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Bali, a ilha fantasma em tempos de coronavírus

Quem escreveu

Angela Mansim

Data

08 de September, 2020

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A pandemia do coronavírus mudou muitas coisas que para nós eram imutáveis. Bali, uma ilha que vivia majoritariamente do turismo, não esperava por essa mudança – e quem esperava não é mesmo? Coronavírus chegou com tudo. A quarentena parece um Nyepi, o dia do silêncio balinês, extendido e sem previsão de acabar.

80% da população vivia do turismo trabalhando em hotéis, agências e demais serviços ligados a área hoteleira. Por isso, o coronavírus de fato remodelou a ilha rapidamente. E não sabemos se ela será mais a mesma.

Bali corona vírus
Pelas ruas vazias de Kuta, Bali.

Em Bali durante a pandemia do coronavírus

Quem teve a oportunidade de estar em Bali durante a quarentena (eu mesma, e só agradeço), conseguiu viver em uma Bali que se assemelha a Bali de dez ou mais anos atrás: com pouco trânsito, negócios fechados, poucos turistas e com os preços de produtos e serviços muito acessíveis.

Muitos indonésios passaram por dificuldades por perderem seus empregos e clientes, mas, especificamente em Bali, muitas ações dos banjars (comunidades locais), organizações e negócios ajudaram as pessoas a se reinventarem no mercado de trabalho e também a receberem ajuda. Várias famílias voltaram a trabalhar com serviços como agricultura e pesca local.

Os locais mais turísticos da ilha como Seminyak e Kuta ficaram vazios, até parecendo cidades fantasmas. Não ouvimos mais nas ruas os vendedores negociando a venda de seus produtos e nem as ibus (“mulheres” na língua indonésia) oferecendo uma massagem no meio da rua, algo tão comum no dia-a-dia em Bali. Quem conhece, sabe bem.

Lojas fechadas em Kuta, Bali.

No geral, os bules (como os indonésios chamam as pessoas que não são locais) que estão na ilha agora, sabem falar indonésio e estão aqui há anos. Algo muito interessante, porque é possível reconhecer os “gringos” moradores da ilha em todos os lugares agora.

No meu caso, estou apenas há dois anos por aqui, mas é notável o tamanho da comunidade de estrangeiros que passam bons anos pela ilha. Algumas pessoas estão há mais de 10 vivendo aqui.

O melhor lugar para estar?

Ao contrário do esperado, Bali conseguiu reagir e conter o coronavírus, o que permitiu que as pessoas que estavam na ilha se sentissem no melhor lugar para se estar no mundo: com uma versão com menos turistas, muita estrutura e um lugar, sobretudo, seguro para se estar. Os preços das villas (casas luxuosas em Bali) caíram bruscamente, assim como os preços dos restaurantes, bares e lojas.

Houve até rumores de que a ilha é imune ao coronavírus (talvez as fortes orações dos balinesas?) Para quem pensava em conhecer a ilha, o governador recentemente adiou a abertura de Bali de setembro para reabrir apenas em 2021. 

Bali se reconstruindo: muitas construções em andamento.

O objetivo desse texto era apenas compartilhar essa outra realidade paralela do que está acontecendo em Bali. Em uma visão positiva, acredito que o turismo em Bali também vai se reinventar e já vem se reinventando muito, repensando seus espaços, formatos e entretenimento.

Se a ilha nunca mais for a mesma, torço para que seja uma melhor versão atualizada e melhor, buscando um turismo sustentável. Talvez Bali aprenda algo significativo com esse momento.

Fotos por Angela Mansim.

Quem escreveu

Angela Mansim

Data

08 de September, 2020

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Angela Mansim

Designer, especialista em perrengues, comida de rua, gestão de marcas e trabalho remoto. Come, dorme e se teletransporta por aí no jeitinho simples da vida local. Radicada em Bali e procurando sempre a próxima ilha para ancorar.

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