Tendências dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo.
Bancando a sacoleira ‘de leve’, assumi a cafonice, pus a camisa florida, o chapéu de Mickey e fui para Orlando no Black Friday. Para quem acompanhou o episódio S01E01 e S01E02 da saga, sabe que planejei pouco. Na verdade, fiz tudo errado. Mas rendeu para você, caro leitor, um manual de sobrevivência para se dar bem nesse ‘feriado nacional’.
As mega promoções estão nos ‘doorbusters’, alguns chamarizes de lojas para atrair freguês. Tipo . Colocam uma quantidade de produtos a preços bem abaixo do mercado e publicam. Como exemplo, nessa última o Walmart tinha iPad mini por $199 na primeira hora; no BrandsMart USA, uma TV Sanyo 32-inch LCD HDTV por $99.99. Então nessas lojas, tem fila. Provavelmente um ringue. Leve o maiô metálico vermelho e o gel para lutar pelo seu novo iPod.
A maior parte das lojas não tinham filas ou acampamentos, como eu aguardava. Então, é perfeitamente possível ir às compras na Black Friday de forma civilizada, sem filas e sendo bem tratado. Principalmente durante a madrugada. Algumas concorridas, como a Coach e a Tommy Hilfiger tinham fila. Mas tenho impressão que eram daquelas pessoas que fazem fila no portão de embarque quarenta minutos antes do vôo, cujo barato mesmo é ficar na fila, não entrar na loja. (Filomania ainda será reconhecido como transtorno pela OMS).
Uma coisa que não sabia é que Black Friday não é mais no dia seguinte, ela começa no próprio Thanksgiving. Começam a abrir as lojas às 6, 7, 8, ou seja, quando muita gente ainda está comendo peru. E vira a noite inteira, até em geral 11h da noite no Black Friday.
E com exceção dos doorbusters, as coisas durante o Thanksgiving são mais tranquilas que no BlackFriday.
O lençol de 1000 fios está por 49 dólares. Coloca dois no carrinho. É só passar pelo caixa que lembra que já tinha 3 jogos novo e só uma cama. Compra o segundo par de tênis por 50% off e lembra que só tem um par de pés. Você foi acometido pela Síndrome de Orlando (atenção, OMS!). Em uma ilha onde todos os preços estão com 70% de desconto, você enche a mala, casa e a consciência, da mais pura tralha.
Faça a lista e foque, que a tentação é grande. Se tiver já instinto consumista, melhor levar só o cartão de crédito travel card com limite pré-estabelecido.
O desconto mais comum na Black Friday é 60 a 70% do preço original. Mas o pulo do gato das lojas é terem colocado o preço original dois dias na gôndola apenas para dizer que reduziram moooóoointo.
Faça a conta direitinho, leve um ábaco se precisar de ajuda, mas antes de por no carrinho veja se realmente pagaria esse valor, e que está barato o suficiente levar.
Outro desconto super comum é: leve o segundo por 50% off. Ou se comprar 50 dólares, pode comprar um kit super ultra ubber premium por um preço menor. Nessa brincadeira, US 150 dólares na LOccitane.(Dica: se você for meu amigo secreto, já sabe o que vai ganhar).
Nada mais chato que, em uma loja lotada, passar quatro vezes na fila do provador. Se estiver nos EUA, experimente antes uma ou duas lojas e anote seus números antes de sair no dia D.
Na segunda-feira seguinte ao Black Friday existe o Cyber Monday: ofertas para comprar de pijama e no conforto do lar. E pode confiar que a data de entrega é a que chega mesmo, ou seu dinheiro de volta.
Nos EUA, é muito fácil trocar ou mesmo pedir uma devolução do valor (refund). Mas preste atenção na política: algumas lojas no Black Friday, apesar de poucas, dizem que todas as ofertas ‘are final’. Isso significa: não dá pra trocar.
Não é porque está 70% off que está mais barato
Se você comprou um tablet que no Brasil é R$ 1900 por U$ 200 dólares na Black Friday, COMO EU FIZ, guarde o recibo para alfândega acreditar. COMO EU NÃO FIZ.
Foto do destaque: Shutterstock – PEPPERSMINT
Seu exacerbado entusiasmo pela cultura, fauna e flora dos mais diversos locais, renderam no currículo, além de experiências incríveis, MUITAS dicas úteis adquiridas arduamente em visitas a embaixadas, hospitais, delegacias e atendimento em companhias aéreas. Nas horas vagas, estuda e atua com pesquisa de tendências e inovação para instituições e marcas.
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