo isso os deuses dedicarão um  ano de alta freqüência na sua queen size: ledo engano.

O vestido branco funciona só no Brasil. Bom, o da calcinha, especificamente, parece que o deus responsável faz time-share com México e Colômbia.  Mas se não for para esses países, pode esquecer a calcinha vermelha e estudar com atenção o que fazer à meia noite no seu destino de escolha, garantindo plena satisfação  dos caprichos divinos. E seu bolsa-sorte-2014!

Na Dinamarca…

Que fazer?

Quebrar pratos na casa dos vizinhos. Ah, aproveite, e também pule de uma cadeira na noite de réveillon.

Que me traz?

Sorte, muita sorte. Além disso, descobrir quem é mais popular na vizinhança pelo número de pratos pra ficar BFF no Facebook.

Nas Filipinas….

Que fazer?

Usar bolas. Na roupa, no acessórios, na decoração.

Que traz?

Riqueza. É porque as moedas são circulares, lembram bolinhas… (pois é, muita semiótica pro meu gosto também. Mas aposte no à pois)

Na Espanha

Que fazer?

Comer 12 uvas antes das 12 batidas do relógio (daqueles que ainda batem)

Que traz?

Para cada uva doce, um mês bom. Para cada uva azeda, um mês ruim. E na noite de Ano Novo, possivelmente um engasgamento e uma manobra de Heimlich de graça.

Na Finlândia

Que fazer?

Derreter pequenas ferraduras de estanho e depois colocar na água gelada (imagino que na Finlândia seja mais comum encontrar pequenas ferraduras de estanho)

Que traz?

Depende da forma que o estanho ficar: um anel significa um casamento, um navio, viagem. Tem vários formatos para serem interpretados.

Na Áustria

Que fazer?

Sair dançando valsa à meia noite.  Não importa onde. Na festa, na casa. Na chuva e na fazenda, e numa casinha de sapé.

Que traz?

Sei lá, acho que boas memórias e um vídeo ótimo de você dançando Danúbio Azul às margens do Danúbio.

Na Bielorússia

Que fazer?

Primeiro, pegar um galo. E milho. Colocar na frente das mulheres solteiras para ver onde o galo vai.

Que traz?

Para o monte de milho que o galo escolher, a donzela ganhará um marido no ano que vem. (E você, queria amiga solteira, que achava que era humilhante o suficiente os amigos te empurrando pra ‘pegar o buquê’) 

Na Estônia

Que fazer?

Comer 7 refeições. (ou 9, ou 12. Sim, só esses números).

Que traz?

A força de 7 homens durante o ano. Ou 9, ou 12. E possivelmente familiarização com os toaletes estonianos no dia 01.

No Panamá…

Que fazer?

Jogar água da janela em baldes.

Que traz?

Limpeza de espírito e, se você tiver bom timing e mira, uma ótima revanche da discussão da reunião do condomínio

Na Colômbia…

Que fazer?

Pegar a mala vazia e correr ao redor do quarteirão

Que traz?

Muitas viagens e aventuras no ano

Na Escócia…

Que fazer?

Andar com grandes bolas de fogo na cabeça

Que traz?

Purificação do ano vindouro e provável super lotação dos hospitais locais.

Na África do Sul…

Que fazer?

Jogar móveis e eletrodomésticos velhos pra fora da janela. Nisso incluem geladeiras voadoras.

Que traz?

Fartura no próximo ano. Para aqueles que estão em cima, não embaixo.

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Na dúvida, ponha seu vestido de bolinhas. Coma sete refeições, e à meia noite, corra no quarteirão com uma mala,  jogando pratos na porta dos outros, com a boca cheia de uvas, uma bola de fogo na cabeça, em passos de valsa, desviando de água e geladeiras voadoras.   Se eu fizesse parte do Conselho Celestial 2013/14, reconheceria a dedicação mesmo além-mar com uns 14 gramas de sorte, ou ao menos, uma medalhinha de participação.

Foto do destaque:Matt Popovich