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Funerais curiosos pelo mundo

Quem escreveu

Jo Machado

Data

02 de October, 2017

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Se existe uma coisa que é comum a todo e qualquer ser humano nesse planeta, essa coisa é a morte. Infelizmente não há para onde correr e a gente deveria falar sobre esse assunto de uma maneira natural, sem tensões e sofrimento. Isso não acontece normalmente na sociedade de maioria cristã, diferentemente de outros povos pelo mundo, que encaram a morte de formas bem diversas.

Não faz muito tempo, a Dani falou um pouco sobre esse assunto aqui no Chicken or Pasta e eu, garoto Discovery Channel de carteirinha, fiquei bem curioso sobre ele. Passei um tempo com isso na cabeça, e esses dias resolvi dar uma pesquisadinha pela internet. Encontrei relatos sobre diferentes – e interessantes – rituais envolvendo a morte mundo afora. Sem nenhuma morbidez, ok?

Alguns são cheios de poesia, outros de protocolos. Alguns encarados como momentos de tristeza; outros como renovação. Envolvendo ou não religião, o fato é que existem diversas maneiras com as quais os povos lidam com a morte e isso se reflete principalmente nos ritos fúnebres. A forma como algumas culturas costumam se despedir de seus entes querido pode ser muito mais do que apenas colocá-los num caixão ou cremá-lo. Bizarros, esquisitos, e às vezes até desagradáveis, o fato é que alguns destes costumes seguem por caminhos bem alternativos daqueles com os quais a gente está habituado aqui no mundo ocidental. Cuidado, algumas imagens podem ser perturbadoras!

Da Indonésia vem um dos mais estranhos desses rituais. Como mencionado no post da Dani, no ritual o morto é mantido em casa por meses ou até anos, até que role o dito funeral. Diga-se de passagem, esse funeral é uma festona que dura dias e reúne uma galera! Enquanto isso, a família trata o morto como se ele estivesse enfermo, com direito a refeições, luz ligada e até um banheiro.

Outra tradição bem bizarra que felizmente hoje em dia é proibida, vem do povo Dani de Papua Nova-Guiné. (Sim, Dani! Eles se chamam Dani People!) Nesse costume, todas as mulheres da tribo que tivessem parentesco com o defunto tinham que amputar um dos dedos em sinal de respeito ao falecido. Chocado!

Foto: Aldrin J. Garces

Em Sagada, nas Filipinas, a tradição dos cemitérios suspensos, onde os caixões de seus mortos são pendurados em penhascos, presos apenas por cordas e correntes, viraram até ponto turístico. Segundo as crenças da tribo Igorot, a alma precisa de lugares de muita tranquilidade para conseguir descansar em paz. Ainda segundo os Igorots, se os caixões forem pendurados, os espíritos vão conseguir fazer um caminho muito mais tranquilo em direção Deus Kabunian. E também dão uma mãozinha para o turismo local, obviamente!

Ah! E sabia que o povo Apayo, também das Filipinas, enterra seus mortos debaixo da cozinha da casa? O porque eu sinceramente não descobri. Mas confesso que se rolasse uma conexão com minha vovózinha na hora de cozinhar, eu adoraria ter ela me gritando dicas debaixo do piso da cozinha.

Cepultamento Celestial no Tibet – Foto: German Federal Archive

No Tibet, a tradição de não enterrar seus mortos pode ser até bem chocante para nós ocidentais. Muitos tibetanos, especialmente os budistas, tem costume de cortar o corpo em pedaços e os deixar no alto das montanhas para que os pássaros se divirtam. Mas tá tudo, bem! Os budistas vêem cadáveres apenas como vasos vazios, e consideram esses enterros no céu como um ato de caridade e compaixão com os animais, uma vez que aquilo ali é apenas carne. Para nós ocidentais, isso parece bem assustador!

Torre do Silêncio – Foto: Ggia

Embora praticamente extinta hoje em dia, quem também utilizava de uma tradição parecida com essa eram os seguidores do Zoroastrismo. Para eles, o corpo perde o espírito quando morre e deixa de ser puro três dias depois. Por conta disso, ele não poderia ter contato direto com a Natureza, em um enterro por exemplo. Surgiram assim as dakhmas, ou Torres do Silêncio: construções de pedra onde os corpos eram deixados para serem devorados por abutres.

E não para por aí, viu? Há povos que colocam os defuntos na porta de casa e os deixam expostos com cigarros na boca. Há povos que os queimam e guardam , que os enterram em troncos de árvores (esse eu curto!), que os exumam de tempos em tempos, e até os que praticam o endocanibalismo. Brrrr!

Funeral Famadihana em Madagascar – Foto: Hery Zo Rakotondramanana

Pra finalizar, vale lembrar que muitas dessas tradições já estão extintas ou são pouco praticadas. Mas também destaco que a maioria desses rituais tem a conexão do homem com a natureza como principal premissa do pós-morte. Diferente de nós ocidentais catequizados, que transformamos esse momento em algo teatral, caro, triste e nada consciente.

E se você for curiosx e quiser saber mais sobre funerais pelo mundo, dá uma olhada nesse infográfico fofinho que a AvasFlowes fez com diversos deles.

* Foto destaque: Ggia

Quem escreveu

Jo Machado

Data

02 de October, 2017

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Jo Machado

O Jo é do tipo que separa pelo menos 30% do tempo das viagens para fazer o turista japonês, com câmera no pescoço e monumentos lotados. Fascinado pelas diferenças culturais, fotografa tudo que vê pela frente, e leva quem estiver junto nas suas experiências. Suas maiores memórias dos lugares são através da culinária, em especial a comidinha despretensiosa de rua. Seu lema de viagem? Leve bons sapatos, para agüentar longas caminhadas e faça uma boa mixtape para ouvir enquanto desbrava novos lugares. Nada é melhor do que associar lindas memórias à boas canções.

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Comentários

  • que legal, Jo

    - LALAI PERSSON

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